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Um enorme baú de vulgaridades

por Nuno Castelo-Branco, em 24.03.11

As atitudes são quase símbolos e espelham bem o carácter de quem as toma.

 

Há umas semanas, o deplorável evento da omissão do PEC 4 ao Presidente e Parlamento. Dias depois, o absurdo discurso presidencial, quase de chefia de partido. Ontem e após o início da sessão para a discussão do mesmo PEC, outra cena caricata, quando o 1º Ministro sai do hemiciclo, numa inegável demonstração de desprezo pelo mesmo. Minutos decorridos, dois Ministros - os mais importantes - ausentam-se ostensivamente, deixando Manuela Ferreira Leite discursar para deputados que não podiam desconhecer aquilo que tinha para dizer. Este tipo de ordinarice tornou-se de tal forma corriqueira que passou a fazer parte integrante do sistema vigente.

 

É este, o gabarito democrático da gente que diz governar Portugal. É esta, a gente que tem pretensões a concitar o respeito dos comuns mortais que lhes pagam as mordomias e a proeminência muitas vezes imerecida. É este, o resultado de um longo período de ausência do autêntico parlamentarismo em Portugal, esmagado pelos cacetes e lápis azuis de Afonso Costa e Salazar. Aqui está o resultado, esta é a República Portuguesa.

 

Mas o caso não ficou por aqui. No mesmo dia, o Presidente que diplomatas estrangeiros dizem ser um sujeito vingativo, tira a mesquinha desforra daquilo que se passou há duas semanas. Mal o seu ainda 1º Ministro saiu de Belém, apressou-se a divulgar o pedido de demissão que aquele lhe fora apresentar e sem sequer aguardar o comunicado oficial do dito cujo. Como diz António Barreto, o espectáculo não é dos melhores.

 

Eles já nem disfarçam, acham alguns, enquanto outros pensam ser essa, a grosseira essência do regime. Esta gente é tralha de um enorme baú de vulgaridades. Esta gente não serve, não presta. Bem podia ser reciclada na Inglaterra.

 

publicado às 11:28


2 comentários

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De João Quaresma a 24.03.2011 às 16:28

Tem razão Nuno; e assim o currículo da República vai sendo enriquecido de factos de que, como dizia o clone do Sócrates ontem, falarão os livros de História. E é esta gentalha que gosta de falar na «ética republicana».
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De Olindo Iglesias a 25.03.2011 às 14:55

Nuno,


Só não concordo quando diz "É este, o resultado de um longo período de ausência do autêntico parlamentarismo em Portugal, esmagado pelos cacetes e lápis azuis de Afonso Costa e Salazar."


Será? Afinal a 1ª República não foi igual ou pior ao que se vive hoje? E até mesmo antes quando, apesar de tudo tínhamos a sorte de ter um Rei, no meio de um Parlamento caótico?


Será que o Salazarismo não foi apenas uma consequência desta falta de espírito de serviço público?

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