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A grande notícia do dia: o TGV foi adiado por dois anos. O sr. Teixeira dos Santos deu a boa nova e assim, os portugueses poderão continuar a beneficiar dos tais preciosos "vinte minutos perdidos" que a agradável viagem entre Lisboa e o Porto proporcionavam. Em linguagem "luso-governês", o adiamento quer simplesmente dizer "já-mé".
Por outro lado, há que fazer as contas e olhar com circunspecção a histeria que vai para lá da fronteira norte. Quando há alguns dias o empresariado galego ameaçou devido ao fim das famigeradas SCUT no norte de Portugal, a pressão foi nítida e esperava-se a habitual cedência governamental, sempre receosa de tudo aquilo que aborreça Madrid. No caso do TGV Porto-Vigo, a parte a construir por Portugal representará cerca de 100Km, enquanto os espanhóis desembolsarão as verbas referentes a 25Km. Compreende-se então a pressa toureira. Quem entra com a parte de leâo? Portugal.
Quem quer TGV's que os pague.
Entretanto, já temos notícias acerca do PEC: tímidos cortes nas despesas sumptuárias e de funcionamento do Estado (presidentes da república, ministros, deputados, secretários de Estado, directores e administradores do sector empresarial do Estado, comissões de estudos, Fundações, frotas automóveis, despesas de representação, etc): crescimento baixíssimo que impede a criação de emprego e esmaga as PME's através de inevitáveis aumentos de impostos, no conhecido círculo vicioso; persistência na loucura tegevista para Madrid; total ausência de um programa para a formação técnica dos desempregados, especialmente aqueles que hoje têm mais de 40 anos de idade e são mão de obra válida e desaproveitada; silêncio acerca das empresas do Estado que carecem de constantes injecções de capital público; silêncio acerca de um rápido programa de recuperação urbana, capaz de por si criar emprego, estimular a economia e não carecer de grandes investimentos públicos etc.
Pelo seu lado, aquele que chegou a ser apontado como futuro líder da oposição - o sr. Rui Rio -, reagiu tribalistamente à linha Porto-Galiza, atirando as sempre populistas achas para a fogueira anti-Lisboa. Não se excite o sr. Rio, porque na capital poucos quererão ouvir falar em terceiras travessias do Tejo, novas auto-estradas ou TGV para Madrid.
Como se esperava, este PEC fala de taxas e de despesa. Os cortes ficam para as PME's e pequenos contribuintes, ratoneiramente crismados de "médios". Esperemos pelas reacções externas.