por Cristina Ribeiro, em 30.09.11
" - Pois o caminho para Almeirim é por aqui?
-Vossa Majestade não vai para Almeirim, mas sim para os bons ares da espaçosa fortaleza da ilha Terceira "
( Camilo Castelo Branco, « Luta de Gigantes » )
Acabara de chegar de um daqueles passeios que me levaram ao interior da ilha, e propunha-me agora retomar a leitura de um dos dois livros que levara na mala. Começava um capítulo novo, em que o autor descorria sobre o drama de D. Afonso VI, que, depois do golpe palaciano que colocara no trono seu irmão D. Pedro II, e " ao cabo de dois anos de reclusão no seu quarto "pedia " o transferissem para ares do campo "; que iria para Almeirim, o que alegrou o ainda Rei, mas logo veio a saber que o seu destino seria outro, a maior fortaleza do Atlântico, o então denominado Forte de S. Filipe, porque mandado construir por Filipe II de Espanha, hoje Forte de S. João Baptista, onde continuaria o lúgrube cativeiro.
Entre o local onde me encontrava e o Monte Brasil, esse maciço verde onde se ergue o forte, apenas um braço de mar. No dia seguinte iria ver de perto onde se desenrolara parte da tragédia daquele que foi, até à sua morte em Sintra, o segundo Rei da Dinastia de Bragança.
* O Vitorioso, pois foi durante o seu reinado que se travaram as mais decisivas batalhas da Restauração.