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Fui almoçar com o meu irmão e para variar, o cardápio incluíu arroz malandrinho e uns tantos "jaquinzinhos". Uma delícia. Trocos recebidos, o Miguel verificou que a maior parte das moedas "grandes" - 1 e 2 Euros -, eram espanholas, ostentando a "esfinge" do rei João Carlos I. Esta da "esfinge" tem que se lhe diga, pois era assim mesmo que uma "setôra" de Medieval da FLL se referia às moedas de outros tempos, sublinhando aquela característica tão rara na numismática portuguesa. Bem vistas as coisas e pela primeira vez na nossa História, temos nos bolsos a "esfinge" de um Rei espanhol, uma vez que nos tempos da Casa de Áustria, as moedas circulavam em Portugal ostentando o nome do soberano e única e exclusivamente, as armas nacionais. Moedas portuguesas sem qualquer espanholada ou inutilidades do Franco-Condado, Flandres, Milão, Nápoles, etc. Nestes tempos modernos, as coisas já não são bem assim, ficando-se a lusa paródia do selo de D. Afonso Henriques, batido nas pequenas moedas de cobre. Essas sim, são a maioria, tilintantes símbolos de 37 anos de ridentes sucessos.
Decidi voltar para casa a pé, como é meu hábito. A Rua da Rosa e o Príncipe Real pejados de turistas, passeando encantados por este verão tardio. Ao chegar ao Rato, deparei com um modesto cordão policial, pois ali estava a cabeça da "grandiosa manifestação de indignados". O espectáculo de sempre, uns tantos rastas, os já costumeiros velhotes "colas" do Partido também do costume e alguns que iam em calmíssima charla, sorvendo os gelados comprados ali mais abaixo, nos cafés da Rua Braancamp. Para a necessária reportagem a incluir num post blogueiro lá para o fim do dia, alguns empunhavam umas indignamente expensive máquinas de fotografar com mega-objectivas, enquanto se ouviam uns tantos batuques acompanhando incompreensíveis palavras de desordem. Lá estava o Tomás Vasques aparentemente satisfeito, vestindo uma t-shirt negra que o coloca na posição de enigmático partisan do Partido Nacional Fascista do Duce Benito Mussolini. Se não era o Tomás, era um irmão-siamês.
A coisa foi de arromba, eram biliões e biliões de protestantes, enchendo aquele vastíssimo espaço compreendido pelo Largo do Rato e a esquina onde se situa o prédio Heron Castilho de Sócrates, enfim, quase ao nível de uma espécie de comemoração da vitória do Cascalheirense sobre o Penacovense.
Chegando atrasados ao núcleo duro do passeio, dois rapazes passaram apressadamente, empunhando a chamada Bandeira da Restauração que por sinal, bem podia transformar-se uma vez mais, no símbolo unificador de um povo a ficar farto de bancos, negócios bolsistas, Estado boyzeiro, chulices "sprédicas" tão convenientemente à moda dos tais "indignados" do Maio 68, bloombergerismos plutocráticos, presidentes amigos de amigos inapresentáveis, etc.
Não resisti a uma modesta participação na coisa e limitei-me a um sonoro ..."até que enfim se vê uma bandeira decente"!
Risos de satisfeita aprovação. Isto vai, foi um excente dia para a marca Olá.