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Os verdadeiros e únicos amores são os impossíveis. Aqueles amores que nos caiem no colo, e dos quais nos aproveitamos para passar um tempinho, esses não têm piada nenhuma. Uma coisa é ser conquistado, outra coisa é conquistar, outra ainda é termos a sensação de que nos apaixonamos sem estarmos à espera disso - isso não existe, ou melhor, não devia existir - antes de nos apaixonarmos verdadeiramente, o nosso coração é avisado e já sabe que aquela pessoa é um possível alvo. Quando assim não acontece, os amores nunca resultam, simplesmente porque não existiu o clique inicial - um amor sem clique inicial é uma traição ao coração.
Ora aí está, sempre que este clique inicial existe, estão abertas as portas para uma possível relação. Ou seja, a mesma torna-se impossível. Conhecem alguma pessoa que tenha sentido este clique por alguém que esteja interessado nela? Claro que não. Este clique é dado a dois tempos, primeiro numa pessoa, só depois na outra - o que faz com que este amor seja impossível, pelo menos durante algum tempo. Esta é a fase da paixão em que apenas pensamos numa pessoa, quando o que realmente queríamos era pensar em tudo o resto que não ela e esta é também a fase em que ficamos com a língua presa e começamos a gaguejar perante o ente amado - rapidamente ficamos desiludidos e afirmamos a nós próprios a impossibilidade desse amor. Assim, um bonito amor impossível morre, por falta de coragem do tornarmos possível.
A impossibilidade do amor nada mais é do que uma fase do amor perfeito, aquele pelo qual todas as pessoas sonham, mesmo que na intimidade do lado menos transparente do coração. Esta impossibilidade de uma relação só a pode tornar possível.
Não sei se esta é a verdade dos factos, mas algumas das pessoas que estão a ler este texto certamente que estão apaixonadas e sem força para lutarem por aquilo que sentem. Esta pode ser uma pequena ajuda, para que nunca se arrependam de não terem ao menos tentado.