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Durante duas semanas e após termos escutado Obama hora a hora, a crise egípcia resolveu-se da forma esperada. Os militares abertamente assumiram o poder e por enquanto, mantém-se um aparente status quo. Durante alguns dias, as constantes inconvenientes impertinências da Casa Branca foram motivo para espanto, pois sabe-se o pernicioso efeito que exercem junto da opinião pública do chamado "mundo árabe", principalmente quando se trata de regimes "amigos do Ocidente".
No entanto, o que dizer da situação que agora se verifica?
Se excluirmos uma e inócua curta frase da senhora Clinton, Washington tem estado ostensivamente ausente dos acontecimentos num dos mais antigos e inflexíveis regimes inimigos dos Estados Unidos. Conhece-se bem o currículo de Kadhafi e a ninguém poderá passar despercebido, este inusitado desinteresse pelo evidente descalabro que se verifica em Trípolis. O "cadáver a que estamos amarrados", fala quando não deve e permanece mudo quando não pode. A menos que entretanto, toda esta situação tenha sido cuidadosamente planeada e coordenada pelos diversos departamentos de Estado americanos. Dada a alegria que já se manifesta nos círculos islamitas, parece duvidoso.
Sabemos da pouca influência que as arengas estrangeiras têm sobre a Líbia, mas a opinião pública ocidental tem o direito a sentir-se segura quanto à prossecução das políticas de Estado. Assim, quem tanto tem exercido o dom da oratória, não pode desta vez permanecer alheio a uma situação tão ameaçadora. Mutismo quanto à Líbia e o Irão. Tudo isto é estranho.
Por cá também temos o nosso cadáver. O mal-cheiroso despojo, encontra-se dividido por vários Palácios - três - com vistas para o Tejo.