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« Meu Senhor

 

Quando Vossa Alteza chegou á idade em que a superintendencia da sua educação tinha que ser entregue a um homem houve por bem El-Rei nomear-me ayo do Principe Real. Foi Sua Magestade buscar-me às fileiras do exército. ( ... )

Escolhendo um soldado para vosso ayo que fez El- Rei? Subordinou a educação de Vossa Alteza ao estado em que se acha o paíz. N'esta epocha de dissolução, em que tão afrouxados estão os laços da disciplina, entendeu Sua Magestade que Portugal precisava mais que de tudo de quem tivesse vontade firme para mandar, força para se fazer obedecer ( ... )

Tão bom Rei, tão bom soldado foi D. Pedro V nos hospitaes como outros no campo de batalha, porque a coragem e abgnação são sempre grandes e nobres seja onde fôr que se exerçam e tudo que é grande e nobre è proprio de Rei e de soldado.

Não faltará ensejo a Vossa Alteza de revelar aquellas qualidades.  Não lhe escassearão por certo provações e cuidados, revezes que trazem o desconforto ao espírito. Para todos eles carece Vossa Alteza de estar preparado temperado pela educação, pelo estudo dos bons exemplos pela firme vontade de vir a ser um Principipe digno d'esse nome e do da sua Caza. E para ser Principe é preciso primeiro que tudo ser homem (... )

                 

                                       Do seu ayo muito dedicado »

 

Este excerto duma carta, dirigida por Mouzinho de Albuquerque a D. Luíz Filipe de Bragança, realça a importância da educação num futuro Chefe de Estado, relevando o crucial da autoridade ( que não autoritarismo ) que advém do exemplo.

Numa época em tudo semelhante à que então carecia desmedidamente de um homem de pulso, espera-se que esta carta não caia em saco roto...

 

 

 

    * " Infelizmente os partidocratas foram mais fortes.( e os regicidas mais ainda ).", acrescenta Ega, na caixa de comentários: o mesmo tipo de regabofe que vivemos hoje, imagino que agora mais refinado ainda - será que estamos condenados a não aprender com a História, tendo, depois, que vir um homem pôr as coisas no seu devido lugar, à custa da liberdade, porque não sabemos conviver com ela ordeiramente? Em primeira instância, a culpa é do sistema partidário que temos, mas, ao votarmos, podemos, e devemos, colocar as coisas nos eixos.

publicado às 20:19


9 comentários

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De António de Almeida a 03.03.2010 às 21:06

Conheço mal, muito mal mesmo, o período final da Monarquia, mas tenho admiração pelas figuras de Mouzinho de Albuquerque ou Paiva Couceiro, a quem Portugal muito deve.
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De Cristina Ribeiro a 03.03.2010 às 22:33

As duas de altíssimo coturno, António.
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De Ega a 04.03.2010 às 02:39

Carta d'El Rei D. Carlos a José Luciano de Castro (Dirigente do P. Progressista), comunicando a decisão de nomear Mouzinho para aio do Príncipe (7.11.1898):
«Meu caro José Luciano - Desejo que, depois da minha família, sejas o primeiro a saber que resolvi nomear perceptor e aio do Principe Real o Joaquim Mouzinho. É um velho e dedicado amigo meu e tenho a certeza de que há-de fazer do meu filho um homem, o que, como sabes, se torna cada vez mais necessário nesta época que atravessamos»

Carta do Conde de Arnoso a Aires de Ornelas sobre a dita nomeação (6.12.1898):
«Os tolos qurem ver na nomeação a aposentação do heroi. Fortes asnos. Da situação que vai ocupar pode ele pôr aos politicos as condições, no momento psicológico».

Infelizmente os partidocratas foram mais fortes.
e os regicidas mais ainda.

(vd. Miguel Sanches de Baena, «Mouzinho de Albuquerque - A Última Batalha», ed, Alfa, Testemunhos Contemporâneos.
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De manuel gouveia a 04.03.2010 às 18:27

Mas o regabofe foi fruto da monarquia e da sua falência... só encontrou, na República, uma oportunidade para se expandir!
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De Cristina Ribeiro a 04.03.2010 às 19:05

Manuel, porque quando o rei e o seu primeiro ministro se propuseram acabar com esse fruto podre, a carbonária e a maçonaria trataram de os impedir!
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De manuel gouveia a 04.03.2010 às 20:00

Hum! E a carbonária resultou de....
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De Ega a 04.03.2010 às 20:19

... os republicanos erem percebido que a não ser pela força amada e pelo terror nunca derrubariam a Monarquia. Fazendo uso do mair secretismo - porquê, se fossem bem visto pelas populações? - puseram em práica os atentados, as bombas e, por fim, o Regicído.
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De manuel gouveia a 04.03.2010 às 22:27

Porque sobreviveu o Euskera no país Basco? Porque Franco o proibiu...

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