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A crise da ficção dos governos

por Samuel de Paiva Pires, em 31.10.11

Miguel Castelo-Branco, A morte do pequeno deus:

 

«A crise que vivemos é a crise da ficção dos governos. Na presente crise, a excepção parece ser a dos países onde não há governo. Na Europa em pré-bancarrota, o único país que se tem saído bem é a Bélgica, que esteve sem governo durante ano e meio. Onde há políticos e gestores do imediato, há crise; onde não os há, a crise parece resolver-se de forma natural. No fundo, a crise dos governos é a crise de um modelo. No Antigo Regime, que tinha governos mínimos, quase sem funcionalismo, os governos serviam o Rei e não se envolviam em minudências. Os chamados corpos intermédios cuidavam do essencial, resolviam os problemas e encontravam soluções. Hoje, que os governos são complexos, pesados, estão em todo o lado, legislam sobre tudo, as crises tornam-se generalizadas, invadem todos os campos da vida colectiva e imobilizam as sociedades.»

publicado às 13:06


2 comentários

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De Reisa a 31.10.2011 às 13:26

A propósito do antigo regime lembro-me da frase de Armando Guebuza, Presidente de Moçambique:- Valeu a pena matar 10 mil soldados portugueses. Só assim chegámos a libertação e democracia cá e lá em Portugal e a nossa custa.
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De Carlos Velasco a 31.10.2011 às 14:32

Caro Samuel,

Interessa saber quem promoveu e ganhou com essas mudanças. Parece ter sido uma certa classe que queria acabar com "coisas arcaicas" como as terras da Igreja e os Morgadios (e depois as comprou), que também desejava a unificação dos pesos e medidas, a inauguração de um banco nacional, o fim dos direitos locais e a unificação do mercado interno, enfim, já deve estar claro quem promoveu e ganhou com essas mudanças feitas às custas dos poderes locais e das várias classes.
Andavam a financiar a divulgação das suas teses, promovendo a ideia dos três poderes, da "soberania popular", do contracto social e por aí vai. Mais tarde tivemos um "upgrade" desse movimento, que havia sido ele próprio um "upgrade" do absolutismo e do despotismo esclarecido quando estes perderam o seu vigor transformador e se cristalizaram. Surgiu aí o socialismo. Uma leitura do Manifesto Comunista deixa isso bem claro, apesar de Marx ser quase sempre um mentiroso. Mas tinha razão ao classificar o liberalismo como uma ideologia revolucionária. E se lembrarmos o que foi feito em França, na Alemanha, em Portugal, na Espanha e na Itália, para não falar dos atentados contra o Japão e a China, esses em nome da liberdade de comércio, não restará dúvida alguma.
Não é por acaso que até nos dias de hoje os liberais que abraçam os vermelhos contra os conservadores nas questões fundamentais são inúmeros. Em Portugal, basta olhar para as fileiras do PSD e até do PP. No mundo, basta pensar na história recente da Tailândia, do Brasil e da Argentina.
Passou o link de um artigo que complementa bem o espírito desse post do MCB:

http://www.midiasemmascara.org/artigos/cultura/12529-o-homem-massa-como-burocrata.html

Um abraço.   

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