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Miguel Castelo-Branco, A morte do pequeno deus:
«A crise que vivemos é a crise da ficção dos governos. Na presente crise, a excepção parece ser a dos países onde não há governo. Na Europa em pré-bancarrota, o único país que se tem saído bem é a Bélgica, que esteve sem governo durante ano e meio. Onde há políticos e gestores do imediato, há crise; onde não os há, a crise parece resolver-se de forma natural. No fundo, a crise dos governos é a crise de um modelo. No Antigo Regime, que tinha governos mínimos, quase sem funcionalismo, os governos serviam o Rei e não se envolviam em minudências. Os chamados corpos intermédios cuidavam do essencial, resolviam os problemas e encontravam soluções. Hoje, que os governos são complexos, pesados, estão em todo o lado, legislam sobre tudo, as crises tornam-se generalizadas, invadem todos os campos da vida colectiva e imobilizam as sociedades.»