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Mesmo admitindo que tenho seguido com pouca atenção a evolução política nacional pós-tumor, a verdade é que não apareceu ainda a mais ténue indicação de reais pretensões de mudança. O poder não se afastará muito de onde se vem instalando, cada vez mais confortável, desde há 3 décadas; o PS não vai lavar a cara da imundice socrática que marcou a sua última década (e a de Portugal, por arrasto, e triste sina). O PSD vai divagando sobre as formas e companhias pelas quais irá inevitavelmente chegar ao poder, em vez de delinear efectivamente uma estratégia de emergência que nos tire deste buraco. O PS não precisa de se reinventar porque sabe que o jogo das cadeiras o conduzirá de novo ao governo dentro de 4, 6 anos. Ao PSD faltam tomates, desde que perdeu os de Manuela.
Continuam a pedir-se esforços e sacrifícios às mijinhas em vez de se os impôr com a radicalidade que a situação exige.
De entre os organismos dependentes do estado, quais os obsoletos, quais os dispensáveis? Quem se propõe objectivamente a eliminar este ou aquele parasita que nos consome os impostos sem nada produzir?
A falta de vontade de votar não é mais do que a falta de fé nesta política partidocrática que não tem capacidade de se auto-regular e tampouco alguém verdadeiramente livre e independente que a regule. Será esta, talvez, a principal razão de ser monárquico: o Rei é livre, o Presidente dificilmente o será.
A julgar pelo que tenho visto, só mesmo a questão do aborto poderá eventualmente despertar-me da indiferença com que vejo o próximo processo eleitoral, pelo que só um partido que se proponha a desfazer a trapalhada da lei de 2007 se arrisca sériamente a levar o meu voto.
Está na hora de acabar com este aborto de lei que, em apenas 4 anos, já nos custou mais de 50.000 vidas e mais de 100 milhões de euros. É urgente. E prometo que depois já podem voltar a brincar aos politicos.