Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Neste post de 9 de Fevereiro, dizíamos em tom de interrogação que Kadhafi preparava o regresso da Monarquia. Pelas notícias que vão chegando, algo se está a passar nesse sentido, mas de uma forma que o caudilho de Trípoli não poderia esperar.
Segundo uma fonte próxima da Casa Real, Muhamad as-Senussi regressará nos próximos dias ao seu país, estabelecendo-se provisoriamente em Bengazi, capital da Cirenaica e da vasta área tradicionalmente afecta à sua causa. Há que notar a facto de os Senussi serem os chefes de um movimento religioso que conta com um terço da população do país. Quando se iniciou o movimento e verificado o âmbito territorial deste, de imediato fizemos postar - mesmo antes de qualquer imagem televisiva - a bandeira da Monarquia líbia, pois parecia ser nítido o patrocínio da União Constitucional Líbia que tem funcionado a partir dos exilados em Londres. A súbita aparição de milhares de bandeiras - especialmente aquelas bem actuais e feitas com materiais sintéticos, inexistentes antes de 1969 -, fez-nos pensar na hipótese de uma operação bem planeada. As cores realistas espalharam-se ao longo de todas as cidades do leste e foram rapidamente adoptadas como símbolo de todos os sublevados. Já se confirma igualmente, a adopção do Hino Real como outro dos símbolos recuperados, sem que tudo isto queira significar a imediata restauração da Monarquia. No entanto, o "já simpatizante" Público, anuncia abertamente o ..."agitar de bandeiras da Monarquia".
A ser assim, estamos perante um bom número de dados a observar e interligar:
Exilados de Londres; uma rápida - desde o 1º dia - e constante reacção por parte de Foreign Office britânico; os interesses da City - os negócios não se compadecem com amizades inter-atlânticas - e a presença de bases do R.U. em Chipre e na entrada do Mediterrâneo; o longo, comprometedor e inesperado silêncio da Casa Branca, desta vez em ostensiva inicial dissonância com os britânicos; posters do defunto rei Idris I que surgiram em todo o leste do país, acompanhados por bandeiras e outro material de divulgação; a preciosa ajuda da Aljazeera, sediada nos emiratos e pertencente aos círculos reinantes locais, muito próximos da Grã-Bretanha.
Parece pouco, mas são estes alguns dos indícios, sem que nos atrevamos a adoptar qualquer teoria da conspiração. Conhecendo-se a volatilidade do Estado "nacional" líbio, poderemos estar no alvorecer de um novo país de fronteiras ainda indefinidas, mas com inegáveis potencialidades económicas e alguma coesão tribal. Paralelamente, todos os dados conhecidos acerca da divisão da exploração do petróleo poderão reequacionar-se, no caso de uma independência da Cirenaica, ou da vitória total dos revoltosos.
Os próximos dias o dirão.
Em Tobruk, a foto do rei Idris
"BREAKING NEWS: A source close to Libyan royal claimant Muhammed as-Senussi announced that the “Crown Prince” plans to return to Libya “in the next few days”. Senussi has long been outspoken in his opposition to the government of Libyan leader Moammar Kadhafi, On February 25, the Crown Prince remarked that “The Senussi family considers itself as in the service of the Libyan people,” implying that he would return if asked to do so.
It is expected that the Crown Prince will arrive in the city of Benghazi, center for anti-Kadhafi forces and capital of the Cyrenaica region. Support for the Sensussi family has traditionally been strong in this region. The Senussi family is also the leaders of a religious movement, which counts a third of Libya’s population as adherents. The Libyan opposition has adopted many symbols from the royal era, which lasted up to Kadhafi’s coup in 1969, most notably the red, black and green tricolor, but also the national anthem."