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Ridículo. A uns centímetros da costa, um navio tomba e provoca a morte de um ainda indeterminado número de passageiros. Um horroroso monstro que não parece construído em ferro, mas sim bem ao actual pendor para o plástico e seguindo as modernas "linhas de bacio ou jaccuzi". Um mamarracho sem imponência ou capaz de eternizar a sua silhueta em brindes para coleccionadores adornou e imaginemos os tratos de polé necessários para o endireitar. Feio, muito feio, com uma decoração interior entre o pretensiosismo rasca e o kitsch, estava cheio de comodidades do nosso tempo, logo se evocando o mítico Titanic, onde por razões que respeitam ao natural funcionamento do bicho homem, também se verificaram actos de bravura, sacrifício pelo próximo e as também normais fugas, "salve-se quem puder" ou canalhices caleidoscópicas. A verdade é que o Titanic era de longe muito mais bonito e as imagens dos seus salões belle époque, ainda são capazes de nos fazer desembolsar uns cobres por um livro, revista ou filme mais ou menos fantasioso.
Devo mesmo ser bastante reaccionário, pois esta esfusiante estética de neons, tilintantes máquinas de casino, ginástica de gorda(o)s em grupo, fatos de jogging às refeições e banhos quentes em conjunto nas piscinazinhas borbulhantes, deixam-se aniquilado.
Que mal fizémos em vender o Infante D. Henrique e o Príncipe Perfeito. É mesmo, não há nada como um clássico.