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Luís Amado, provavelmente o único Ministro do Governo de José Sócrates que é tido em apreço pelas três forças partidárias do arco governamental, que tantas vezes afirmou o fim do neo-liberalismo (assisti a duas em conferências), veio hoje dizer que a "economia portuguesa deve ser submetida a um choque liberal". Posição ingrata esta, a de MNE, em que se viu provavelmente forçado a embalar na onda que tomou forma após a queda do Lehman Brothers, para agora reconhecer aquilo que muitos, entre os quais esses temíveis seres que se intitulam de liberais, já sabem desde há bastante tempo a esta parte. Não deixa, contudo, de ser interessante notar o timing, num rasgo de "vira-casaquismo" que deixa para trás muitos dos que se preparam para o mesmo. Pela falta de consistência e coerência de grande parte dos actores políticos da nossa praça, tem toda a razão o Henrique Raposo: "Liberais-conservadores vão começar a sair debaixo das pedras, numa espécie de milagre de multiplicação ideológica. Vai vir charters de liberais".
E quando é que Francisco Assis vira a casaca e cai na real? Uma pessoa com a formação intelectual de Assis sabe bem (ou deveria saber) que uns 99% do que andou por aí a dizer não passava de patranhas para manter o querido líder no poder, em nome de um pseudo-maquiavelismo há muito prejudicial do tão propalado "interesse nacional". Estamos à espera, take your time. Amado vai na frente mas a prova ainda agora começou.