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Este belo edifício que ainda está de pé na Rua de S. Lázaro - ao Martim Moniz/Hospital de S. José -, foi um motivo para auscultar a posição que os funcionários da Câmara Municipal de Lisboa têm acerca do património daquela prestimosa instituição. Ainda era João Soares Presidente, quando um dia, em conversa com um dos seus assessores, lhe falei na necessidade urgente de recuperar este prédio. A resposta sacramental tinha como formal desculpa, a ..."falta de verbas para a reabilitação" e assim contra-ataquei, dizendo disponibilizar-me para ficar com um dos pisos e restaurá-lo à minha conta. Restaurá-lo como deve ser, claro, respeitando o pé direito do apartamento, os tectos trabalhados, o soalho de madeira, a divisão interna e totalmente recuperando a cozinha, casas de banho, janelas, gradeamentos, etc. Mais ainda, disse-lhe que estava disposto a encontrar quem fizesse o mesmo aos restantes pisos. A única condição seria um contrato prolongado no tempo e uma renda que não poderia deixar de ser razoável, devido às despesas que as obras acarretariam.

 

Tive pronta resposta ao teste, a este "experimentar de coração de branco":

 

- "Aaaaah... não podemos fazer isso. Se ocorrer um sismo em Lisboa, teremos de colocar as pessoas em qualquer lado, não? Onde iremos então encontrar casas? A Câmara tem obrigações..."

 

Desatei a rir. Se a CML é um dos mais desleixados, arrogantes e incompetentes proprietários que arruínam a cidade, porque razão sobreviveriam a um cataclismo, as centenas, senão milhares de prédios que lhe pertencem?

 

Pois bem, passaram mais de dez anos e o prédio encontra-se totalmente abandonado e tal como convém aos "mesmos de sempre", de janelas escancaradas, para que se acelere o inevitável processo de demolição. Aqui está uma foto "salgada" para um vereador da pseudo-reabilitação urbana que também prazenteiramente carrega às "costas", um Presidente comentadeiro de quinta-feira à noite.

publicado às 09:13


2 comentários

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De Isabel Valadão a 03.01.2012 às 14:00

E assim vai o NOSSO património... quanto mais arruinado, menos custa aos interessados em substituí-lo por modernos mamarrachos a operação de demolição...
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De Anónimo a 04.01.2012 às 01:56

O Nuno chegou a ver a fachada linda - toda trabalhada,  cheia de  preciosos e elegantes ornamentos - do enorme edifício de fins do séc. dezanove/princípios de vinte, creio, que deixaram degradar-se ao ponto da não recuperação para facilitar o seu desmoronamento através de fogo posto,  na Av. Elias Garcia? Mais um crime  a juntar a milhares d'outros contra o  nosso riquíssimo património arquitectónico, cometido com toda a liberdade do mundo e  o obscuro beneplácito da Câmara de Lisboa. E isto sucede-se a um ritmo alucinante por toda a cidade de Lisboa e um pouco por todo o país.

É evidente que todo este tropel indigno que tem fingido  que governa as autarquias do país, além de incultos e oportunistas, são  uns vigaristas de altíssimo coturno. E ninguém faz nada para afastar do poder, autárquico e central, esta quadrilha de bandidos? Pelo visto, não. E eles, astutos como um raio e aproveitando-se da demasiada brandura dos portugueses, continuam impantes  o seu percurso de destruição de tudo o que é arquitectònicamente belo e grandioso  no nosso país..., isto enquanto o povo os deixar. E eles sabem-no. E  vão abusando e de que maneira, enquanto  tiverem roda livre.
Maria

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