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Este belo edifício que ainda está de pé na Rua de S. Lázaro - ao Martim Moniz/Hospital de S. José -, foi um motivo para auscultar a posição que os funcionários da Câmara Municipal de Lisboa têm acerca do património daquela prestimosa instituição. Ainda era João Soares Presidente, quando um dia, em conversa com um dos seus assessores, lhe falei na necessidade urgente de recuperar este prédio. A resposta sacramental tinha como formal desculpa, a ..."falta de verbas para a reabilitação" e assim contra-ataquei, dizendo disponibilizar-me para ficar com um dos pisos e restaurá-lo à minha conta. Restaurá-lo como deve ser, claro, respeitando o pé direito do apartamento, os tectos trabalhados, o soalho de madeira, a divisão interna e totalmente recuperando a cozinha, casas de banho, janelas, gradeamentos, etc. Mais ainda, disse-lhe que estava disposto a encontrar quem fizesse o mesmo aos restantes pisos. A única condição seria um contrato prolongado no tempo e uma renda que não poderia deixar de ser razoável, devido às despesas que as obras acarretariam.
Tive pronta resposta ao teste, a este "experimentar de coração de branco":
- "Aaaaah... não podemos fazer isso. Se ocorrer um sismo em Lisboa, teremos de colocar as pessoas em qualquer lado, não? Onde iremos então encontrar casas? A Câmara tem obrigações..."
Desatei a rir. Se a CML é um dos mais desleixados, arrogantes e incompetentes proprietários que arruínam a cidade, porque razão sobreviveriam a um cataclismo, as centenas, senão milhares de prédios que lhe pertencem?
Pois bem, passaram mais de dez anos e o prédio encontra-se totalmente abandonado e tal como convém aos "mesmos de sempre", de janelas escancaradas, para que se acelere o inevitável processo de demolição. Aqui está uma foto "salgada" para um vereador da pseudo-reabilitação urbana que também prazenteiramente carrega às "costas", um Presidente comentadeiro de quinta-feira à noite.