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Quem quer o TGV, que os pague.

por Nuno Castelo-Branco, em 08.03.10

 

 

A grande notícia do dia: o TGV foi adiado por dois anos. O sr. Teixeira dos Santos deu a boa nova e assim, os portugueses poderão continuar a beneficiar dos tais preciosos "vinte minutos perdidos" que a agradável viagem entre Lisboa e o Porto proporcionavam. Em linguagem "luso-governês", o adiamento quer simplesmente dizer "já-mé".

 

Por outro lado, há que fazer as contas e olhar com circunspecção a histeria que vai para lá da fronteira norte. Quando há alguns dias o empresariado galego ameaçou devido ao fim das famigeradas SCUT no norte de Portugal, a pressão foi nítida e esperava-se a habitual cedência governamental, sempre receosa de tudo aquilo que aborreça Madrid. No caso do TGV Porto-Vigo, a parte a construir por Portugal representará cerca de 100Km, enquanto os espanhóis desembolsarão as verbas referentes a 25Km.  Compreende-se então a pressa toureira. Quem entra com a parte de leâo? Portugal.

 

Quem quer TGV's que os pague. 

 

Entretanto, já  temos notícias acerca do PEC: tímidos cortes nas despesas sumptuárias e de funcionamento do Estado (presidentes da república, ministros, deputados, secretários de Estado, directores e administradores do sector empresarial do Estado, comissões de estudos, Fundações, frotas automóveis, despesas de representação, etc): crescimento baixíssimo que impede a criação de emprego e esmaga as PME's através de inevitáveis aumentos de impostos, no conhecido círculo vicioso; persistência na loucura tegevista para Madrid; total ausência de um programa para a formação técnica dos desempregados, especialmente aqueles que hoje têm mais de 40 anos de idade e são mão de obra válida e desaproveitada; silêncio acerca das empresas do Estado que carecem de constantes injecções de capital público; silêncio acerca de um rápido programa de recuperação urbana, capaz de por si criar emprego, estimular a economia e não carecer de grandes investimentos públicos etc.

 

Pelo seu lado, aquele que chegou a ser apontado como futuro líder da oposição - o sr. Rui Rio -, reagiu tribalistamente à linha Porto-Galiza, atirando as sempre populistas achas para a fogueira anti-Lisboa. Não se excite o sr. Rio, porque na capital poucos quererão ouvir falar em terceiras travessias do Tejo, novas auto-estradas ou TGV para Madrid.

 

Como se esperava, este PEC fala de taxas e de despesa. Os cortes ficam para as PME's e pequenos contribuintes, ratoneiramente crismados de "médios". Esperemos pelas reacções externas.

publicado às 12:07


1 comentário

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De Luís Múrias a 16.03.2010 às 01:13

Como se nós é que precisássemos dos espanhóis... Esses galegos a mim não me enganam. Não é Portugal que precisa dessa parte de Espanha. Eles não têm mercado, essa é que é a verdade. Portugal tem o mercado nacional e o da CPLP. Portugal, se for inteligente torna os aeroportos Francisco Sá Carneiro e o de Lisboa mais competitivos complementando-os entre si, ou seja determinadas rotas pertencerão a um ou outro aeroporto. Para isto há que fazer do Alfa-Pendular o transporte nacional que verdadeiramente ligará em grande velocidade desde Braga a Faro. Preferiria mil vezes que às SCUT não fossem cobradas portagens do que estar a pagar uma linha TGV de passageiros para quem venha de Vigo possa vir às nossas praias. Se já está provado que um TGV de Lisboa ao Porto 300km ), não tem cabimento, o que dizer de um TGV Braga-Vigo (cerca de 100km ) ? É uma despesa que vai desviar Portugal dos objectivos principais, o de criar equilíbrios no seu território, criando dívidas para os portugueses insustentáveis nas próximas década. Claro que os galegos não se importam com isso, estão apenas preocupados em ganhar mercado. Pois bem, que Portugal cuide do seu, que exerça a sua soberania, que invista nos portos, que complemente os aeroportos nacionais, ligando-os por Alfa-Pendular e distribuindo as rotas domésticas, permitindo que o Low-Cost " finalmente possa chegar aos Açores. Espero que os portugueses neste momento se unam e não se deixem levar por falsas irmandades.

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