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O "Esquema" e os submarinos

por Nuno Castelo-Branco, em 06.04.10

 

A histriónica timoneira Gomes, zarpou em célere bolina para preparar o desembarque a mais uma anormalidade que afanosamente o "Esquema" prepara. De facto a desinformação já começou, procurando arranjar mais uns tostões - que a concretizarem-se serão míseros, - com a questão dos dois (repetimos, dois!) submarinos  da Armada.

 

Infelizmente, o truque de prestidigitação é bem conhecido e sempre o mesmo. Os aflitos angariadores de receita combinam a tácticazinha - pois estratégia é coisa que não atingem - e encontram um fogueiro que atire às pazadas o carvão para a fornalha. Da caça à multa ao automóvel e ao pedestre fora das passadeiras, até ao abiscoitar de mais uns trocos à conta da desonra nacional por incumprimento contratual com agentes comerciais de uma grande potência - a quem algo devemos -, vai um passo. Os jornais reproduzem a cacofonia e as televisões idem aspas. Está criado o caldo necessário para que com este ou aquele condimento encontrado em qualquer prateleira de recurso, se sirva ao crédulo espectador a ideia da "inutilidade" que a Defesa representa para Portugal.

 

A timoneira Gomes está toda encanitada pela imaginosa perspectiva de os almirantes da Armada não serem patriotas, embora lhes deva - ela e tdo o restante "Esquema" pluripartidário - as mordomias que gostosamente vem auferindo desde os tempos em que oportunamente largou amarras do MRPP, atracando o seu rotundo casco noutro cais mais prometedor. Após a necessária reconstrução e carenagem, eis a antiga traineira transformada em carraca novinha em folha, pronta para um rebaptizar, tal como se fazia nos bons tempos em que os navios de linha saíam em série da doca das Ribeira das Naus.

 

Diz a dita cuja que os almirantes "são vistas largas e superficiais, nos contratos de aquisições de equipamentos de defesa que explicam o afundamento das capacidades submarinas e outras capacidades militares em Portugal (...) são desperdiçados em equipamento supérfluo (toma-lhe o leme, Senhor, porque esta carraca não conhece as águas em que navega!) e/ou mal comprado (...) são desviados, em parte, para pagar comissões e luvas em esquemas de corrupção".

 

Os almirantes são "vistas largas", num país de "Esquemáticos" de vistas curtas. Eis a grande diferença.

 

Regateirismo por regateirismo, ela lá deve saber do que fala. A experiência própria, o aumento de peso - político e de tonelagem -, poderá explicar muita coisa.  Se a timoneira Gomes sabe de algo, que fale e já, até porque do "lado de lá" responderão em tiros de bordada.  Terminando e em tira-teimas, vem de dedo em riste desafiar a tropa, perguntando ..."quem afinal, tem sentido de Estado e defende a Pátria? Quem mergulha diante de corruptos lusos ou germânicos, ou quem os defronta e procura afundar?" Como se fosse ela ou gente do "Esquema"...

 

Hilariante, estes navegantes do champanhe alheio e que não têm a mínima noção das águas que cruzam. Ficam-se pela navegação à vista. A timoneira Gomes que comece por contabilizar aquilo que o "Esquema" engendrou nas chamadas E.P's, e tome boa nota que apenas a RTP, TAP, EDP - entre dúzias e dúzias de "esquemas" fundacionais, de estudos em gabinetes e outros acessórios da moda -, além dos desperdícios de fundos nos quais gulosamente participaram muitos dos seus colegas - do seu e dos outros partidos -, teriam dado para renovar uma grande parte da Armada. Sempre queremos ver quantos "esquemáticos" seus colegas nas bancadas, terão beneficiado com a pescaria.

 

E querem estas pretensas tágides anexar nada mais, nada menos, senão uma gigantesca área marítima no Atlântico Norte?! Uma espécie de Mapa Cor de Rosa no meio do Atlântico?! Com que meios?

 

O berreiro típico duma truculenta síntese do eixo Bolhão-Ribeira, poderá ter obtido os seus resultados junto de gente pouco habituada a essas originalidades gastronómicas servidas em terrinas fumegantes. Na sua circunspecção asiática, os indonésios talvez tenham mostrado largos sorrisos à excitada servidora de manjares liquefeitos e na tradicional postura do encolher de ombros, deixaram-na ranger a dentuça à sua vontade. O que havia para tratar, fizeram-no com a administração Clinton, como se sabe. O fogo de Santelmo do costume.

 

Era isso mesmo que acontecia outrora, quando a patroa abandonava a cozinha abanando a cabeça, enquanto a sopeira resmungava contra horários, preços de géneros, tricas com a criada de dentro, folgas para folguedos e outras transcendentes preocupações. No entanto e para regalo de todos, a sopita lá vinha para a mesa.

 

Questões de mercearia, questões republicanas em ano de centenário da vergonha.

publicado às 23:49


1 comentário

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De Anónimo a 07.04.2010 às 17:02

Anas Gomes, Sousas Tavares, Miguéis Portas, Zézinhas Nogueiras Pintos, todos grandes intelectos e robustos talentos, que nada sabem acerca destes assuntos (os submarinos) e que não se impedem de, alarvemente, proferir sobre eles as maiores enormidades "...só porque não; eu não gosto dos submarinos, porque não, e não tenho de explicar nada". Dizem mesmo que sem eles, com o fim da frota, as contas públicas serão salvas (risível) e o fim do deficit assegurado... Ó alminhas domésticas, indigentes cabeleireiras, encéfalos padecentes de nanismo irrecuperável e galopante !

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