Meus Caros Amigos:
Com o devido respeito, não vamos baralhar a necessidade urgente de energias alternativas, com a corrupção e oportunismo a que ela deu lugar. Por favor!
São coisas muito distintas.
Se todos temos necessidade de uma coisa, o facto de alguém se aproveitar dessa nossa carência de forma desonesta, não extingue a necessidade em si.
Já o disse aqui e torno a dizer: a vaca sagrada do petróleo não vai durar muito mais, metam isso na cabeça de uma vez por todas.
Só quem nos últimos anos deixou de acompanhar a evolução da demanda dos mercados de recursos naturais, e em especial do precioso ouro negro (http://www.energyintel.com/Research/Pages/eir-reports-the-quest-for-dominance.aspx), é que ainda não percebeu.
Assim possam, dêem uma volta por Shanghai, Pequim, Jiangsu e Hunan (com os seus imensuráveis parques automóveis de viaturas usadas importadas), Bombaim, Nova Deli, Jakarta, Kuala Lumpur, e por aí, e vão ver que percebem.
Custa acreditar, bem sei, e a aceitar que aquilo que sempre tivemos, se não a 'cent'e coroa', pelo menos a preços minimamente aceitáveis ali na bomba de serviço ao virar da esquina, esteja a ser sorvido até à última gota por gente que se está paulatinamente nas tintas para nós.
Pois é.
É duro, é penoso pensar sequer no assunto.
Mas a realidade ultrapassa largo a ficção. Hélas!
É ver para crer (http://www.drxyzzy.org/prod-lindgren-oil-e.pdf).
E só a respeito de uma das partes interessadas (http://articles.latimes.com/2011/mar/09/business/la-fi-china-oil-20110310), mais AQUI (http://online.wsj.com/article/SB10001424052748704835504576059343123653116.html), AQUI (http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,725174,00.html) e AQUI (http://www.brookings.edu/papers/2006/05china_downs.aspx).
Já agora, para não me chamarem faccioso, um interessante artigo que diz que não, que ainda há recursos miridíacos por explorar em matéria de combustíveis fósseis (http://www.msnbc.msn.com/id/40011807/ns/world_news-world_environment/t/quest-oil-gets-more-remote-riskier/#.TnF7P3NqMy4) para muitos e folgados decénios — o problema é tudo o mais que está associado à respectiva exploração e posse.
A sustentabilidade energética é hoje, provavelmente, o maior desafio que qualquer economia e sociedade que se preze enfrenta.
Cada país, cada estado, cada economia não-produtora ou largamente carente de combustíveis fósseis, ou luta por drásticas reduções face à dependência externa nesta matéria, ou enfrenta sérias possibilidades de colapso. Esta é uma guerra sem quartel.
Mas como sempre, nestas coisas eu digo: oxalá eu esteja redondamente enganado. (mas não creio)
Meus mais amigáveis cumprimentos,
Luís F. Afonso, Fukuoka, Japão