Estado Sentido

Este "catedrático de História Medieval da Universidade de Sevilha", decidiu-se pela publicação no nº 81 da revista Historia (National Geographic), de um curioso artigo sobre a batalha de Navas de Tolosa. Passando distraidamente a vista sobre o texto, pareceu-nos estranho não vislumbrar qualquer referência à participação portuguesa na referida batalha e pensando termos saltado uma parte da prosa, voltámos ao início. 

O sr. Fernández vai desfiando efectivos e nomes de monarcas envolvidos na refrega, mas da hoste portuguesa, nada, nem a mais leve insinuação. Podia ter recorrido aos imediatos serviços escolares primários da wikipedia, mas preferiu embrenhar-se nos conhecidos sonhos de grandeza, moinhos a fazer de realejos e criadagem de luzidia pança. O catedrático fica-se por Afonso VIII de Castela e pelos hoje em dia "autonomizados" Pedro II de Aragão e Sancho VII de Navarra. Esta é a historiografia oficial espanhola, também aqui e aqui apresentada a quem a queira engolir. Já conhecemos as risonhas interpretações da "Complutense" acerca do 1º de Dezembro de 1640, assim como a desertificação do tema Aljubarrota e dos acontecimentos de 1383-85, Invasão Franco-Espanhola de 1807, a Invencível Armada, o distorcer da legalidade sucessória em 1580 e muitos etc mais. Quem não se recorda da brilhante tirada num telejornal da TVE que no dia da entrega de Macau aos chineses, dizia que a cidade fora .."una antigua colonia española hasta 1640"?

Ficamos então à espera, daquilo que o catedrático-estoriador terá a dizer acerca da batalha do Salado. Terá imaginação ou topete para tanto?

Há coisas que não mudam.