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Ontem, o Público trazia uma tradução do artigo de J. Bradford DeLong (aqui, no original) intitulado “O mundo de sonho de Ben Bernanke”, em que o articulista, professor de economia na universidade da Califórnia e membro proeminente da ortodoxia keynesiana, se insurge contra a ausência de (ainda mais) medidas de estímulo monetário à economia americana por parte do banco central (a Reserva Federal). Na opinião de DeLong, existe o sério risco de as autoridades, ao não actuarem com o volume de estímulos necessários, prolonguem no tempo a quase-estagnação actual, com altos níveis de desemprego e baixos níveis de investimento. Para justificar a sua argumentação, escreve DeLong, a certa altura:
«Após a Grande Depressão dos anos 1930, a vasta onda de investimento em capacidade industrial durante a Segunda Grande Guerra cobriu a escassez da década perdida. Consequentemente, a Depressão não causou danos ao crescimento futuro – ou melhor, os danos foram compensados pelos resultados positivos de cinco anos de mobilização para a guerra total contra a Alemanha Nazi e o Japão Imperial.»
Ou seja: DeLong é, não surpreendentemente, mais um defensor da teoria das “virtudes regeneradoras” da guerra. Não vou discutir os méritos da validade empírica da tese de DeLong (Robert Higgs já o fez, disputando-os vivamente). Recordo apenas, subscrevendo-as, as palavras de Ludwig von Mises na apreciação desta tese no seu livro Nation, State and Economy: “War prosperity is like the prosperity that an earthquake or a plague brings.”