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Entretanto, no Palácio das Necessidades

por Nuno Castelo-Branco, em 12.01.12

Num Parlamento em processo de caquexia suicidária, algumas vozes têm subido os decibéis, exautorando Paulo Portas pelas ausências. Caçoam do "ministro desaparecido", do "viajante de oportunidade" e que se escapuliu da cena política, "eximindo-se às responsabilidades". Quais responsabilidades? Estas criaturas, não fazem o menor esforço para entenderem qual a obrigação de um ministro dos Negócios Estrangeiros. Apanhados na fisioterapia discursiva do Sr. Freitas do Amaral e da sua demissão por dores na espinha, doutamente julgam que nesta época de tecnologias para todos os fins, os ministros das relações exteriores poderão dar-se ao luxo de permanecerem nas suas capitais, despachando por e-mail ou coçando-se em vídeo-conferências. Nem sequer nos dando ao trabalho de desfiar o rol de inconveniências decorrentes destes pretensos contactos cibernéticos, há que sublinhar algo de muito mais importante. De facto, passa-se algo de novo na política externa portuguesa e cremos que o vociferar de alguns, deve-se precisamente a esta viragem que corta a direito no establishment diplomático que julga a Europa como um fim sem consequências.

 

Justamente há que sublinhar o início de uma nova política já durante o exercício do ministro Luís Amado, quando o MNE procurou restaurar as muito desleixadas relações com os países do antigo Ultramar, também encetando outros contactos na América do Sul, África e Ásia. Esta é a única política externa que interessa a um Portugal independente e Paulo Portas muito bem fará em a prosseguir, deixando as enfadonhas e estéreis "cimeiras" europeias para as horas de folga e de fotografias com o conhecido grupo de gárgulas. Muito trabalho há a fazer noutros continentes onde existem comunidades portuguesas e tão importantes para a nossa imagem como estas, de luso-descendentes de muitos séculos. Na Ásia, na América e em África estão capitais, matérias primas e um factor geralmente negligenciado mas fundamental, enormes possibilidades de expansão da nossa influência cultural que infalivelmente repercutir-se-á nos almejados sectores da economia. Qualquer viagem a Luanda, Brasília, Maputo, Dili, Pequim, Pretória, Nova Deli, Jacarta, Tóquio ou Bangkok, poderá ser infinitamente mais auspiciosa que todas as reuniões que ao longo do ano são forçadas pela burocracia tentacular dessa estranha Bruxelas, uma espécie de no man's land em desesperado adiar daquilo que todos já perceberam.

 

O ministro deve seguir o seu programa que aliás, é o "nosso", o do Portugal que não morreu no Outono de 1910. 

 

Nada disto é novidade, porque como aqui dizíamos, esta é mesmo a política que importa prosseguir.

publicado às 17:02


1 comentário

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De Gungunhana da Silva a 13.01.2012 às 15:26

Cééééérrrrto mas os invejosos não conseguem vir isto. Se fosse um burrancas do PSD ou um daqueles camafeus do PÊ ÉSSSS, era óptimo. Que cáfila.

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