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Embora a novel portuguesa Senhora Pilar do Rio - já traduzimos o nome para uma sonoridade mais lusa - sugira que não tem recebido ajudas, o facto é que o grupo Saramago conseguiu a proeza de dar uso à ex-abandonada Casa dos Bicos. Não sendo uma propriedade privada, imaginamos que a ocupação do edifício público será a título gratuito, assim como terão sido grátis - pagos pelos contribuintes - os trabalhos necessários para a sua adequação a sede. Não existe qualquer oposição, seja ela económica ou ideológica, porque neste blog, sempre pugnámos pela preservação dos edifícios de uma Lisboa cada vez mais violentada por negócios estranhos ao interesse geral.
O que não se compreende bem, é esta moderna mania do depósito de cinzas em lugares públicos, geralmente junto às raízes de árvores. Saberá a Senhora Pilar o que isso significa? As cinzas do seu benfeitor serão quotidianamente regadas por águas vertidas pelos foliões* que de madrugada saem das discotecas e bares da zona. Fora o pessoal das tascas. Ácido úrico sobre os despojos do homem, talvez com uma dose de vómito "derivado" do excesso de álcool. Isso até poderá afiar as más línguas, para uma série de comparações com outro tipo de divertimentos profusamente anunciados nas páginas de classificados dos jornais. Outro aspecto, será a satisfação das necessidades da cãozoada transeunte, sempre pronta a aliviar-se nos pneus, postes, bocas de incêndio e agora, infalivelmente, na "árvore Saramago". Os gatos, esses seres limpinhos e discretos, preferirão imitar a Senhora Pilar e escavarão uma covinha para depósito de prendas.
Coitado do homem, merecia ter ido para Santa Engrácia!
Nem toda a água de rega é incolor, inodora e insípida. No fim de contas, a tal árvore é que paga as favas.
*Ainda por cima, ali existe uma praça de taxis. Sabem o que quer dizer, não sabem? Mais alívios.