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Bem avisámos que esta eleição era passível de ser um teste à legitimidade da instituição. Não nos enganámos.

 

Após a vergonhosa derrota de ontem, os esquemáticos preparam já um pífio Tordesilhas, iniciando as sugestões para a introdução do voto obrigatório. O Sr. Marcelo Rebelo de Sousa, assim de forma mais ou menos desinteressada sugere o dislate e já se espera uma concordância por parte do PSD. No PS levantar-se-ão algumas vozes dissonantes como a praxe estrabelece, mas finalmente e para o bem da democracia, surgirá um projecto consensual que ditará a respectiva aprovação parlamentar.

 

Antes de ser um dever, o voto é um direito. A absurda obrigatoriedade, implica o reconhecimento da falta de credibilidade que atinge a generalidade dos agentes políticos, hoje mais que nunca, imensamente carentes de legitimidade. O dever decorre da lisura dos processos eleitorais que saem da Lei, onde o sistema electivo pode ou não adequar-se às necessidades da população. De facto parece ser aceite, a enorme discrepância existente entre o eleitor e o eleito, permitindo os caricatos episódios que têm pontilhado de má fama um Parlamento que deveria ser o supremo órgão de soberania. Estorietas de viagens, truques de residência para a obtenção de "ajudas de custo", subsídios imerecidos, abusivas ajudas de custo e o boyismo militante que sufoca a respeitabilidade dos parlamentares, como ou sem razão são motivo de contrariada chacota por parte do homem da rua, cada vez mais descontente com o rumo da coisa pública. A seu ver, o Parlamento resume-se a um bando de vulgares tagarelas de tasca de bairro e a uns tantos cartões de crédito, bilhetes de avião, comezainas, carros de luxo e hotéis pagos pelo erário público.

 

O falacioso argumento republicano da absoluta igualdade de oportunidades, foi esmagado nesta mesma campanha presidencial, onde o "pobrete e alegrete" candidato Coelho, detentor de mais de 4% dos votos, foi arredado de qualquer debate eleitoral com os seus contendores. Sem dinheiro, tempo de antena e igualdade de tratamento por parte da comunicação social, envergonhou o bem instalado sistema. A mentira e a hipocrisia, tornou-se num esquema mascarado por umas tantas gravatas ou fatiotas adquiridas na Avenida da Liberdade.

 

Os homens deste tipo de poder vivem mais um momento de ilusão, apontando e acusando de desleixo, um eleitorado que em primeiro lugar deverá servir os seus projectos pessoais - do presidente -, ou de grupo - o Partido -, invertendo a ordem natural das prioridades.

 

A "esquerda portuguesa" está ridiculamente estupefacta pelo calamitoso resultado ontem obtido, não tendo visto qualquer um dos seus candidatos - por mais que tentem lobrigá-lo como "companheiro", Nobre está longe, muito longe de pertencer à dita "esquerda portuguesa" - consagrados por um voto de compreensão que consolasse o desastre. Bem se dedicará a "esquerda portuguesa" a perorar acerca das excelências da infausta senhora centenária, porque bem poderá ir pensando num adiamento sine die do seu regresso à titularidade da chefia do Estado e a tudo o que ela promove e acarinha.  Quando Cavaco Silva terminar o mandato que 23% dos eleitores lhe conferiram, estará já numa fase de aquecimento o Sr. Durão Barroso, terminada a sua apoteótica missão em Bruxelas. Não faltará sequer no currículo, a glória de ter "feito frente à Merkel" e o seu incomparável carisma que permitiu a "salvação da Europa". Esta é a melhor das hipóteses para a "esquerda portuguesa", porque a não ser assim, o Sr. Marcelo Rebelo de Sousa, com um triste e ansiosamente resignado sorriso, aceitará o penoso sacrifício.

 

Já obtido o sonhado bodo presidencial, os partidos da "direita portuguesa" tudo farão para o conservar ad eternum, nem que para isso aquiesçam com o espúrio voto obrigatório.

 

Já terá o Esquema cogitado na hipótese de uma maciça votação nula?  Como reagiriam a algo que há muito merecem?

publicado às 19:22


6 comentários

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De FR a 24.01.2011 às 21:08

O Miguel Sousa Tavares acaba de dizer a mesma coisa na SIC. Alias, "voto obrigatorio, nao; penalizacoes para quem nao vota!"

Que seja! E da maneira que a abstencao tem ainda mais significado.
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De Carlos Velasco a 24.01.2011 às 21:52

Caro Nuno,

E a coisa não acaba por aqui. O Marcelinho avançou na TVI a ideia de se discutir também o sistema de votação electrónico, tão querido do Chavez e do PT no Brasil. Com isso, para além de se poder controlar os votos dos cidadãos, ainda se pode manipular os resultados. Ou será que alguém ainda confia na palavra dada pelos criminosos do PS e do PSD?
Para os que quiserem conhecer esta modernice que tanto encanta os socialistas dessas duas facções, deixo um link interessante:

http://www.cic.unb.br/~rezende/trabs/relatoriocmind.pdf

Esses tipos não estão a brincar. Querem mesmo a ditadura, mas disfarçam melhor que os do PCP e do BE.
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De Anónimo a 24.01.2011 às 21:57

Quero ver quem me obriga a votar....venha daí a lei ordinária que o preceitue...
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De editor69 a 24.01.2011 às 23:37

Um é um copista plagiador (Miguela S Tavares)...
o outro é um Shôdotre de Botar-Faladura...produtos chineses cá do burgo tuga...não contam para nada...o povão verdadeiro nem lhes sabe o nome ao contrário do que eles julgam...pensam mesmo que são importantes...NÃO SÃO!
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De João Pedro a 24.01.2011 às 23:41

Não acredito que Barroso se lance à presidência. Marcelo alimenta essa ideia há anos. Aposto um almoço em que será ele o candidato do PSD (caso ainda haja eleições presidenciais, claro).
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De Carlos Álvares a 25.05.2011 às 22:00

O voto obrigatório, quando não votar é um acto patriótico, confirma que o regime criou um Estado de Direito Mafioso. Que ninguém duvide.

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