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que andava de porta em porta a vender os tecidos que lhe enchiam a carroça. Parava o burro no largo frente à igreja, e apregoava:
- Venham ver, minhas senhoras. Lindas chitas para blusas e vestidos, e bom cotim para fazer calças para o patrão!
O mulherio acorria todo, num ambiente de festa, pois não se sabia quando é que o velhote voltava à aldeia; talvez só daí a seis meses...
E num abrir e fechar d'olhos a mercadoria desaparecia, vendo-se o fundo da carroça, agora vazia.
Despedidas feitas: - Daqui a uns tempos aqui me têm de novo, com as últimas novidades...-, e o homem dando uma palmada amigável no animal, segredava-lhe: - Vamos Gaspar, que já ganhámos o dia...
Chegada a altura do filho seguir as pisadas do pai, o velho, virou-se para o rapaz e disse-lhe: : - Não agora tu já não precisas de andar de terra em terra com a carroça. Amealhei o necessário para comprares um lugar na feira da vila, e é para lá que tu vais; onde é que já se viu filho meu andar a vender chitas pelas portas...