Caro Pedro:
Nesta questão, não poderia estar mais de acordo com o Nuno.
É lição elementar da história que onde surge um vácuo de poder, alguém o vem preencher.
Bem sabemos que uma parte significativa de tentacular crime organizado que enfeita a imaginação de tanta gente, emergiu de processos semelhantes aos desta recente maré de hecatombes entre as tiranias árabes 'seculares' — recordemos as origens de uma Camorra, ou de uma 'Cosa Nostra', das máfias emergentes da ex-U.R.S.S., dos 'gangs' da babilónica América, das 'Tríades da longínqua China, dos Yakuza do sereno Japão...
Ora, por mais insólita que possa parecer esta comparação da Al-Qaeda com os exemplos que acima invoco, estamos claramente perante um caso, em tudo semelhante ao que noutros lugares, períodos da História e circunstâncias, deu o 'momentum' a esses outras mais mundanas cliques.
Mal o poder cai nas ruas, aqueles que se organizaram de antemão com o propósito confesso de o adquirir ou até outros bem diversos, logo tratam de lhe deitar mão. É quase tão certo como o resultado de uma simples operação aritmética.
Ora, tal não significa que tais organizações, com raízes profundas nos terrenos onde florescem e prosperam, sejam de facto agentes destacados e empenhados no processo de destruição do poder que os precede.
Nestes casos devemos tão-só recordar o velho adágio— "a ocasião faz o ladrão..."
Think about it...
Um Abraço de Longe,
Luís Filipe Afonso, NBJ