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Raras vezes estive numa conferência tão interessante e com um debate tão elevado como aquele a que se assistiu ontem na 1.ª Conferência do Liberalismo Clássico. Da minha parte, permiti-me assinalar as convergências entre liberalismo, conservadorismo e socialismo, reflectindo sobre os Old Whighs Burke e Hayek, com pitadas de Oakeshott, Gray e Scruton, procurando mostrar como o indivíduo é um produto da tradição, como o mercado incorpora a moralidade desta e como chegámos a uma atmosfera moderna que é altamente destrutiva das tradições intelectuais e morais europeias. Deixei recomendações para os conservadores não caírem na armadilha de tentar capturar o estado para impor uma perspectiva conservadora às burocracias, e os liberais na da falsa dicotomia entre religião e política. Porque tomos assumimos, como assinalou José Adelino Maltez, "uma concepção do mundo e da vida anti-construtivista, anti-revolucionária e anti-estadista, segundo a qual não é a história que faz o homem, mas o homem que faz a história, mesmo sem saber que história vai fazendo" em que "Um liberal tradicional, aqui e agora, no Portugal de Gaspar, não é pela direita que quer conservar o que está, nem pela esquerda que quer conservar o que estava. É do centro excêntrico, porque, como diria Garrett, o jardineiro, vintista, setembrista e regenerador histórico, Portugal já não é o que foi nem pode voltar a ser o que era. O que vai ser é do querer de Deus, do sonho dos homens e da obra que eles fizerem. Isto é, da acção dos homens concretos, contra os planeamentistas da troika e os decisões do eixo. Os liberais apenas podem ser conservadores do que deve ser, dos homens livres num país livre."