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A Avenida que liga Entre-Campos ao Saldanha, é um campo de destruição. A liquidação de tudo o que foi edificado no século XIX e início do XX, tem prosseguido ao ritmo dos apetites das imobiliárias/bancos e da complacência da Câmara Municipal de Lisboa. Por onde andarão os Zés que fazem falta, as Rosetas das sentenças moralizadoras? Coçando Costas ou saboreando um Salgado, presume-se.
Este prédio - foto acima - situa-se na António Serpa. A fachada ainda se encontra num razoável estado de conservação e o edifício é totalmente recuperável. Imaginamos a dimensão dos apartamentos e pelas janelas, sabemos que o pé direito é precisamente aquele que mais enerva o pato-bravismo camarário, sempre à espreita de poder aproveitar a volumetria existente, reduzindo janelas e acrescentando um ou dois andares recheados de Pladur, alumínios e plastificados. Está vazio e à "espera de qualquer coisa". Calcula-se do quê.
Essa zona próxima do Campo Pequeno, tem sido um alvo preferencial da depredação. Mesmo na esquina da António Serpa com a "dita cuja", ergue-se agora mais um mamarracho "Organisation Todt", uma montanha de betão com um Sanista "ar de hotel". É concomitante com um belíssimo e requintado prédio, onde em tempos viveu o almirante Pinheiro de Azevedo. Ainda um miúdo, várias vezes fui a sua casa nos conturbados tempos de 1976 e lembro-me da dimensão da mesma e da qualidade da construção. Já está emparedado. A poucos metros, na esquina da Antonio Serpa e diante do "mamarracho Todt", surge outra ameaça de destruição, aqui denunciada por Paulo Ferrero.