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Dilma, Lula e o Duque de Bragança

por Nuno Castelo-Branco, em 17.11.10

Conhecendo-se a decadência do actual regime português -  que fora das nossas fronteiras, é evidente para todos -, não me causa qualquer espanto esta reacção do Partido de Lula e de Dilma. Apenas desde já deixo bem claro ao Manuel Rezende, que tenho a convicção absoluta da impossibilidade de qualquer condescendência do Duque de Bragança para com qualquer desvario comunista ou afim e faça-nos a justiça de não nos considerar a todos como tolos que querem  "tudo pela Monarquia, mesmo que a da Dilma". No entanto, a política tem aspectos que a nós, míseros leitores de jornais, revistas e blogues, nos são completamente vedados. Se o Duque de Bragança tomou uma atitude, esta foi deveras ponderada, como tem sido o seu hábito ao longo de décadas.

 

Nem sequer me dando ao trabalho de enumerar os clamorosos erros e indecências da "direita brasileira" - conhece o Manuel a "direita brasileira" e tem a consciência daquilo que significa como desleixo, insensatez, roubo e escabrosa ignorância? - e do seu apego ao modismo importado do pior que os EUA têm para oferecer, limitei-me a reproduzir os dois comunicados. Um, refere-se à natural reacção do Duque de Bragança, obrigado como sempre, a responder ao que se passa em qualquer um dos países da CPLP. O nosso colega Manuel Pinto Rezende, decerto preferiria que o Senhor D. Duarte de Bragança nem sequer aparecesse em Luanda, Maputo ou Bissau, dada a natureza dos regimes que por lá vingam. Bem pelo contrário, aparece e representa sempre a cooperação portuguesa que importa, pois actua junto de quem precisa e não dos círculos de "negócios da alta" que por cá, são tão agradáveis a Belém e a S. Bento. A acção régia incide principalmente nas zonas rurais, onde faltam as ferramentas que proporcionam o alimento a arrancar da terra, nas escolas onde para nosso bem, o português se vai afirmando e nos postos médicos que debelam doenças endémicas. Para que isso aconteça, o Rei precisa de um normal relacionamento com as autoridades reconhecidas, isto é, com aquilo que normalmente se designa por Estado. Cumpre afinal, o papel que no Reino Unido é reservado a Isabel II, reconhecida chefe da pujante Commonwealth britânica. De facto, não consta existir qualquer problema nas protocolares mensagens de congratulação que a soberana envia a Islamabade, Pretória, Acra, Nova Deli, Campala, Nairobi, etc.

 

O caso brasileiro é mais notório, dado aquilo que o país representa. A primeira questão que o Manuel podia colocar, decerto referir-se-ia ao porquê da ascensão de Lula da Silva, do PT e de todos os seus aliados? Sendo o Brasil um país incomensuravelmente mais importante do que qualquer Cuba, Bolívia ou Venezuela, como se explica então este episódio esquerdista? Como foi possível ter aquele país enveredado por um galopante processo de industrialização, acumulação de riqueza e progresso científico, ao mesmo tempo em que se assistiu a uma clamorosa dicotomia na distribuição de rendimentos e pauperização extrema de uma vastíssima camada da população? Porque fugiram tantos para a Europa e América e isto, muito antes de Lula ter chegado ao Palácio do Planalto? Pior ainda, o arrogante novo-riquismo de uma ínfima minoria, atirou um impressionante número de pessoas para os centros urbanos, provocando o caos, a guetização social e claro está, o crime quase institucionalizado como normal modo de vida. Onde esteve então, essa "direita dos valores", sempre disposta a alçar a cruz como exemplo? A isto, acrescente-se ainda a verdadeira outorga de armas ideológicas - pois é disso mesmo que trata - aos mais radicais esquerdistas, fazendo proliferar dissidências na Igreja Católica. O surgimento de ridículas seitas protestantes - como muito bem diz o nosso amigo Carlos Velasco, são mais novas que qualquer garrafa de whisky de qualidade média - e de "padres revolucionários", teologias de "libertação" e outros bem conhecidos apêndices da subversão, não foi por mero capricho ou maquinação satânica. Que se note bem a palavra subversão, para que não haja qualquer má interpretação - intencional ou não - daquilo que digo.  É sobejamente conhecido o percurso político de Dilma Rousseff e as amizades perigosas que há mais de um quarto de século cultivou. Conhece-se o sistema de controlo apertado do aparelho estatal que o PT praticamente tomou de assalto e que indicia algo de muito preocupante e que tão bem se distingue aqui mesmo, em Portugal.

 

O Brasil não é a Venezuela. Qualquer deriva no sentido que o Manuel teme, ou seja, o comunismo, decerto terá uma pronta resposta interna. Disso pode ter a certeza. Essa resposta não caberá apenas às Forças Armadas, mas também à "direita sociológica" e não hesito em afirmar, a uma grande parte do próprio eleitorado de Lula/Dilma. A verdade é que justa ou injustamente, a melhoria das condições de vida de muita gente, aconteceu durante estes últimos anos, no seguimento de um processo de saneamento iniciado muito antes, mas que apenas se tornou sensível no mandato de Lula da Silva. Há ainda que notar, nada existir que indique uma forte deriva comunista nas intenções da política externa brasileira, antes pelo contrário. Os mercados e o capitalismo bolsista estão encantados, os vendedores de armas Made in France também. A reacção dos famigerados mercados, é bem o exemplo desta realidade. É evidente a sede de protagonismo, um tanto ou quanto barroco, dos agentes de Brasília pretenderem fazer figura de "grande potência", embora disso ainda longe estejam. Também é certa, a contemporização com os evidentes abusos do chamado MST e o perigo da sua transformação num exército émulo das FARC. Este é talvez, o primeiro problema a colocar-se ao próprio governo do PT, ameaçando-o de ser "ultrapassado" pelos auto-denominados "queimadores de etapas". Mas isso coloca em risco a segurança do próprio sistema de que o PT - uma espécie tentacular de PS local - é hoje, o principal beneficiário.

 

Os próximos meses demonstrarão quais os caminhos que o governo Dilma - ou melhor, Lula - trilhará. Aguardemos.

 

* Sugiro a leitura do comentário do meu irmão Miguel, ao post que o Manuel deixou. Em poucas palavras, diz o essencial. Um poder de síntese que para mim, é inatingível.

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publicado às 14:16


14 comentários

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De Mendo Henriques a 17.11.2010 às 17:06

Que excelente análise geoestatrégica e sociológica de Nuno Castelo-Branco. Até seria de o colocar nos istes brasileiros para se perceber como em Portugal há gente de visão... Este post devia ser de leitura obrigatória para qualquer monárquica e espero que tenha a maior divulgação possível ... Por mim irei partilhá-lo
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De Anónimo a 17.11.2010 às 20:40

Pois há gente de visão. Só que os que deviam andar à frente, saem à rua de quando em vez, «no dia em que o rei fez anos», anos de qualquer coisa.

Post francamente desaproveitado, que denota uma reacção que não podia nem pode ter lugar tão acesamente em frente de todos.
Que pena, o Nuno Castelo - Branco não ser o titular da Coroa portuguesa. Com tamanha «descasca»,quem sabe, a Republica já tinha ido até aos Estados Unidos, o tal país de «modismo» inaceitável!
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De Nuno Castelo-Branco a 17.11.2010 às 21:46

"Modismo inaceitável", decerto o leitor percebe exactamente o que quero dizer. De facto, vivem fechados num minúsculo círculo social de condomínios guardados por milícias armadas, passam o tempo a macaquear Miami e numa versão anacrónica e bastante Sulista, cultivam um estranho pendor para o considerar a servidão como coisa natural. Fazem-nos lembrar os patéticos senhores que nos entram casa adentro nos telejornais da SIC Notícias, debitando catadupas de chavões em inglês e sem qualquer sentido para uma realidade que é bem mais difícil para quem não circula nesses meios, ou seja, a imensa maioria.
Por outro lado, há uma certa elite económica brasileira que muito tem feito para a quebra dos laços entre o Brasil e Portugal. Nesse aspecto, o complexo de ex-colónia - que já não o é desde 1808 !-, copia ponto por ponto, toda a tralha importada do grande vizinho do norte. O resultado está à vista. Megalópoles onde 1/3 das habitações são barracas de favela, uma vastíssima parte da população sem os meios mínimos de sobrevivência, etc. É claro que dos EUA, copiam o aquilo que menos interesse poderá ter para o desenvolvimento harmonioso da sua própria sociedade que na verdade, desprezam como "coisa de negros e mulatos". Ora, isso paga-se muito caro. O que andaram a fazer nos últimos 50 anos? Eis a a questão que a chamada oligarquia deverá colocar a si própria. Quem criou o monstro-papão comunista? É muito fácil, atirar a responsabilidade para cima do legado histórico português e é precisamente isso, o que uma boa parte da "direita brasileira" faz. Profundamente ignorante e preconceituosa, é mestra-chefe no ridicularizar dos portugueses e em tecer loas a outras "possibilidades" que uma Holanda, por exemplo, poderia ter representado para o Brasil. É claro que não lhes passa a cabeça olhar para o mapa e vislumbrar o Suriname, os "grandes feitos" dos boer sul-africanos ou a Indonésia, onde o holandês não é falado. As elites monetárias brasileiras, podem ser vistas todos os dias nas telenovelas que de lá chegam. Isso é que se torna profundamente lamentável, ridículo e escusado.

Nota final: não fui, não sou, nem poderei jamais ser comunista.
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De Anónimo a 17.11.2010 às 20:36

Acho simplesmente o post lamentável, denotando intolerância para com um Colega de Blogue, que bem podia ficar «intramuros».

Acho lamentável mais uma vez a referência que me parece negativa aos Estados Unidos e já não é a primeira vez.

Acho que cada um tem o direito de se manifestar, como o Pinto de Rezende fez, não tendo os leitores que ler o raspanete que este post encerra.

Acho lamentável que a monarquia actual portuguesa mande missivas para Dilmas e afins, mas não se esforce para mudar o tal estado de situação que urge mudar.

Não! Nem sequer vou ler a sugestão do irmão do Nuno Castelo - Branco, que estará certamente bem escrita, pois quer um como o outro escrevem bem, melhor do que bem. Não aceito é a superioridade com que a remissão é feita.
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De Nuno Castelo-Branco a 17.11.2010 às 21:27

Caro leitor, se eu me sentisse superior, nem sequer me daria ao trabalho de escrever um post. Não estou a dar qualquer raspanete ao Manuel, mas sinceramente, parece-me que chama de estúpidos a muita gente e como este é um blogue onde não se pratica a censura - até os comentários são abertos -, nada perdermos em trocar opiniões.
Volto também a frisar que perfilho inteiramente do ponto de vista da utilidade da aliança com os EUA. Quanto a isso, não pode existir qualquer dúvida, mas isso não me impede de avaliar ponto por ponto, o que está errado. Por exemplo, a certeza da nossa fidelidade, sempre serviu para um certo desleixo perante as necessidades portuguesas, desde o reequipamento das forças armadas, até aos tristíssimos episódios ocorridos durante a Guerra de África, o caso de Goa, a acção das fundações "privadas" norte-americanas, etc. Para nem sequer tocarmos muito no assunto da quase grátis base das Lajes.
Desde o início sabia que o Manuel P. Rezende não partilha as minhas opiniões e isso é encarado da forma mais natural. No entanto, creio ser prudente avaliarmos a situação de uma forma desapaixonada, até porque não possuímos todos os elementos necessários a uma análise da situação. Se o Rei o fez, foi porque teve fortes argumentos para tal. Todos sabem que D. Duarte não é um homem para precipitações de qualquer espécie e muito menos ainda, para conluios ou segredos. Simplesmente, não se compromete.
Como nota final, percebo que o móbil da controvérsia, reside naquela passagem da carta em que fala do ..."percurso pessoal e político"... de Dilma Rousseff. Precisamente, o percurso ao longo das últimas quatro décadas, é uma leitura mais que provável de corresponder à verdade. O futuro o dirá.
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De Nuno Castelo-Branco a 17.11.2010 às 21:28

dizia, "nada perderemos"
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De Anónimo a 20.11.2010 às 13:29

O Nuno Castelo - Branco é chamativo pela sua escrita, pelo seu discurso, pelo facto de utilizar a expressão sem tabus. Tem, também, a elegância de responder com a sua franqueza e até de forma apaziguadora. O que considero na minha apreciação. Todavia, desculpará, apesar da razão que lhe possa assistir, até por alguma irreverência da parte do seu Colega do Blogue, resultou para mim que lhe deu o «raspanete».
Não me agradou esse aspecto, nem o pode abrigar na liberdade de expressão. Uma leitura minha, que vale o que vale. Não descurando, depois, dos comentários que sobrevieram e o apoiaram na sua exposição, porém, apontados ao seu Colega. Isso, sim, é algo de lamentar e francamente DEPLORÁVEL!
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De Anónimo a 17.11.2010 às 20:48

Portanto, vamos aceitar que Sócrates também tem o direito de visitar venezuela e seus amigos ditadores, creio eu de que.

Vamos também aceitar que os comunas e ditadores enalteçam Sócrates e camaradas. É assim a liberdade de expressão.
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De Carlos Velasco a 18.11.2010 às 00:12

O povo é sereno! É só fumaça!
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De Nuno Castelo-Branco a 18.11.2010 às 01:36

Esperemos que seja, Carlos. Quando chegam ao poder, muitos, a maioria, mete logo os grandes "ideais" na gaveta e atira a chave para o meio do areal da praia. Desconfio muito que é disso mesmo que se trata. Aliás, existem certo tipo de "mensalidades" que não se coadunam minimamente com o arquétipo revolucionário castrista, chinês ou do desaparecido bloco de leste. Aquela gente quer ascender à burguesia que "detesta". Lá chegando, farão inveja a qualquer "Kiki" de Cascais. Negócios, comissões, mordomias e... petróleo a rodos para fazer qualquer coisa melhor. De facto, quem até há dez anos mandou no Brasil, foi escandalosamente negligente e o resultado está aí, bem à vista de todos.
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De P.F. a 18.11.2010 às 03:40

"A verdade é que justa ou injustamente, a melhoria das condições de vida de muita gente, aconteceu durante estes últimos anos, no seguimento de um processo de saneamento iniciado muito antes, mas que apenas se tornou sensível no mandato de Lula da Silva."

Esta é a verdade que faz ganhar eleições, que faz a economia crescer - independentemente das consequências futuras -, que faz o povo ter o "pão nosso de cada dia". Porque o povo está-se pouco nas tintas para ideologias, símbolos e conceitos políticos. Seja ele brasileiro, português ou guatemalteco.
Afinal, porque assusta tanto a Dilma? Que puta de ordem mundial é essa que faz a Dilma e o Chávez serem personas non gratas e o Obama e o Bush pessoas muito aceitáveis? Que bem trouxe essa dita ordem mundial?
Eu não sei que espécie de "New Deal" está a ser levado a cabo no Brasil nem a factura que irá ter de ser paga pelo povo brasileiro quando a festa acabar. Nem sabemos quando esta irá acabar nem como. Não passaram tantos países por fases análogas, como os próprios EUA? Como a própria Europa? Só espero que a Dilma, seja ela comuna, social-democrata ou o que quer que seja, aprenda com os erros destes antecessores que agora se arrogam a senhores do mundo, mas estão endividados até à medula por causa dos seus jogos de guerra e de muita trapalhada.
Uma coisa o Brasil pode arrogar-se a ter: soberania! Poder de decisão sobre o seu próprio destino. Nós em Portugal temos andado a enterrar o nosso desde 25A e nada adianta estendermos a mão aos EUA nem a quem quer que seja pois eles não entrarão com um cêntimo se não abdicarmos da nossa soberania governativa (e outras, se preciso for) e aí eles governarão isto tendo em conta apenas e só os interesses dos credores.
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De Pedro Quartin Graça a 18.11.2010 às 15:44

O Nuno CB tem absoluta razão. O passado de Dilma não era abonatório mas temos de ver que passaram 40 anos e seguramente a Senhora redimiu-se. Se SAR escreveu o que escreveu terá as suas fundadas razões, sempre numa perspectiva daquelas que são as relações de amizade entre Portugueses e Brasileiros!

Pedro Quartin Graça
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De Anónimo a 20.11.2010 às 13:13

A Senhora redimiu-se! Se calhar sim! Não se conta, porém, algo diverso dela? Ou será que só pelo facto de dizer tão bem de Duarte Pio, já é tida como a Maria das Purezas?
Arrependidos? Acho que vamos ter uns quantos em Portugal, geralmente na altura das eleições! Quanto a esses?
Tenha dó!
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De Carlos Velasco a 18.11.2010 às 20:46

Caro Nuno,

Antes de dar qualquer opinião, gostaria de saber por quem a carta foi escrita. Saiu da mão de S.A.R. ou foi obra de algum conselheiro?

Um abraço.

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