Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Durante anos, açulou-se a ilusão do crédito ilimitado e barato que propiciou hollywoodescos parques automóveis, viagens a pagar em cinco anos, aparelhagens sonoras e home-cinema, dentes cintilantes a prestações, liftings e botox semestrais, casario fora de portas e outras alegrias de demonstração não se sabe bem de quê.
Decerto preocupado com a catastrófica situação financeira dos EUA, o Sr. Roubini está ansioso pelo fim do Euro e mal consegue disfarçar este desejo que vai alastrando além-Atlântico. Embora concordemos que esta moeda para os portugueses pouco mais tenha servido senão para auto-estradas de e para nenhures e o evitar maçadas na hora dos câmbios para viagens e pretensos luxos sem préstimo, torna-se cada vez mais nítida, a conjugação de esforços para a tentativa de uma destas possibilidades:
1- Politicamente, o rápido tornear do chumbo que as populações impuseram ao projecto federalista que decerto seria muito apetecível para os grandes centros financeiros. Nada nos garante que esta "opinião" do Sr. Roubini, não esteja em plena sintonia com os centros de decisão comunitários, isto é, com Berlim. Neste momento de desespero e ameaça de abandono da periferia por parte do centro europeu, medidas "extraordinárias" ditadas pela disfarçada chantagem, poderão reconduzir ao processo integrador, desta vez anunciado como "inevitável".
2- Em alternativa ao fracasso federalista acima mencionado, o regresso a um certo bilateralismo mitigado que provisoriamente beneficie os nossos aliados norte-americanos - aqui também existe a eternamente descurada vertente militar - e de forma indirecta, os seus ansiosos credores e associados chineses. Existem dólares a mais e sem uma sólida correspondência real ao seu valor.
Na minha estulta ignorância acerca de contas, nunca entendi a pressa da adesão ao Euro. Sabia-se bem qual era a verdadeira situação da economia portuguesa e o perigo que uma moeda forte representaria para o endividamento e completo liquidar do pouco que restava da produção nacional. Apesar do aceno com o regresso ao Escudo (?), no Reino Unido há quem pense de outra forma e já sugira outra solução que não poderá deixar de ser intermédia ou melhor ainda, um declarado desafio lançado aos alemães. Para nem sequer falarmos da talvez politicamente desejável re-adopção da moeda abandonada em 1910, o Real - que aliás ainda vigora em "contos" na mente de muitos -, desta vez sob tonalidade verde-amarela. Uma quimera? Talvez.