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Aqueles que extensivamente utilizam a subversão armada no sudeste asiático e exploram mão de obra semi-forçada ou em semi-escravatura, recusaram a entrada em Macau, ao navio-escola Sagres.
A primeira questão a colocar, consistirá saber se tecnicamente sendo um navio de guerra, o Sagres fica sob a mira do articulado legal chinês que proíbe navios militares estrangeiros de atracar na "região especial". Assim sendo, as autoridades de Pequim terão o Direito do seu lado.
A segunda interrogação, talvez de mais difícil resposta, reportar-se-á aos meandros diplomáticos e neste momento, não podemos vislumbrar se por detrás desta decisão aparentemente extemporânea e até ridícula, se esconderá qualquer quid pro quo luso-chinês. Mais tarde ou mais cedo se saberá.
A terceira questão, poderá ter uma certa relação com a situação interna em Macau, onde afinal, os iniciais entusiasmos pelo "regresso à pátria mãe" terão esfriado ao longo dos anos. Pois isso está mesmo a acontecer. A presença do Sagres III em Macau, trará à memória, os tempos em que para todos os efeitos a cidade era praticamente independente, gozava de uma grande prosperidade e a liberdade de expressão não era mera retórica para colocar olhos em bico. O que terão agora os decisores de vontades alheias - aqueles que em Lisboa entregaram Macau sem consulta popular - para dizer em público? Provavelmente nada, pois nem sequer saberão apontar no mapa, a situação geográfica do antigo território sob administração portuguesa.
Preferimos acreditar na primeira hipótese.
No fim de contas, os pequineses fizeram mais um grande "negócio da China". Como no dia do hand-over dizia um atónito locutor da televisão tailandesa, no século XVI os chineses entregaram um lugarejo numa praia vazia e receberam-no de volta, transformado uma bela cidade pujante de vida e de riqueza. Com aeroporto, além de tudo e mais alguma coisa.