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À atenção de certos académicos indígenas

por Samuel de Paiva Pires, em 30.10.11

Maria Filomena Mónica, no Expresso de ontem, via Delito de Opinião:

 

«Encontrei uma solução que gostaria de apresentar. Em vez de me cortarem um quarto no vencimento, bastaria despedir nove de entre os meus colegas que, ao longo dos anos, não escreveram dez linhas aproveitáveis. Já agora, talvez não fosse má ideia pôr na rua os docentes que não preparam aulas, os que faltam aos compromissos académicos, os que promovem os amigos e os que andam a "salvar" o mundo com propaganda que introduzem na sala de aula.»

publicado às 17:43


11 comentários

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De Eduardo F. a 30.10.2011 às 17:58

Maria Filomena Mónica igual a si mesma (http://www.bulhosa.pt/livro/bilhete-de-identidade-memorias-1943-1976-maria-filomena-monica/).
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De areia_do_deserto a 30.10.2011 às 18:28

:))) mas há Grandes e Louváveis Excepções :) no meu caso, nas pós-graduações só tive como docente bem medíocre um...se calhar, tive sorte, mas este nem aulas sabia dar sem olhar para os papéis e nem sabedoria tinha para deter uma visão abrangente do que pretendia leccionar, que era nada, rien de rien...por que lá estaria??? :)))Image
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De Samuel de Paiva Pires a 30.10.2011 às 18:29

Infelizmente, eu apanhei vários assim na licenciatura!
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De areia_do_deserto a 30.10.2011 às 18:30


Ah, e já agora, aqueles que fizeram Mestrados e Doutoramentos prêt-a- porter pós-Bolonha, na mesma Universidade da Licenciatura, de forma atómica, para não perderem o poiso, não tendo, jamais, escrito um artigozinho académico que seja :)))Image
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De Samuel de Paiva Pires a 30.10.2011 às 18:34

Eu era dessa fornada. Licenciatura de 4 anos e podia ter feito apenas mais um ano (no qual apenas teria 1 semestre de aulas) e ficar com o Mestrado. Preferi mudar de Relações Internacionais para Ciência Política e aprender alguma coisa, mesmo tendo gasto mais dinheiro e demorado 2 anos em vez de 1.
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De areia_do_deserto a 30.10.2011 às 18:40


Ora, na Licenciatura, na Licenciatura tb trive óptimos Professores. Bem lá tive 3 cromos, assistémicos (o que é sempre um must, apesar de uma, prima de outro, exagerar a tal ponto que parecíamos estar na twilight zone um bocadinho (???:))) hard core, mas eu e os meus Amigos éramos uma espécie de narradores não participantes, enquanto muitos dos meus outros colegas davam-lhe uma graxa até ao chão- até ao café iam todos em confraternizações algo weird! :))) que, para mim, vinda de uma Universidade onde fazia a continência aos Professores, se revelou uma epifania, pois, de facto, a matéria era algo difusa, mas a aulas eram imperdíveis, ainda, hoje, quando nos juntamos rimos até ao chão, não por maldade, mas porque assistimos a cenas verdadeiramente cénicas de ir às lágrimas, mas que nos ensinaram algo! Image
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De areia_do_deserto a 30.10.2011 às 18:48


Passo a explicar: é que eu entrei numa privada, mas depois de um percurso errante (sentia que ali não era o meu lugar :), voltei a fazer um novo 12º ano, neste caso em Línguas, pois tinha feito o de Humanidades (naquele tempo era assim :) para poder entrar em Línguas e Literaturas Modernas, mudando, completamente, de área no Mestrado e Doutoramento e, mesmo no Doutoramento, que era pré-Bolonha, na transição fiz todos os seminários da área para a qual a minha tese evoluiu. Não acredito em teses prêt-a-porter, ainda que muitas razões de ordem pessoal e emocional, me tivessem obrigado a adiar a entrega da tese de Doutoramento, porque quem elabora uma tese comme il faut ela tem de estar bem fundamentada em termos bibliográficos, mas acima de tudo, tem de sair de dentro de nós, evoluindo. E a sensação que se tem quando se a entrega- é como se um vazio se instaurasse em nós, é estranho, pois é, ao mesmo tempo, um alívio, mas por outro lado, é algo que parte...Image
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De Samuel de Paiva Pires a 30.10.2011 às 18:53

Sem dúvida! Tive exactamente essa sensação quando entreguei a minha tese de mestrado. Durante 6 meses mal sai de casa a não ser para ir trabalhar. Foram fins-de-semana a fio a ler e a escrever e 3 meses em que inclusive estive a part-time para poder ter mais tempo para acabar a tese e quando finalmente a entreguei senti um alívio mas também um vazio. Sentia-me estranho no fim-de-semana seguinte, quando dei por mim a ter tempo livre novamente e sem saber o que fazer para o ocupar. O que vale é que passou rapidamente :)
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De areia_do_deserto a 30.10.2011 às 21:38

Bem, eu entrei no Doutoramento, tendo já entregado a tese de Mestrado, mas ainda não a tendo defendido e acumulava tudo isso com trabalho doméstico, deveres Familiares (Mãe, Mulher, bode expiatório, burra de carga, pató de serviço, entre muitos outros.... :), apresentação de artigos abroad, aulas quando as podia leccionar e outros trabalhos avulsos na área da publicidade, do desenvolvimento de conteúdos e de projectos de negócio que sonhava concretizar  (tb almejei acabar o exame do Proficiency, pois frequentei o último ano no British Council e tirar a carta, mas já não consegui ...:). Não estou, aqui, a fazer comparações, Samuel, nem a querer o do papel da vítima, pois tal recruta na distribuição por tantos contextos desenvolveu-me muitas competências, até espirituais e de resiliência ao stress,  mas digo-lhe que, para uma mulher com Família fazer tudo isso implica uma ginástica à qual muitos homens são poupados, sejam solteiros ou casados...é tudo muito bonito na teoria, mas quem acumula tudo somos nós as multitasking :) e olhe que não sou feminista, no sentido original do termo, ainda que lhes esteja muito grata, mas, neste país, ainda há muito a fazer na igualdade de género - igualdade na diversidade, nos deveres e nos direitos, claro está, que se são 2 géneros é porque são distintos e ainda bemImage...
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De Samuel de Paiva Pires a 30.10.2011 às 22:06

Nem consigo sequer imaginar o esforço necessário para suportar tudo isso, mas é uma prova clara de que as mulheres, ao contrários dos homens, são mesmo multi-tarefas Image
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De Pedro Quartin Graça a 30.10.2011 às 22:27

ImageImageImageHonra ao mérito!

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