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A respeito do vídeo do momento, dirigido aos finlandeses, estou em crer que este é contraproducente. Para além dos erros históricos grosseiros, é indigno de uma nação com 9 séculos de História colocar-se nesta posição de tentativa de cobrança moral de um apoio aparentemente altruísta em tempo de guerra, quando é mais que certo que nos bastidores da UE a reapolitik obviamente forçará não necessariamente a aprovação mas pelo menos a abstenção por parte do governo finlandês. Não é por acaso que ainda não tendo formado governo, o actual ministro das finanças finlandês, futuro Primeiro-Ministro, defende o apoio ao resgate. E também não será por acaso que o líder dos True Finns tem jogado com esta questão por puro tacticismo a nível de política interna, já se tendo mostrado aberto à aprovação do apoio. Se eu fosse um finlandês, em face deste vídeo, agarrava em meia dúzia de gráficos da evolução da economia portuguesa, colocava-os numa carta ou num vídeo e perguntava: "Se são assim tão bons, porque têm maus políticos e governantes que arruinaram a economia?". E sim, todos sabemos que seremos nós a pagar o apoio. Mas, em primeiro lugar, serão os países da UE a endividarem-se nos mercados para garantir as verbas necessárias ao mesmo, que implica directa e indirectamente dinheiro dos contribuintes dos respectivos países. Não estamos em posição de andar a brincar aos orgulhos pseudo-patrióticos de quem não sabe lidar com a grandeza da sua História, olhando recorrentemente para o passado sem saber como lidar com o presente e o futuro, o que é apenas sintomático da crise de hiper-identidade de que sofremos.

 

Posto isto, importa salientar que me causa alguma perplexidade ver muitas pessoas que me são próximas entusiasmadas com este vídeo. Não só pelo que escrevi acima, mas principalmente porque têm a obrigação, em resultado da sua formação académica, de notar os erros grosseiros que o vídeo contém, bem como a falácia da mensagem final quanto ao apoio à Finlândia na II Guerra Mundial.

 

Não deixa de ser curioso ver muitos dos "anti-fássistas" a tentar cobrar este apoio. Se pensarmos um pouco, não é difícil conceber o contexto em que este aconteceu. Para começo de conversa, em 1940 não existiam os meios de comunicação e de tranporte que existem hoje, e estando ainda as liberdades de iniciativa e associação extremamente mitigadas, não poderia a sociedade portuguesa decidir espontaneamente ajudar um país a milhares de kilómetros de distância. Em segundo lugar, considerando a gestão de equilíbrios que Salazar já vinha a ensaiar desde a Guerra Civil de Espanha, entre a aliança britânica de um lado e Berlim e Roma de outro - não por acaso, apoiou Franco e os nacionalistas por intermédio dos grandes empresários portugueses - e sabendo-se ainda da sua arreigada veia anti-comunista, não causa perplexidade que tenha sido o próprio Salazar a ordenar o apoio. Uma breve investigação levou-me a descobrir que, na verdade, foi o Reino Unido quem abordou Lisboa, Roma e Washington no sentido de apoiar os finlandeses contra a ofensiva da União Soviética. O telegrama enviado pelo Foreign Secretary Viscount Halifax ao Embaixador britânico em Lisboa, W. Selby, é a este respeito ilustrativo. E estou em crer que uma rápida consulta ao Arquivo Histórico-Diplomático nas Necessidades poderá trazer luz sobre a restante troca de telegramas. Perante este pedido, o cálculo pragmático e realista de Salazar não terá estado imbuído de qualquer altruísmo. Na verdade, esta era uma situação vantajosa, porquanto se destinava a combater o perigo soviético e reafirmava a tradicional Aliança Luso-Britânica, que viria a conhecer vários episódios durante a guerra. Tal não obstou, obviamente, a uma nota de agradecimento por parte dos finalandeses.

 

Portanto, não só não há um altruísmo que permita esta recente tentativa de levar a questão do apoio para o campo moral, como, reiterando o que já escrevi acima, me parece indigno de um país como o nosso colocar-se nesta posição. Se querem ser patriotas, sejam-no a todo o momento, em particular fiscalizando os governantes - accountability, como nas democracias liberais de pendor anglo-saxónico.

 

Depois, entre as várias referências, há erros que deveriam saltar logo à vista de qualquer um que saiba um mínimo de História de Portugal e de Política Externa Portuguesa:

 

- Há mais portugueses fora de Portugal que no país - Segundo as últimas estatíscas que encontrei, reportando-se a dados de 1999, 10 milhões de portugueses residem em Portugal, ao passo que quase 5 milhões vivem no estrangeiro.

 

- Arigato é uma palavra portuguesa - este é um mito propagado por muitos. Embora muitas palavras japonesas derivem do português, não é o caso de arigato. Os portugueses chegaram ao Japão em 1543. Há registos da palavra arigato que datam de 759.

 

- Fomos os primeiros a abolir a escravatura, em 1751 - Dois erros numa só frase. Primeiro, não foi em 1751 mas em 1761 que o Marquês de Pombal, no reinado de D. José I, aboliu a escravatura na Metrópole e na Índia. Continuou em África e no Brasil, já que o comércio de escravos era bastante rentável, como é sabido. Só pelo Decreto de 10 de Dezembro de 1836, pela mão de Sá da Bandeira, que se dedicou a essa causa, foi efectivamente abolido o tráfico de escravos, embora com excepções. Em 1854 foram libertados os escravos do Governo e só em 1869 é que de facto é abolida a escravatura em todos os territórios portugueses. Em segundo lugar, no campo das leis abolicionistas que não o foram de facto, como aconteceu com Portugal (efectivamente, os territórios do império eram Portugal), a primeira é espanhola e data de 1542. No campo das que o foram de facto, a primeira data de 1833, trata-se do Slavery Abolition Act do Império Britânico (no qual, aliás, Sá da Bandeira se inspirou).

 

-Fomos o primeiro país a abolir a pena de morte - outro mito. Depois de vários tentativas, fizemo-lo  em 1867. Antes disso, o primeiro país a aboli-la, embora hoje em dia a pratique, foi a China, em 747 (durou até 759), durante a Dinastia Tang, pelo Imperador Xuanzong. Seguiu-se o Japão, em 818, embora tenha voltado a adoptá-la em 1156. Em 1849 foi a vez da República Romana, em 1863 a Venezuela, e ainda antes de nós, em 1865, São Marino. 

 

- Por último, e embora provavelmente existam mais erros e imprecisões, há um que é particularmente gritante. Segundo o vídeo, Napoleão tentou conquistar Portugal três vezes e falhou. Fiquei tão perplexo perante esta que achei que já não sabia nada de História. A verdade é que a segunda e a terceira das Invasões Napoleónicas foram efectivamente goradas. Mas a primeira, não só teve sucesso como levou à saída da Família Real para o Brasil. D. João VI havia dado ordens para que não fosse oposta resistência às tropas francesas, chegando Junot a Lisboa a 30 de Novembro de 1807, sendo recebido pela Junta de Regência, já depois de ter sido assinado entre França e Espanha o célebre Tratado de Fontainebleau. Junot instalou-se e governou o país a partir de Lisboa, chegando a hastear a bandeira francesa no Castelo de S. Jorge. Embora inicialmente a Junta de Regência tivesse conservado formalmente as funções de Governo em conjunto com os franceses, a partir de 1 de Fevereiro de 1808 um decreto de Napoleão declarou a anexação de Portugal, dissolveu a Junta de Regência e instituiu um Conselho de Governo, formado pelos antigos membros da Junta mas presidido por Junot. Só a partir de Maio é que começam as revoltas populares contra os franceses, que encontram o apoio das forças inglesas, lideradas por Wellesley, no final de Julho, início de Agosto.

 

Só para finalizar, recomendo ainda a leitura deste post e deste (que aponta mais erros para além dos que indiquei) e que tenham bem em mente que, provavelmente, aquilo que os Finlandeses mais quererão saber sobre Portugal, assim como os restantes membros da UE, é, como salienta o João Miranda, se José Sócrates será reconduzido no cargo de Primeiro-Ministro. 

 

(Errata, adicionada a este post às 15h45 de 9 de Maio, já depois de ontem ter sido assinalada noutro post: Alertado pelo Rodrigo Moita de Deus, cumpre-me efectivamente reconhecer que incorri num erro no meu post anterior, pelo qual peço desculpa aos leitores. Não é dito no vídeo que tenhamos sido os primeiros a abolir a escravatura, ao contrário do que indiquei. Fica o reparo, embora a data, contudo, esteja errada). 

publicado às 19:00


134 comentários

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De Carlos Velasco a 08.05.2011 às 19:33

Caro Samuel,

Que altruísmo é esse que resultaria em mais empréstimos para um governo perdulário que está a sugar a riqueza dos seus cidadãos e ainda por cima  a endividar as gerações futuras? É isso que não entendo na discussão actual. Se o mundo dissesse a Portugal que não dará mais dinheiro para o nosso governo criminoso, que usa os seus  vastos recursos para nos esmagar ainda mais, provocando assim a bancarrota desse estado proto-totalitário e obrigando-o a fazer uma reforma de facto, isso sim seria um acto altruísta.
Emprestar mais dinheiro para manter essa estrutura falida é apenas um jogo para que no futuro os bancos possam exigir de nós ainda mais em troca de capitais que no fundo só servem para manter o estilo de vida perdulário dos nossos políticos, uma série de incompetentes empregados no estado e os lucros de umas poucas corporações que sem as obras públicas e os subsídios estatais jamais sobreviveriam.
Chegou a hora de aplicar o conceito de destruição criativa e deixar que os portugueses que trabalham a sério possam produzir e fazer de Portugal uma nação próspera e exemplar.
Vamos escrever aos finlandeses e aos outros europeus pedindo para que não emprestem mais para os ladrões que nos governam. Isso seria um gesto de amor por Portugal.

Um abraço.

 
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De Samuel de Paiva Pires a 08.05.2011 às 19:44

Caro Carlos,


Cruamente, se ignorarmos as catastróficas consequências que adviriam de vermos o acordo gorado, sou forçado a concordar e é por isso que talvez o mais preocupante seja, como escreveu o João Miranda, saber se José Sócrates vai continuar a desgovernar-nos.


Um abraço
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De Rodrigo Moita de Deus a 09.05.2011 às 03:01


Caro Samuel,
Algumas notas em registo de rapidinhas. O vídeo não diz que fomos os primeiros a abolir a escravatura. Diz que o fizemos 100 anos antes dos americanos. Se os franceses tomaram Portugal à primeira, voltaram mais duas vezes porquê? E podia continuar. Mas enfim...não estamos habituados a ver o nosso país desta maneira. O video tem de facto erros graves. Não é verdade que sejamos o único país da europa que nunca ganhou um festival da eurovisão. Mas duvido que os romenos queiram reclamar esse título. Também não é verdade que o hoquei em patins tenha acabado. E tenho dúvidas que o cristiano seja melhor que o fenómeno.
sorria homem.
um abraço
RMD 
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De Samuel de Paiva Pires a 09.05.2011 às 03:14


Caro Rodrigo,


Tem razão quanto à questão da escravatura, de facto no vídeo não se diz que fomos os primeiros. Erra-se, contudo na data. Tratarei de fazer o mea culpa e o devido reparo. 


Quanto às invasões napoleónicas, permita-me "reaproveitar" o que já deixei noutro comentário em resposta ao Nuno: "entraram por aqui adentro sem qualquer oposição, sendo particularmente bem acolhidos (os maçons acorreram a saudá-los), e por poucos meses que tenham sido, Junot efectivamente governou Portugal, impondo reparações de guerra, apreendendo os bens dos que saíram para o Brasil, preparando o litoral contra um ataque inglês, operando uma centralização administrativa, nomeando franceses para governadores das províncias, reorganizando o que restava do exército e enviando-a para França (a Legião Portugesa que combateu sob as ordens de Napoleão). E entre os partidários portugueses da Revolução Francesa, não faltaram os que pediram a Napoleão que admitisse Portugal como seu vassalo ou então designasse um príncipe para ocupar o trono português. Poder-se-á argumentar que Napoleão não conquistou Portugal, na medida em que nessa altura éramos muito mais que este rectângulo, um império, e a corte estava no Brasil. Parece-me rebuscado, pois, como sabes, este rectângulo é que era e é a base de Portugal." 
O movimento que levou à sua saída só se inicia 6 meses depois da primeira invasão e quando Junot já nos governava.


De resto, eu não critico a forma encontrada para enviar uma mensagem aos finlandeses, mas discordo do conteúdo que me parece revelador do desconhecimento dos portugueses em relação à sua própria História - além de que tal como referi, já se está a revelar contraproducente http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Internacional/Interior.aspx?content_id=1847265&page=-1


Só para finalizar, eu julgo que até tenho bastante sentido de humor e se fosse eu a fazê-lo teria apostado muito mais na ironia - mas também na exactidão. Acaso alguém decida responder ao vídeo que supostamente os finlandeses fizeram, atesto desde já que estive há pouco tempo na Finlândia e se há coisa que as finlandeses em geral não são é bonitas. As portuguesas batem-nas aos pontos! 


Por último, também tenho sérias dúvidas que CR seja melhor que Ronaldo, pelo menos o Ronaldo dos tempos do Barcelona Image


Um abraço
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De Mr. Steed a 11.05.2011 às 01:22

"Se os franceses tomaram Portugal à primeira, voltaram mais duas vezes porquê?"

Agora como se o Rodrigo Moita de Deus tivesse 5 anos:

a) França vir. Catrapum. Entra, ai ai ai... fujam todos, escondam as pratas. A gente não tinha soldados. O rei foge para o Brasil. Franceses ocupam o país (ocupar significa meter soldados por tudo quanto é lado e fazer maldades aos outros meninos). Bandeira francesa hasteada por tudo quanto é lado.

b) Bifes ficam assustados. Ai credo que ficamos bloqueadinhos da silva! Ó Wellesley agarre aí nuns soldados e vá lá recuperar Portugal que a gente depois transforma-o num Duque ou assim.

c) Bifes chegam, lá reúnem uns tugas numas unidades e toca a marchar até à Roliça. Escaramuçazinha e tal, retirada para o Vimeiro e grande batalha. Frenchies derrotados e franceses a dar às de vila diogo até Espanha. Fim da ocupação.

Depois... o tio Napoleão ficou muito chateado e mandou invadir mais duas vezes (três segundo uns chatos duns marretas com a mania da verdade histórica, essa maçada).

Fim!

Espero que tenha percebido a diferença entre

O resto são coisas sem sentido, datas e o caneco... imprecisões (ou como a malta diz cá no bairro... tretas). Para o próximo vídeo recomendo que sejam mais ambiciosos. Digam coisas mais modernas tipo: "O Einstein era português" ou "Um dos maiores físicos da actualidade é português e chama-se João Magueijo" ah não espera essa é verdade... é melhor não...

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De luis gonçalo a 11.05.2011 às 19:14


Mr. Steed, não conseguindo comentar no seu blog, e,     Samuel, com as minhas desculpas, comento-o aqui:
-maritime compass é a bússola.
-foram os gregos que inventaram o astrolabio e Abraão zacuto melhorou o astrolabio em portugal.
-também foram os gregos que inventaram a vela latina.
-não é a salga de peixe de que se fala no video, é a salga de bacalhau, que é usada á desde 500 anos pelos portugueses, noruegueses e islandeses apenas.
Estes são alguns factos que acho que estão certos e que encontrei errados na "correcção" ao video.
não sei o que é mais preocupante, o facto do video estar errado historicamente, ou o facto de haver pessoas que corrigem o video erradamente
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De Mr. Steed a 24.05.2011 às 11:24

Luís,

O caixote dos comentários está fechado porque o blogue foi criado para ter meia dúzia de visitas. Acredite, existem bloggers que não querem dar nas vistas.

O  facto de ter chamado a atenção para os erros do malfadado vídeo trouxe uma turba armada de paus, chuços e pedras para linchar o idiota que se atreveu a pôr em causa a obra em questão. Não vieram para discutir história ou debater os assuntos. Vieram para insultar, ridicularizar, vomitar disparates, exibir o que sabem (sobretudo o que julgam saber).

Infelizmente, tenho pouco tempo e nula paciência para moderar, ou responder a insultos e comentários de má fé.

Explicado este assunto apenas lhe digo o seguinte: acredite no que quiser, no meu texto, no vídeo, em astrologia ou num qualquer pai-de-santo. Não creio que as suas afirmações mereçam crédito, sinceramente parecem-me uma tentativa fraquinha e mal amanhada de apontar erros ao que escrevi.
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De Tiago Monteiro a 08.05.2011 às 23:14

Ao menos eles, ao fazerem o video, tentaram reagir (independentemente dos erros). Enquanto tu és apenas um critico destrutivo que, no seu mundo alienado, hiper e pseudo-intelectual há-de ser uma coisa muito importante.

Abraço
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De Inês Ribeiro a 09.05.2011 às 16:54

Tiago Monteiro, que post tão TONTO! 


Parece que é melhor ser burro e inculto do que procurar saber, informar e fazer escolhas em consciência! 


Portanto, só pode mesmo vir de um TONTO, que se fica pelo básico, por aquilo que nos dizem, 'informam', e/ou disponibilizam de bandeja... 


Talvez fosse melhor ir ler umas coisas, pelo sim, pelo não! Mas leia apenas o mínimo suficiente, não vire um Alienado, hiper e Pseudo-Intelectual! longe disso!
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De Bruno Mendes a 09.05.2011 às 19:38

Responder atabalhoadamente nao funciona. Faz-nos parecer um pouco ignorantes e sem classe. Nao acha?
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De Anónimo a 09.05.2011 às 15:53

Sim, como Mao, vamos destruir para construir uma nova sociedade mais forte. 
Não entendo essa maneira de ver as coisas. Não somos a Islândia para conseguir uma verdadeira revolução. principalmente porque estamos cheios de gente assim, que diz coisas.
Estou em desacordo com o post original e com este. Se bem que acho bem que se digam coisas! =)
Também acho que se esta a exagerar e a perder o sentido do video. 
Mas se a malta anda à procura de elogios, e faço!: boa, sabem umas cenas! não querem fazer um video? ou um quadro. Ou outra coisa qq... 


Odeio críticos de cinema.
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De Dias a 09.05.2011 às 23:58

Ora aí está uma prespectiva que apoio.
Segundo um velho ditado chinês, acho e passo a citar:
Não lhe dês o peixe, ensina-o a pescar.
Mas acho que o FMI está mais interessado em vender o peixe...
abraço
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De CMF a 08.05.2011 às 20:32

Outra idiotice, Samuel: sem os portugueses não existiria caril. Se é verdade que os pimentos/malaguetas foram levados para a Índia pelos portugueses, sendo desde essa altura presença habitual nas cozinhas indianas, foram "apenas" substituir a pimenta-longa nos pratos que habitualmente designamos como "curry". A influência portuguesa nas gastronomias do sul e sudeste da Ásia é suficientemente importante para se estar com  exageros e parvoíces que só revelam a superficialidade de quem concebeu este triste vídeo.
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De Samuel de Paiva Pires a 08.05.2011 às 20:42

Obrigado, Carlos! Gostava tanto de saber quem foram as luminárias que fizeram este vídeo. E continuo à espera que algum finlandês ou um jornalista estrangeira decida começar a investigar. É todo um novo conceito, este de um país que consegue ser chacota internacional com um vídeo pseudo-patriótico com erros grosseiros sobre a sua própria História. O que, por si, diz muito do actual estado do nosso ensino.
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De Cristina Ribeiro a 08.05.2011 às 20:46

Pobrinho.
A pobreza de espírito é lixada.
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De Nuno Castelo-Branco a 08.05.2011 às 20:56

Num dos links indicados, está um rotundo disparate vindo de quem nem sequer se deu ao trabalho de pesquisar em qualquer sebenta, qual era a posição da Finlândia em 1940. Atacada pela União Soviética do Pacto germano-soviético de Agosto de 1939, a Finlândia esteve na iminência da ajuda de uma intervenção franco-britânica e só o abrupto fim da Guerra de Inverno e a  posterior e rápida intervenção alemã na Noruega, fez gorar a participação das potências ocidentais. Londres considerava a URSS como parte do Eixo, essa é a verdade. 
Existe uma obra bastante razoável da autoria de Eddy Bauer, intitulada "História Polémica da Segunda Guerra Mundial", onde a questão russo-finalndesa é muito bem explicada (vol. II, 1940). 
Durante a desigual Guerra de Inverno, a Alemanha abastecia os submarinos russos no Báltico, prestava  todo o tipo de informações a Moscovo, impedia o fornecimento de armas italianas ao governo de Helsínquia, etc, etc. O blogger quis enganar-se (acontece), pois a aliança militar com a Alemanha, teve início durante a Guerra da Continuação, após 21 de Junho de 1941. De resto, esta consistiu numa guerra paralela àquela que o Eixo Alemanha-Itália-Hungria, Eslováquia-Roménia-Croácia fazia à URSS. Uma guerra à parte, sem alto comando alemão nas operações e que visava apenas, a desforra pelo Tratado desigual imposto pela dupla Estaline-Molotov e a reconquista dos territórios arrebatados por Estaline. 


Quanto à ajuda portuguesa, essa seguia os interesses ocidentais, bem ao contrário à alegação do favorecimento dos fascismos europeus. Serviu aquilo que os britânicos pretendiam e quanto à contabilização do mérito e volume dessa ajuda, Salazar tinha uma máquina bem montada. De facto, a tecnologia e organizações existentes à época - jornais, rádio, serviços de propaganda do regime, U.N., Corporações - serviram perfeitamente para o levantamento da campanha de assistência aos finlandeses e a resposta popular foi evidente, gostem ou não gostem de aceitar o que se passou. O mérito existiu, está comprovado e é tão válido como a recepção de dezenas e dezenas de milhar de judeus fugidos à invasão alemã. É verdade que Aristides S. Mendes passou muitos vistos, mas Salazar deixou-os entrar e aqui ficaram muitos, enquanto outros seguiram livremente para outros destinos. Perguntem à comunidade judaica e logo terão uma surpresa, se lhes falarem mal de Salazar. É claro que os "estoriadores oficialistas" escamoteiam o evidente, como de resto já nos habituaram esses reputados imbecis jubilados. 


O regime da 2ª República portou-se como devia e neste caso finlandês, completamente ao contrário dos interesses das potências do Eixo que naquele momento tinham entre si, opiniões divergentes acerca da política a prosseguir quanto ao conflito que opunha Moscovo a Helsínquia: enquanto Hitler agiu por Estaline, Mussolini procurava enviar munições, metralhadoras, aviões e artilharia para Mannerheim. Essa é a verdade, doa a quem doer. 
Salazar alinhou com os britânicos, embora a situação portuguesa estivesse longe de ser segura, precisamente quando o Reich se encontrava em grande força política e militar. Salazar arriscou. Fez bem, tal como voltaria a ffazê-lo quando pressionou Franco a não entrar em guerra e mais tarde, em 1943, ainda muito longe da derrota alemã.

<br
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De Nuno Castelo-Branco a 08.05.2011 às 20:56

/>No mesmo <i>post</i>, o autor menciona a invasão francesa, procurando "fazer de conta" não entender o que se passou no caso da primeira, a de Junot. A França foi mesmo derrotada política, militar e economicamente. Qualquer historiador o sabe à saciedade. Bonaparte não capturou a Família Real, não podendo assim tomar posse da soberania. Não esvaziou o Tesouro do Estado, já a caminho do Brasil. Não capturou a preciosa frota nacional. Pior ainda e pela primeira vez, a sua tropa viu-se constrangida a enfrentar uma sublevação generalizada, tanto nos centros urbanos, como nas cidades: política de terra queimada praticada pelas populações, uma guerrilha infernal e para cúmulo, a formação de um exército português muito eficiente, comandado pelos ingleses. Se quanto a isto alguém nutre alguma dúvida, consulte Wellington e as obras especializadas <i>Made in UK</i>. Se isto é pouco, o que poderão então dizer os austríacos, prussianos, espanhóis, suecos, napolitanos, polacos, holandeses, dinamarqueses, etc, etc?&nbsp;<br />Podemos mesmo dizer que a passagem da soberania para o Brasil, consistiu num acto fundamental que garantiria para o bem e para o mal, todo o imenso espaço onde hoje se fala português. Nem sequer quero imaginar o que teria sucedido, se Napoleão tivesse conseguido raptar o Regente D. João e/ou a Rainha! Teríamos Lisboa bombardeada como Copenhaga, a esquadra capturada ou destruída pela <i>Royal Navy</i> e perderíamos de imediato as ilhas dos Açores, Madeira, Cabo Verde e S. Tomé, todo o Estado da Índia (Goa, Damão e Diu) Macau e o Brasil inteiro. No mínimo. Para nem sequer falarmos do Congresso de Viena, onde perdida a nossa dimensão ultramarina, até podia ter sido Portugal servido de compensação territorial à Coroa espanhola.
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De Nuno Castelo-Branco a 08.05.2011 às 21:00

Nota: quanto a este capítulo, o video fará as delícias dos nossos aliados. É claro que existem bastantes imprecisões relativamente a certos factos, entre os quais, a Pena de Morte parece ser o mais apontado. Mas, francamente Samuel, alegar-se com a China do século VIII? Pelos vistos, aí está mais propaganda de Pequim, tão credível como a "descoberta chinesa do mundo" no século XV! E S. Marino, uma terreola tão vasta como o palácio da Pena + Castelo dos Mouros?Quando soube da decisão portuguesa, Victor Hugo disse que ..."não interessando o estado actual daquela nação, de duas glórias ninguém a poderá privar: dos Descobrimentos e da abolição da Pena de Morte". Se isto é pouco...
Compreendo muito bem a perplexidade acerca da mensagem enviada aos finlandeses, ou melhor dizendo, aos portugueses, pois como disse no meu post, esta peça destina-se ao consumo interno que bem precisado anda de certas evocações, mesmo que sirvam para nos envergonhar colectivamente. Mais ainda, atrevo-me a dizer que é um terrível libelo dirigido ao regime, esteja quem estiver - ou tenha estado - no poder. Prefiro isto, às asneiras que há quase 50 anos anda a pseudo-inteligentsia a debitar incansavelmente. O brilhante resultado está à vista. 
Consistiu numa boa reacção, em nada diferente daquilo que os franceses e nossos vizinhos (dois bons exemplos de gabarolice) propagam em todo o mundo e para mais, escandalosamente omitindo acontecimentos que lhes foram adversos - a própria existência de Portugal, idiotia típica além-fronteira e que aliás, o video goza a bom gozar - "anexando" nomes portugueses, navios portugueses - como o São Martinho, capitânia da Armada Invencível (os melhores e mais poderosos eram nossos) &amp;nbsp;e por eles chamado ";San Martin, el galeón almirante de nuestra Armada!;"-, colónias portuguesas (a tal Macau que no dia da sua &amp;nbsp;entrega aos chineses, a TVE anunciava como "una antigua colonia española"...) e outras tantas imundícies para comedores de tapas engolirem.
A Câmara de Cascais fez muito bem e por vezes, estas pequenas atitudes podem ter um efeito surpreendente, nem que seja para esbofetear a escória que diz ensinar História, sociologias e outras "gias" à nossa miudagem. Muitos canalhas e desertores devem ter passado uma péssima noite de Sábado.
Cá em casa rebolei-me de gozo, mas o video soube-me a pouco, imprecisões aparte. Eu teria sido muito mais violento, não contra os finlandeses - que não têm de pagar contas de outrem -, mas tendo como alvo certos portugueses. A mensagem seria sempre subreptícia, mas todos a entenderiam perfeitamente.
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De Samuel de Paiva Pires a 08.05.2011 às 21:31


De facto o texto de que falas incorre nesse erro, mas aponta alguns outros erros que não apontei, como o astrolábio ou as velas.


Permite-me só uma ressalva: eu não disse que não havia tecnologia, comunicações e transportes para prestar o apoio que foi prestado em 1940. O que eu disse é que não era a população que espontaneamente seria capaz de o fazer, até porque os meios existentes estavam totalmente sob o controlo de Salazar (e os privados também a ele respondiam, como já a CUF tinha feito, por exemplo, na Guerra Civil de Espanha). E a partir do momento em que esse é um apoio puramente realista, estratégico, cai por terra o altruísmo para onde têm tentado levar essa questão. E mais, parece-me particularmente gravoso e lesivo da nossa imagem apontar um apoio a quem teve os seus na frente de batalha, e agora o quer cobrar.


Mais, quanto à primeira invasão napoleónica, e prostrando-me eu perante os teus vastos conhecimentos de História, como sabes, permitem-me só que te diga que sabes bem melhor que eu que entraram por aqui adentro sem qualquer oposição, sendo particularmente bem acolhidos (os maçons acorreram a saudá-los), e por poucos meses que tenham sido, Junot efectivamente governou Portugal, impondo reparações de guerra, apreendendo os bens dos que saíram para o Brasil, preparando o litoral contra um ataque inglês, operando uma centralização administrativa, nomeando franceses para governadores das províncias, reorganizando o que restava do exército e enviando-a para França (a Legião Portugesa que combateu sob as ordens de Napoleão). E entre os partidários portugueses da Revolução Francesa, não faltaram os que pediram a Napoleão que admitisse Portugal como seu vassalo ou então designasse um príncipe para ocupar o trono português. Poder-se-á argumentar que Napoleão não conquistou Portugal, na medida em que nessa altura éramos muito mais que este rectângulo, um império, e a corte estava no Brasil. Parece-me rebuscado, pois, como sabes, este rectângulo é que era e é a base de Portugal.


Quase a finalizar, discordo em toda a linha quando dizes que esta peça se destina a consumo interno. Está em inglês, não em português, e foi apresentada numa grande conferência internacional. Não passa de um atrevimento que corre o risco de nos envergonhar verdadeiramente, caso algum finlandês ou jornalista estrangeiro mais expedito comece a investigar os factos. E não é um “terrível libelo dirigido ao regime”, muito pelo contrário. Foi feito por um dos “barões” do PSD, e destina-se a pedinchar uma ajuda que entre as várias reformas estruturais, continuará a manter o regime vigente – não nos apoiassem, e isso sim seria um ataque ao regime.


Por último, pode haver muita gente que anda há décadas a ensinar História com grosseiras manipulações e erros. Mas não é um vídeo a apelar ao patriotismo bacoco (ah como me tenho lembrado recorrentemente daquela frase de Samuel Johnson, "O patriotismo é o último refúgio dos canalhas”) e também ele cheio de erros que vai mudar isso. Mais, quando tenho visto tanta gente por aí a dizer que “aprendeu umas coisas” com o vídeo, não posso senão ficar assustado. 
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De Ana Veríssimo a 09.05.2011 às 01:13

Apenas escrevo para lhe deixar um sincero obrigado pela inteligência, conhecimento e senso de justiça!
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De Ana Veríssimo a 09.05.2011 às 01:15

Apenas escrevo para lhe deixar um sincero obrigado pela inteligência, conhecimento e senso de justiça!
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De Ana Veríssimo a 09.05.2011 às 01:18

Apenas escrevo para lhe deixar um sincero obrigado pela inteligência, conhecimento e senso de justiça ao sr. Nuno Castelo-Branco.
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De Ricardo Cardoso a 09.05.2011 às 07:06

Só um reparo: a pena de morte foi mesmo abolida na China durante 12 anos, na Dinastia Tang, como pode confirmar com uma pesquisa simples no Google. Deixo aqui um exemplo de um documento que o refere, na página 2: http://www.boughton.ca/files/CBA_Presentation_1GAllen.pdf (http://www.boughton.ca/files/CBA_Presentation_1GAllen.pdf)
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De Mr. Steed a 24.05.2011 às 11:46

"Num dos links (http://mrsteed2.blogspot.com/2011/05/as-estorias-que-andamos-tentar-impigir.html) indicados, está um rotundo disparate vindo de quem nem sequer se deu ao trabalho de pesquisar em qualquer sebenta, qual era a posição da Finlândia em 1940."

Nuno, tudo estragado com esse ar de sabichão. Que falta de pachorra para essas tiradas. Um pouquinho menos de soberba e até nos podemos dar bem. Olhe que Deus castiga :D

Mea culpa por não ter referido a complexidade da situação finlandesa durante a segunda guerra mundial e as diferenças de posição das grandes potências entre o período pré e pós invasão de 1941.

Ao contrário dos autores do vídeo (o inenarrável Carreiras continua a não admitir que tinha erros e o Moita de Deus idem, idem - algo que fez escola nos círculos de poder nacionais) não tenho qualquer problema em admitir que errei. Daí a passar imediatamente a idiota vai um grande caminho e essa, meu caro Nuno, não lhe admito.

Não compro a visão nacionalista das invasões francesas (mas isso é o que tem mais piada na história, as diferentes interpretações dos factos, tão diferente da simples distorção dos mesmos). Continuo a considerar (e gente mais sabichona do que eu tb) que a primeira invasão francesa teve sucesso e que os ingleses vieram salvar-nos o coiro.

Ah, também não compro a ideia de que Salazar convenceu Franco a não entrar na guerra, mas isso são contas de outro rosário.

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De MDF a 08.05.2011 às 21:41

Mais grosseiro que qualquer erro que histórico que aqui apontas, a mim só me faz espécie dizerem que o nosso Ronaldo é melhor que o Ronaldo brasileiro.
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De Samuel de Paiva Pires a 08.05.2011 às 21:44

Também começo a ter sérias dúvidas Image
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De Pedro Quartin Graça a 08.05.2011 às 22:14

Excelente Samuel!
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De Eduardo a 08.05.2011 às 22:26

Será que as doutas pessoas não repararam no tom humorístico e brincalhão do vídeo?

Sim, tem imprecisões, de facto. Não foi por altruísmo que auxiliamos os finlandeses, é claro que não. E agora, se eles nos auxiliarem, não será – também - por interesse deles? Claro que será!

Não fomos os primeiros a abolir a escravatura e a pena de morte, mas fomos dos primeiros. E isso devia encher-nos de orgulho... mas ok, o que define os portugas é serem Velhos do Restelo! É dizer mal de nós... Temos mesmo a mania que quanto mais mal dissermos mais inteligentes somos: nada mais errado – essa atitude bota-abaixo demonstra mesmo como somos pobres de espírito!

Ah, e o verdadeiro motivo deste texto está no último parágrafo!

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De Samuel de Paiva Pires a 08.05.2011 às 23:29

Há-de reparar que em parte alguma falo mal de Portugal. E não sei como se pode ser patriótico quando não se conhece a própria História. E se querem ser verdadeiramente patrióticos, os portugueses deveriam cultivar o gosto pela fiscalização dos governantes. O desastre a que estes nos trouxeram será pago por todos nós. E, só para finalizar, o meu anti-socratismo é público. Mas, se for esse o caso, está no seu direito votar no coveiro do nosso futuro.
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De Luciano Patrão a 09.05.2011 às 00:39

Pois mas parece que tu também não tens assim todos os conhecimentos para tal.

Porque também tu tens diversas(para não dizer muitas) imprecisões no teu comentário e isso faz de ti o que?

Inteligente bacoco?

Enfim...
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De Samuel de Paiva Pires a 09.05.2011 às 00:42

Eu tenho por máxima a fé na dúvida, ou como diria Sòcrates - o filósofo - "Só sei que nada sei". E prostro-me perante os que sabem mais do que eu. 
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De Luciano Patrão a 09.05.2011 às 01:07

Então e que tal da próxima vez antes de tentares fazer passar-te por inteligente, ou grande conhecer de diversas matérias, primeira ires consultar nos sítios correctos e não baseares algumas das tuas informações/conhecimentos no wikipedia.

Farias de certeza um melhor serviço a ti próprio, bem como à tua pseuda inteligência.

Digo eu...
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De Samuel de Paiva Pires a 09.05.2011 às 01:13

Conforme já respondi a outro comentador, obviamente que me é um pouco difícil fazer links para os parcos livros que compõem a minha biblioteca. Recomendo-lhe, apesar de tudo, o História de Portugal coordenado pelo Rui Ramos, ou o História de Portugal do Prof. José Hermano Saraiva, assim como o Outro Retrato de Salazar pelo Prof. Jaime Nogueira Pinto e o Estado Novo de Franco Nogueira. Já agora, História do Japão de Kenneth Henshall. 


Está visto que lhe faltou beber chá em pequenino pois a boa educação parece não lhe assistir. E fico à espera das devidas correcções que tenho a certeza que sua sapiência providenciará.
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De João Ferreira a 10.05.2011 às 11:44

Achei interessante os reparos às imprecisões do vídeo e à discussão gerada e até partilho consigo uma certa náusea pelo latente "patriotismo bacoco" impregnado na peça, pois não é invocando o passado que se constrói o futuro, mas sim refletindo criticamente sobre ele para aprender a não cair nos erros que nos afundaram e tentar seguir os exemplos que nos engrandeceram...
Aconselho-o no entanto, a renovar as suas fontes (Hermano Saraiva, Franco Nogueira, Nogueira Pinto...). Experimente Alexandre Herculano, Oliveira Martins, Oliveira Marques, Orlando Ribeiro, António Sérgio - acredite que vai ficar melhor servido.
cumprimentos
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De Sérgio Correia a 09.05.2011 às 21:19

Sendo de Filosofia, permita-me só o aparo: dizer que "só sei que nada sei", mesmo sendo uma afirmação pilar na filosofia Socrática e um grande lugar comum facilmente reconhecido por todos, é uma barbárie; pelo simples facto da frase ser auto-refutável e consistir num dos erros mais apontados por "nós"- académicos a esse grande senhor. Se me permite também outra opinião, não perca tempo a explicar a alguns energúmenos a sua posição, recorrendo a mais e mais argumentos.. a navalha de occam é sempre a melhor arma :)


De resto, bom post! Cumprimentos.
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De Bruno Mendes a 09.05.2011 às 19:49

O sr. Paiva Pires exprimiu uma opinião, mostrou celeridade em corrigir imprecisões, tem sido educado e mostra interesse em discutir os assuntos de forma racional.

Gosto de atitude dele e acho que precisamos de mas pessoas como ele. Em contrapartida acho a resposta do senhor mal-educada, estéril (no sentido em que nao aprendi nada consigo) e de baixo nivel.

Espero que me permita esta opiniao sem incorrer na sua ira.
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De Eduardo a 09.05.2011 às 00:40

A sua atitude é derrotista! Isso é "falar" mal de Portugal! Bem sei que a sua intenção é outra... os fins justificam os meios...
E defender a verdade não é defender nem atacar o Sócrates (seria bom e fácil demais, despachar o PM e ficava tudo bem! Era bom, não era?): aliás, acho que ai é que está o problema deste país. Se dizemos que a crise já existia, que já esbanjamos dinheiro desde que entramos para a UE, "defendemos o coveiro"...
A atitude de quem ataca o "coveiro" (e só este coveiro) só serve para branquear os outros coveiros... É isso que me entristece neste povo: vêem o mundo com os óculos dos outros, com palas, dirigidas, apontadas... caça às bruxas!
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De Samuel de Paiva Pires a 09.05.2011 às 00:46

Portanto, eu devo abdicar da minha liberdade individual e daquilo que eu acredito ser benéfico para Portugal, em prol do que uma imensa carneirada acha que é benéfico, que em minha muito humilde opinião é vergonhoso, é isso? Quanto a Sócrates, é um detalhe que pouco interessa no post, embora seja da maior relevância quanto ao resgate e quanto à indigência mental dos portugueses que se deixam deslumbrar. E não me viu aqui a branquear quaisquer outros coveiros, nem sequer são trazidos ao caso - obviamente que não tem que me ler habitualmente para aqui comentar, mas já por diversas vezes escrevi que todos os que nos têm desgovernado desde há décadas são culpados da nossa situação.
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De Eduardo a 09.05.2011 às 01:14


Sim, não tem. Nem eu. Nem os que fizeram o video.
E também não o costumo ler. Mas chamar coveiro a um politico (qq que seja) é dizer que antes estava tudo bem! Isto é, não se estará a juntar à carneirada(sic)?
Os outros coveiros não são chamados para aqui?! "fiscalização dos governantes" é só para os actuais? Para quem vai buscar coisas lá tão atrás!... É evidente que tem uma agenda política e a verdade (e a história que tanto evoca) não lhe interessam!
Afinal, como vê, percebi onde queria chegar, não o negou...
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De Samuel de Paiva Pires a 09.05.2011 às 01:18

Eduardo, se há compromisso que tenho para comigo próprio é a procura da verdade acima de tudo, e publicamente declaro e continuarei a declarar aquilo que defendo - olhe aqui por exemplo: http://estadosentido.blogs.sapo.pt/1454471.html


Não tenho agendas escondidas, muito pelo contrário, e as insinuações só lhe ficam mal a si.


E chamar coveiro a um não é escamotear os outros, porquanto nem sequer falei dos outros, e não é dizer que antes estava tudo bem. É demasiado elementar e auto-evidente para sequer ir por esse argumento estafado. 
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De Eduardo a 09.05.2011 às 01:31

Eu não tenho filiação partidária, mas respeito a sua, sou democrata. Já os que não são da sua, são carneirada!
Pois, as insinuações só lhe ficam bem a si! E se não entende que chamar coveiro a um é branquear os outros... está tudo dito!
Passe bem!
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De Luis Manuel Cascais a 09.05.2011 às 19:46


Essa de dizer que não se pode ser Patriota quando não se conhece a propria História, deixou-me um pouco apreensivo.Será que no tempo do Estado Novo, mais de 50% dos Portuguesea eram anti-patriotas?Pois era mais ou menos essa faixa da populaçâo que não sabia ler, escrever ou contar.
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De Bruno Mendes a 09.05.2011 às 19:45

A capacidade de discordar e muito valiosa numa sociedade. Especialmente se conseguirmos discordar de maneira informada, objetiva e civilizada.
"botabaixismo" e uma expressão infeliz e estéril.

Acho a contribuição do Sr. Paiva Pires da maior utilidade para Portugal.
Em relação a si, Sr. Eduardo, talvez um estudo mais aprofundado das qualidades da democracia e da liberdade de expressão se recomendem.
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De Eduardo a 09.05.2011 às 21:39

Fazer esta análise, pretensamente erudita, de um vídeo com tom humorístico é, ou má vontade ou falta de senso – isso sim é falta de informação e de objetividade!

O contributo do autor do post, tal como o meu contributo, vão salvar o país! (ironia, caso não tenha percebido!).

Concordo em absoluto com a validade de poder discordar. Mas para si só se pode discordar de acordo com o que pensa, não é? O sr. Samuel Pires pode discordar do vídeo, eu não posso discordar do sr. Pires, e o sr. Bruno Mendes pode discordar de mim... Significativo!


Quanto a estar informado, o sr. Bruno Mendes devia começar por tentar compreender melhor o que os outros escrevem e não criticar ou defender gratuitamente o que nem sequer entendeu! Em relação às qualidades da Democracia e da liberdade de expressão, não tem nada a ensinar-me: aliás, nem o fez – limita-se a dizer que devo estudar mais, mas não diz o quê, ao contrário de mim, que digo onde (penso) erram. Faça uma pequena pesquisa e vai ver que está a defender quem “branqueia” o Estado Novo, que, como saberá, era uma época profundamente democrática (ironia!...) e em que a liberdade de expressão era um valor garantido (ironia!...).

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De Bruno Mendes a 09.05.2011 às 22:31

Quando eu falo sobre aprender mais sobre liberdade de expressao e democracia refiro-me a liberdade de expressao responsavel e racional, democracia responsavel e racional. Isto significa ter a capacidade de discutir os assuntos pelo que sao e nao atacar as pessoas. Ou seja, as suas discordâncias serão sempre benvindas desde que não usem ataques as pessoas ou outros silogismos.

A mim nao me interessa de todo as conviccoes politicas do Sr. Paiva Pires ou ate se ele tem uma agenda politica ou nao.
Fiz uma analise do argumento que ele apresentou no artigo principal que me agradou pela clareza, por querer chegar a verdade e por partilhar o asco pela fase final do video. Agradam-me argumentos bem construidos sejam eles feitos por quem for.

Usar a expressao "botabaixismo" e uma forma de querer surpimir opinioes de pessoas com quem nao se concorda. Eu ataquei o uso dessa expressao, nao ataquei a pessoa do Sr. Eduardo ou o seu direito a se exprimir; vou ate mais longe e reconheco aqui publicamente esse seu direito.
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De Eduardo a 10.05.2011 às 00:04

Pois, entrou logo a matar, escreveu que eu tenho de “estudar mais”. E critica-me por usar “botabaixismo” mas refere-se a coisas dos outros como “asco”. Já agora o meu “bota abaixo”, além de explicado, não se referia a ninguém em concreto, mas a um sentimento generalizado, e bem identificado por (bons) autores que estudam o “ser-se” português – isto é: não fui eu que fiz ataques pessoais, ao contrário de certas pessoas que por aqui escrevem a defender as liberdades individuais! E o curioso é que o autor nunca refutou o que eu disse, limitou-se a “chutar pró lado”, falar da forma (coisa comum qd se perde a razão) – tudo coisas que o sr. também pratica...

 

Mais uma coisa acerca da refutação ao vídeo (e com isto paro de escrever aqui – já percebi a “onda”): a crítica que é feita ao vídeo também tem erros históricos!!! (pesquise e verá). Conhece aquela dos “telhados de vidro”? Como explica tamanha indignação com um vídeo de tom humorístico, que não pretende ser nenhuma tese de doutoramento em história, feita por quem TAMBÉM comete erros, num tom sério, pretensamente erudito e desprendido?

Enfim, e critica-me por ter de estudar mais, qd não apresenta nenhum argumento para refutar o que escrevi (e fundamentei) e usa expressões pouco simpáticas e dirigidas, apesar de criticar uma expressão genérica, abstrata e não dirigida...

Fiquem todos muito bem, com as vossas soluções “encartadas” que salvarão o país! Eu vou reduzir-me à minha insignificância de alguém que tenta pensar por si próprio...

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De Bruno Mendes a 10.05.2011 às 00:57

Nao se ofenda. Eu acho que percebi o seu ponto de vista: esta ofendido pelo ataque a um video que o senhor considera inofensivo, e acha que ha outros motivos por detras do ataque. Tenho a sensacao que o senhor acha que estamos a atacar a historia e o povo portugues e eu garanto-lhe que, da minha parte, essa nao e a minha intencao.

A minha intencao nunca foi de cala-lo ou tentar minimizar as suas opinioes.

Na verdade, o meu post inicial nao era dirigido a si e quando usei a palavra "mal-educado", nao era dirigido a si tambem, mas sim a uma resposta ao seu post feita pelo Sr. Luciano Patrao (acho que clickei o link errado para responder). O Sr. Luciano Patrao estava a ser rude e eu quiz relembrar a necessidade de ter um minimo de decoro. Portanto, nao era minha intencao ofende-lo a si (nem mesmo o Sr. Patrao), mas simplesmente ver se puxava o Sr. Patrao para um tom mais civilizado de discussao. Pensando um pouco melhor, poderia ter sido mais diplomata, e concordo que possa ser considerado um ataque pessoal. As minhas desculpas.
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De Bruno a 08.05.2011 às 22:50

Adorei a lição de patriotismo do nosso amigo Nuno Castelo Branco pois se não formos nos a dar valor ao que é nosso bem podemos esperar deitados a espera que o venham outros fazer!
Quanto aos erros do video em grande parte não tem muitos erros não e mais uma vez tenho que dar razão ao nosso amigo Nuno quando diz " É claro que os "estoriadores oficialistas" escamoteiam o evidente, como de resto já nos habituaram esses reputados imbecis jubilados. " pois são esses que dão cabo de uma historia de uma nação de conquistas!
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De De Puta Madre a 08.05.2011 às 23:19

 Só Uma Observação: Aristides de Sousa Mendes quase Definhou na Miséria Rodeado de Portugueses. Os Portugueses não Matam, Mas tb não Salvam, nem dão a Mão. Bem pelo contrário estão sempre Prontos! Y São muito ágeis a Enterrar Outros Portugueses. 
A Vaidade move-os, mais do que outra coisa.


Já agora a Propósito da escravatura. Ué! Os Bolos quando ficam Prontos para serem Comidos aparecem de plim? assim nas Pastelarias?  Por mera Magia? ... Não assinalar o FEITO de 1751 ( afinal é 61 y n 51) é tão ABSURDO Y PATÉTICO como dizer que nos BOLOS o processo não interessa. ... Não é Por nada mas a vaidade não ajuda muitas vezes o Saber Pensar. É Pena! 

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