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Pobreza intelectual

por Samuel de Paiva Pires, em 03.09.11

É o mínimo que se pode dizer do mais recente artigo de João Cardoso Rosas. Como escreve Ricardo Arroja, trata-se de socialismo puro e duro, em que o estado esmaga o indivíduo. Este muy humilde escriba gostaria apenas de colocar as seguintes questões: 

 

1) Como é que o estado pode saber se o(s) herdeiro(s) contribuíram ou não para construir aquilo que herdam?

2) Que dados tem João Cardoso Rosas que lhe permitam validar a afirmação de que "Todos sabemos que a maior parte dos herdeiros gasta mal o dinheiro dos progenitores em vez de o tornar socialmente útil"?

3) O que é gastar dinheiro de forma socialmente útil e que critérios são utilizados para operacionalizar essa concepção?

4) Que dados lhe garantem que a afirmação implícita de que o estado torna o dinheiro socialmente útil é verdadeira?

5) Quem é João Cardoso Rosas ou o estado para dizer aos outros como devem gastar o seu dinheiro (inclusive o que herdam)?

6) Como é que o estado pode ter moralmente direito a algo que não criou?

7) O que é desbaratar dinheiro e que critérios são utilizados para operacionalizar essa concepção?

8) Como é que se garante que o estado não irá desbaratar esse dinheiro?

 

Bem sei que escrever um artigo jornalístico não é a mesma coisa que escrever um artigo científico/académico. Mas isso não é justificação para descer ao nível panfletário.

publicado às 17:05


5 comentários

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De Nuno Castelo-Branco a 04.09.2011 às 10:22

Uma parvoíce revoltante! Uma vez que todas essas aquisições já pagaram impostos, a que propósito o "Estado" - ou melhor, quem nele manda - vem arrecadar mais uma grossa fatia daquilo que pertence a outrem? 
- ao articulista não lhe ocorre sequer por um minuto a ideia de que esse património, por muito escasso que seja, também provem de sacrifícios que a família enfrentou conjuntamente? Um simples quadro, uma peça decorativa mais importante, uma casa, etc, valem aquilo que poderia ter sido gasto em festanças, viagens e outras folias. Pouparam e conseguiram amealhar. Isso não merecerá qualquer consideração? É a mentalidade do fartar vilanagem, do "aprés moi le déluge", do egoísmo e do encher a barriga que o resultado deixamos depois na casa de banho. Que idiotas.
- Vê-se a forma como o "estado" tem gasto de forma socialmente útil os milhões que arrecada das contribuições dos portugueses e daquele outro que provem dos bolsos de contribuintes estrangeiros. Vê-se!
- Quando alguém compra uma casa, por muito "casota" que seja, contribui para os cofres do Estado, directa ou indirectamente. Os impostos directos bastante altos e abusivos, as contribuições anuais, as taxas de televisão forçadas - irão acabar? - a dinamização de uma miríade de empresas ligadas à construção - e os impostos inerentes às mesmas -, o equipamento da casa - lá estão os IVA a pesar e de que maneira! -, a resolução privada de um problema social que o Estado não pode nem quer ter a cargo - o direito à habitação - enfim, um nunca acabar de razões. Ou pretenderá "o Estado" que acabemos de vez com a poupança e passemos todos a fazer o que "eles fazem", indo torrar o dinheiro no Club Mediterranée, comprar carros potentes, jantaradas fora, e outras coisas que me poupo a mencionar? Será que os "estatistas" acham melhor?
- imaginemos uma senhora de provecta idade que morre e deixa uns tantos colares, brincos e pulseiras de valor. Tencionava deixá-los às descendentes, mas eis que entra pela casa adentro um tipo qualquer e põe-se a contabilizar estes bens, avaliando-os - claro! - a um preço superior. É isso mesmo que fazem, bem ao contrário das penhoras onde procuram esvaziar uma casa inteira por uma dívida de, digamos, 500 contos. Mas o que é isto?! Parece-vos impossível? Pois não será, o fito é poderem entrar em casa dos particulares e fazerem o arrolamento de tudo o que existe, por mais insignificante que seja. Imaginemos agora, o rolo compressor de corrupção que se instalará, com negociatas arranjadas com amigos e aquelas outras habilidades bem conhecidas.


Em suma, os cavalheiros estão a tentar encontrar uma bela corda para enrolar ao pescoço. Quando o Estado se intromete demasiadamente, há quem pretenda abrir as portas ao inimigo do próprio: este, tanto pode ser externo, como interno. Façam a escolha.
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De tuvalu a 04.09.2011 às 23:22


fixem-no, pode ser ministro amanhã...; o melhor é começar a dar coça...basta duas ou três, e talvez alguns percebam que não estamos para meias medidas...
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De Tiago dBP a 07.09.2011 às 10:46

"(...) ninguém tem qualquer mérito por ter nascido numa família rica. As circunstâncias sociais do nosso nascimento são, como se costuma dizer, "moralmente arbitrárias". Por isso os herdeiros não merecem a sua herança (...)" diz ele. Mas quem construiu a fortuna (e sejamos claros, infelizmente nem todos os casos de heranças podem ser designados como "fortunas") merece o respeito de ver o seu património ser transmitido a quem ele designou, sem que o estado se arrogue o direito de ficar com o património.
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De rui a. a 08.09.2011 às 20:19

Prezado Samuel,

Li este seu post após ter escrito e publicado um meu no Blasfémias. Verifico que coincidimos nalgumas questões que colocámos ao Professor Rosas, mas, creia-me, tratou-se de uma total coincidência, julgo que provocada pela evidência das nossas observações, face às enormidades do texto comentado. Em momento algum gostaria que pensasse que utilizei o que escreveu em abono próprio.

Cumprimentos cordiais,

Rui Albuquerque
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De WZD a 09.09.2011 às 19:57

Daqui se pode inferir que o Rui Albuquerque ainda tem muita leitura para por em dia, pois o seu artigo no blasfémias foi escrito mais de quatro dias depois do artigo do Samuel de Paiva Pires...Image Isso ou então o melhor mesmo é passar a estar mais atento ao que por aqui no Estado Sentido se vai escrevendo. Vá por mim, não dará por perdido o seu tempo. Image

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