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Ainda a emigração

por Samuel de Paiva Pires, em 27.12.11

Avelino de Jesus, num artigo que vale bem a pena ler na íntegra (via Blasfémias):

 

«A atitude face à emigração deve ser enquadrada numa posição de abertura face à mobilidade social e económica em geral. As restrições à emigração, quer em termos de políticas quer de pensamento, relevam sobretudo de posições ultraconservadores e reaccionárias, qualquer que seja a forma com que se disfarcem. É próprio destas perspectivas reprimir os movimentos de populações quer no interior quer para o exterior. É muito frágil a posição de alguns críticos segundo os quais "nem nos tempos do salazarismo se ouviu um governante dizer que os portugueses deviam ir embora"; claro que não, ouviam-se antes os tiros de perseguição nas fronteiras contra aqueles que procuravam sair a salto, contra a vontade dos que então, como agora, visam tolher a liberdade de circulação das populações.

Aqueles que - jovens ou maduros, profissionais manuais ou intelectuais - ousem emigrar, por necessidade ou ambição, merecem o nosso apoio e solidariedade.

O mesmo conforto merecem igualmente todos os que - incluindo os governantes - manifestem esse apoio e solidariedade àquela atitude de inconformismo radical.

O provincianismo e o cultivo de posições periféricas e isolacionista foram, e continuam a ser, dos principais obstáculos ao nosso desenvolvimento. Contrariar tais pechas - mesmo quando temos pela frente autênticas barreiras que, travestidas de posições progressistas, constituem puro terrorismo ideológico - não sendo tarefa fácil, não poderá ser contornada.

As críticas em apreço podem ser eleitoralmente rentáveis, porque fazem apelo aos reflexos mais atávicos, mas revelam uma ignorância da realidade e uma falência moral lamentáveis. »

publicado às 13:04


9 comentários

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De Nuno Castelo-Branco a 27.12.2011 às 16:49

Parece-me bem, mas então, o regime que deixe de atirar com a "emigração" como pecha sobre o regime antecedente. Estão a proporcionar exactamente o mesmo, em massa e desta vez vão os mais qualificados. Enfim, mais um fracasso, a somar-se a tantos outros. 
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De MIGUEL a 28.12.2011 às 08:35

\" ignorancia da realidade e falencia moral...\"
E SALAZAR SEMPRE O CULPADO POR TUDO ISTO. O NOSSO GRANDE PROBLEMA SÓ É QUE O HOMEM DESAPARECEU HA MAIS DE 40 ANOS E OS CAES, ELES, CONTINUAM A LADRAR, DESTA VEZ POR JÁ NAO HAVER PAO!
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De Carlos Velasco a 28.12.2011 às 10:00

Caro Samuel,

Acabei de ler o artigo e fiquei impressionado com a desonestidade intelectual do paspalhote que o escreve. Os números são inventados e não traduzem a realidade, coisa que provarei num artigo no meu blogue. Mais uma vez se confirma aquilo que sempre disse: o ISEG não passa de um bordel do regime.

Um abraço.
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De Carlos Velasco a 28.12.2011 às 12:41

Caro Samuel,

Como prometido, aqui vai a primeira parte do desmascaramento desse farsante:

http://ogladio.blogspot.com/2011/12/apelo-realidade.html

Na melhor das hipóteses, o tipo é um incompetente e demonstra um grau de ignorância atroz.

Um abraço.
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De Samuel de Paiva Pires a 28.12.2011 às 12:49

Caro Carlos,

Sinceramente a primeira parte do artigo, relativa precisamente aos números, pouco me interessa. Interessa-me, isso sim, a perspectiva que o mesmo deixa no fim (e que aqui transcrevi) e com a qual estou em acordo.

Um abraço
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De Carlos Velasco a 28.12.2011 às 13:20

Caro Samuel,

Mas o artigo todo é uma farsa baseada numa outra farsa. Logicamente, não se mente recorrendo apenas à mentira, mas a uma mistura de mentiras e verdades, e as verdades que o tipo diz não passam de observações acacianas. Por fim, na visão do paspalho que escreveu o artigo, não deve haver sociedade mais retrógrada que o Japão e Cabo Verde deve ser um dos países mais progressivos do mundo.

Um abraço.
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De Samuel de Paiva Pires a 28.12.2011 às 14:02

Caro Carlos,

Fazer determinar qualificações de retrógrada ou progressista a uma sociedade com base meramente em variáveis económicas e a sua repercussão nos fluxos migratórios parece-me um erro. Assim como é errado, numa perspectiva de política comparada, realizar extrapolações comparativas com outros países, como faz, sem qualquer controlo das variáveis em análise. Quanto mais não seja porque, como o próprio Carlos diz no seu texto, há que ter em atenção os circunstancialismos históricos de cada sociedade ou país.
De resto, sou pelo abraço armilar e pelo português à solta, pelo que teremos que concordar em discordar.

Um abraço
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De Carlos Velasco a 28.12.2011 às 14:28

Samuel,

Não discordo de si, mas apenas desse impostor pago pelo erário para enganar os crédulos. Também eu sou favorável ao português à solta, até por ser de uma família de portugueses à solta, mas ser um português à solta é diferente de ser um português em fuga por falta de oportunidades, e nós sabemos que elas não existem pois os peixes gordos, como o tal Avelino, tudo comem e nada deixam para a economia.
Quanto à observação em relação ao uso que fiz daqueles exemplos do Japão e Cabo Verde (Assim como é errado, numa perspectiva de política comparada, realizar extrapolações comparativas com outros países, como faz, sem qualquer controlo das variáveis em análise.), a crítica acaba por ser dirigida ao próprio impostor do ISEG pois o que fiz foi utilizar a metodologia dele próprio.

Abraço.

P.S: Prometo que não chatearei mais, até porque tenho mesmo que sair.
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De Samuel de Paiva Pires a 28.12.2011 às 14:34

Caríssimo,

Sim, quanto à metodologia, eu percebi que apenas utilizou aquilo a que o autor do artigo havia recorrido, mas por isso mesmo é que acima afirmei que os números que o mesmo apresentava pouco me interessavam.

Um grande abraço

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