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por Manuel Pinto de Rezende, em 24.06.10

Compreendo este post de João Távora.

Os blogues colectivos têm um diálogo interno que não é revelado aos leitores, que acabam por apenas ver o produto final, as postas.

Talvez Carlos Santos tenha sido avisado mais que uma vez, talvez não. Talvez alguém naquele blogue se tenha sentido tão ofendido com o que foi revelado que tenha considerado inaceitável manter aquele registo, e impusesse aos restantes um ultimatum em nome da camaradagem blogueira.

Enfim, pode ter sido uma destas, ou nenhuma.

No entanto, fico desapontado com o desaparecimento temporário de Carlos Santos da blogosfera. Sendo que eu estou na base da "cadeia alimentar académica" e ele está muito pertinho do topo, e ainda por cima somos da mesma cidade (apesar de eu ser um estudante da UP e ele um Professor da UCP) desde os tempos do seu blogue pessoal - ganhei tal asco pelo Simplex que nunca li quase nada dele lá escrito - que venho comentando, ou até linkando no meu blogue pessoal (que mantenho com um amigo) aquilo que discordava e, mais tarde por aqui, aquilo que achei interessante.

Um professor ter mudado de ideias ou ter-se arrependido do que fez numa campanha política não me parece, equanto estudante, um mau exemplo.

 

Daqui passo aos conteúdos da sua escrita. Disse um dos comentadores que o estilo de Carlos Santos é próprio do Portugal Contemporâneo. Eu, que tive o Professor Pedro Arroja numa conferência preparada por mim e um grupo de colegas na Faculdade de Direito da UP, até concordo.

 

O estilo blogueiro português típico não é o de Carlos Santos. Talvez devido à influência anglo-saxónica, Carlos Santos e a malta do PC escrevem como o Guido Fawkes, ou o Devils Kitchen: they kick ass and they take names.

 

Lots of names. E documentos também. E emails. E os ingleses publicam nos blogues fotos dos seus inimigos e chamam-lhes cunts.

Não é bonito, claro, é para meninos e meninas que querem entrar nisto à séria. This is the shit, no coming back.

O estilo do cronista português, que passou para a blogosfera, sente-se muitas vezes perturbado por estas coisas.

Sinceramente, penso que a blogosfera e o Corta-Fitas perderam diversidade e interesse. Não se tem de aturar os insultos e o comportamento de ninguém, pensam uns.

Como o Simplex e o Jamais foram projectos tão grandes, (e é ver as hermafroditas que escreviam no Jamais e no Simplex a pulularem por aí, tanto nos empregos do Estado como na blogosfera, cheios de filosofia e coolness) a bloga mudou.

Estamos a chegar a uma nova fase. Agora tá na hora de aparecerem nomes e levar o combate para outro nível. Não me parece que Carlos Santos esteja assim tão errado no que faz.

publicado às 15:17


8 comentários

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De P.F. a 24.06.2010 às 16:51

De qualquer modo, a blogosfera tem seus dias contados... não é que não continuem a existir blogs. Voltarão é a ser os espaços íntimos e pessoais que estiveram na origem do fenómeno. Esqueçam a esperança de querer "mudar o mundo" com a escrita.
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De Manuel Pinto de Rezende a 24.06.2010 às 23:34

Neste caso, não é uma questão de causas, mas o tom da escrita. Esse, acho que ainda pode mudar.
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De Carlos Santos a 25.06.2010 às 07:19

Obrigado pela sua cordialidade aqui e no corta-fitas. Pode-me contactar sempre em csantos@porto.ucp.pt
Carlos Santos
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De Miguel Vaz a 24.06.2010 às 17:07

Não sou o maior fã do Carlos Santos e considero condenáveis alguns dos métodos que usava (como divulgar correspondência privada com antigos companheiros de blogue). No entanto, como escrevi no meu blogue, a dimensão da teia de influências que revelou não podia ser ignorada.

Mesmo assim, este era um desfecho previsível. No Portugal de hoje, mais do que uma oposição entre esquerda e direita, há uma oposição entre "a situação" e "os outros". E na blogosfera "de referência", onde só se publicam os links "certos", o Carlos Santos estava condenado a um cordão sanitário, como outros autores mais ou menos inconvenientes (vejam o António Balbino Caldeira).
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De Manuel Pinto de Rezende a 24.06.2010 às 23:36

O Corta-Fitas ainda me parece muito anti-situacionismo, ainda que todo o monarquismo democrático esteja ligado, ao que me parece, a certas forças partidárias.
Existe, claro, uma pressão muito forte no mundo da blogosfera.
Não conheço o António Caldeira, mas vou tentar colmatar essa lacuna :)
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De João Távora a 26.06.2010 às 19:57

De facto, caro Manuel, eu estou ligado a um partido do sistema. Porque considero que não podemos desistir de promover a mudança de dentro para fora. O poder destrutivo das revoluções está comprovado no destino a que elas nos conduziram. Quanto ao mais, ficou tudo dito no meu post sobre o assunto.
Cordeais cumprimentos,
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De Manuel Pinto de Rezende a 26.06.2010 às 21:26

Com certeza, João.
Obrigado pelo comentário.
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De Anónimo a 04.07.2010 às 19:28

Estou atrasada no comentário. Mas aí vai:

Cada um sabe onde lhe dói. Sempre disse e digo: não há que ter medo de palavras, desde que certas, ainda, que não bonitas, desfiram-se e acertem no alvo.

O Carlos Santos há-de ter palco e, como então referi no Corta - Fitas, é preciso denunciar, denunciar, denunciar....que as ratoeiras do sistema, se não forem desmontadas, caçam, e podem fazê-lo de forma irreverssível.

Que sorte ser mulher...dizem que falamos muito e há por aí uns D. Rezende que lhes chama «doidas».... mas um dia, ao abrigo de tão clássicas e alegadas características, chamei besta a «um» do sistema...na verdade, reproduzi o epíteto, e ele logo, encarniçado com o Poder, me desafiou para o duelo, à frente do Juíz...e este, claro, cheio das nove horas da Justiça, impôs o seu tique de órgão de soberania....meus caros....só vos digo...nem o Viagra teria aquele efeito....assim que «bufei» o nome do autor, tudo se calou..amochou no tampo da mesa e eu continuei nas citações, com esta voz..tão cristalina....e crescentemente mais pausada...queria certificar-me que a dicção era a melhor.

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