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Dilma Rousseff e a mensagem do Duque de Bragança

por Nuno Castelo-Branco, em 16.11.10

Por muito que isso seja desagradável para os republicanos, o Duque de Bragança é o Chefe de Estado dos monárquicos. É-nos tão indiferente qualquer eleição presidencial, como nos são alheias as movimentações partidárias para uma escolha que jamais pertenceu a portugueses independentes das máquinas financeiras e dos mais mesquinhos ou turvos interesses de grupo. Simplesmente, não estamos interessados e sublinhamos, jamais reconheceremos a usurpada legitimidade de qualquer "oligarca eleito". Jamais e seja ele quem for.

 

Vivemos um momento de desespero, em que certas pessoas subitamente se dão conta de um património histórico, que decisivamente poderá contribuir para uma saída da actual situação a que o regime conduziu Portugal. Bem pelo contrário, o Duque de Bragança desde sempre tem privilegiado as relações com os países que outrora pertenceram ao espaço nacional, assim como aqueles outros com quem o nosso país há séculos mantém relações. Longe de uma Europa que nos ignora ou menospreza, a Ásia, a África e a América que despontam para o novo milénio, são sempre receptivas a todas as atenções, especialmente se estas não se devem apenas ao egoísta interesseirismo monetário dos agentes políticos.

 

D. Duarte cumpriu o dever que lhe corresponde como nosso Chefe de Estado e agiu em conformidade com a missão que lhe é conferida pela História, longa de quase um milénio. Como nota curiosa, o Partido de Lula e de Dilma não fez a menor menção às saudações enviadas por Chefes de Estado em exercício - ignorou Cavaco Silva, por exemplo -, abrindo uma excepção para o D. Duarte. Para que não haja qualquer dúvida acerca do posicionamento do Duque de Bragança, aqui deixamos o texto enviado à Presidente eleita do Brasil, assim como o comunicado do Partido dos Trabalhadores, inserido no seu jornal:

 

"Da redação: Dom Duarte,  é considerado um homem de mentalidade muito aberta e sempre foi simpático ao governo de Lula. Durante a campanha foi ao Brasil e tentou um encontro com Dilma para manifestar seu apoio.

Dom Duarte é o chefe da Casa Real portuguesa, descende também de Dom Pedro II e, ao contrários dos Orleans e Bragança que moram no Brasil, é um homem progressista.

Entre outras iniciativas de Dom Duarte destaca-se a de“Presidente da Campanha “Timor 87”, onde desenvolveu atividades de apoio a Timor e aos Timorenses residentes em Portugal e noutros países, iniciativa que teve o mérito de dar um maior destaque à Causa Timorense.

Sob a presidência do Senhor Dom Duarte participaram dessa campanha numerosas personalidades notáveis de diferentes quadrantes da sociedade portuguesa da altura, conseguindo-se a construção de um bairro para Timorenses desalojados.”

O interesse de Dom Duarte e dos seus amigos é que Portugal tenha com o Brasil uma aliança estratégica, como a Inglaterra tem com os Estados Unidos, afastando mais Portugal dos EUA, uma tendência que cresce em Portugal e deveria ser explorada."

 

A mensagem na íntegra, enviada no passado dia 6 de Novembro:

 

"Senhora Presidente Eleita da República Federativa do Brasil

 

Neste momento de grande expectativa em relação ao fortalecimento do papel internacional do Brasil quer ao nível económico, quer no âmbito do Atlântico Sul e da CPLP, quero expressar em meu nome pessoal, mas também no da minha família e de muitos portugueses que confiam na representação nacional da Casa de Bragança, a mais viva esperança de que a sua eleição para o mais alto cargo da Nação Brasileira - a Pátria de minha Mãe -permitirá fortalecer os laços culturais e económicos entre os nossos países, e entre as respectivas comunidades emigradas e que a língua portuguesa em que ambos nos expriminos possa ganhar uma ainda maior projecção global.

 

Queira receber, Senhora Presidente Eleita, os meus calorosos cumprimentos e a minha admiração pelos objectivos de justiça social e empenho na defesa dos desfavorecidos que o seu percurso político e pessoal garante ao Brasil, ao mundo da Lusofonia e à comunidade internacional

 

Lisboa, 6 de Novembro de 2010

 

Dom Duarte de Bragança"

 

* Para quem queira ler a notícia no site do PT, aqui deixamos o respectivo link: http://pagina13.org.br/?p=5011



publicado às 18:44


33 comentários

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De Nuno Castelo-Branco a 17.11.2010 às 11:07

Uma coisa é o Estado, outra será a simpatia pessoal ou a preferência partidária. OU deverá Portugal, apenas ter relações com um determinado tipo de países e de dirigentes?
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 17.11.2010 às 20:54

Não! Claro. Deixemos Sócrates ir à Venzuela, ao kadafi e a quem mais? Acho que sim, que deve ir lá vender mais Magalhães, e sei lá o quê mais. Então, isso é normal. Claro que é.
Só não é normal o Rezende expressar-se no uso de um direito que lhe é constitucionalmente consagrado, assim parece. Mas isto é uma democracia votante, onde votam burros, ignorantes e outros iletrados doutores, assim como engenheiros enjeitados e formatados à distãncia, zézinhos; logo Rezende, seu granda burro, da próxima vez cala a boca, senão apanhas. Como no PS! Ora manda aí uma das tuas dissertações sobre o poder de expressão individual, o poder de encaixe e sobretudo o «galão de que eu é que sei».

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