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A doença é profunda

por Eduardo F., em 06.09.11

Em nome do combate ao “aquecimento global” e ao “desperdício energético”, a partir de 1 de Setembro último deixou de ser possível adquirir lâmpadas incandescentes de 60W, prosseguindo o phasing-out determinado por Bruxelas, iniciado em Setembro de 2009. A DECO, entretanto, entendeu ontem pronunciar-se sobre este assunto classificando-o de “medida com interesse para fazer diminuir a factura de electricidade” já que “retirar esse tipo de lâmpadas do mercado é fazer com que as pessoas tenham obrigatoriamente de comprar as outras e as outras consomem muitíssimo menos e duram muitíssimo mais”. Não obstante os superlativos, a DECO vem agora propor que as lâmpadas economizadoras, durante um período transitório, tenham a taxa de IVA reduzida e não a normal uma vez que antecipa que “desaparece[ndo] este tipo de lâmpadas [incandescentes], as outras - as de consumo mais baixo - vão ter um aumento de preço”! É caso para dizer que com esta “defesa” o consumidor não irá longe. Sermos obrigados a adquirir produtos que não adquiriríamos noutras circunstâncias, apesar de todas as vantagens apresentadas e vermos a associação de “defesa” do consumidor a deflectir as consequências dessa proibição, diz-nos muito sobre a própria DECO nesta matéria. Sobre o tema, recomendo uma visita ao Ecotretas.

 

Outro exemplo do ensandecer estatista que nos assola em permanência foi-nos também ontem dado pelo bastonário da Ordem dos Médicos que, ainda na 6ª feira passada, tinha considerado que “o governo está a ir longe demais nalguns cortes” e que “não pode ser o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e os doentes a pagar a principal factura da crise”. Vai daí, talvez após reflexão no fim-de-semana, e propõe a criação de um novo imposto sobre a fast-food e “dezenas de variedades de outro lixo alimentar” como forma de financiar o Serviço Nacional de Saúde!

 

A limitação incessante dos graus de liberdade do indivíduo, resultante da tentacularização crescente do aparelho estatal em nome do “interesse comum” e, maliciosamente, também em nome dos interesses de cada um (electricidade e saúde são dois exemplos), há muito que ultrapassou os limites do admissível. É profunda, esta doença.

publicado às 01:42


3 comentários

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De Samuel de Paiva Pires a 06.09.2011 às 09:49

Estamos entregues a esta gente...
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De areia_do_deserto a 06.09.2011 às 17:08


Se continuarmos a querer...
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De Octávio dos Santos a 07.09.2011 às 18:11

Não é só por causa disto que a DECO já não merece credibilidade: este ano, e após quase 20 de ligação, aqui em casa decidimos deixar de ser associados da dita cuja. Motivo? Aderiu - através das suas revistas, e não só - ao «acordo ortográfico»... sem ter realizado e divulgado qualquer estudo sobre as implicações daquele. De mim já não recebem nem um cêntimo.

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