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(imagem daqui)

 

Por mais que não celebre o 5 de Outubro, infelizmente não partilho da alegria que parece ter acometido alguns monárquicos a respeito da extinção do 5 de Outubro. Primeiro, porque quando a extinção da celebração do 1.º de Dezembro já havia sido anunciada, nada mais restava ao governo senão extinguir também o 5 de Outubro; não o fazer seria ainda mais escandaloso, como escrevi aqui, mas ter extinguido os dois é um acto de violência perpetrado sobre todos nós, portugueses - era uma situação de perda para todos, logo à partida, pelo que o melhor seria nunca ter acontecido. Segundo, porque esta questão está envolta numa demagogia ignóbil passada como economicismo pelos aprendizes de Maquiavel, como se esta história dos feriados fosse realmente resolver os problemas do país quando o estado continua a gastar à tripa forra e sem ser verdadeiramente reformado. Terceiro, porque acabámos todos a ser gozados pelo governo vigente, onde o dividir para reinar parece ser mote levado à letra no processo de gaspar-alvarização em curso. Infelizmente, passou a ser mais importante para alguns monárquicos celebrar a extinção do 5 de Outubro do que tentar preservar o 1.º de Dezembro, assim como para alguns republicanos o contrário também é verdade, quando dever-nos-íamos, todos, ter unido contra o Leviatã, porque, e em quarto lugar e o mais importante, como também escrevi aqui, não compete ao governo, ou pelo menos não deveríamos deixar que lhe competisse, dispor como bem entender de celebrações que pertencem ao domínio da sociedade, que são reflexo dos mitos com que inventámos a nossa nação.


Leitura complementar: José Adelino Maltez, "Antes de eu ser de esquerda, ou de direita, já era da Pátria. A Pátria é a minha política" (Passos Manuel); e Rui Rocha Menos de meio feriado por cada século de história ou fracção (ler ainda os comentários a este último).

publicado às 13:10


5 comentários

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De Nuno Castelo-Branco a 27.01.2012 às 13:23

Nisto não estamos de acordo. O 1º de Dezembro era para os do costume, coisa pouca, dispensável na sua ânsia do conhecido "Espanha, Espanha, Espanha". Por isso, custou-lhes muito o fim do 5 de Outubro, dado o espírito Miguel de Vasconcelos que teima em persistir nalgumas cabecinhas. A reacção do PS é típica, furioso com o passar da esponja na canalhice de 1910. Do 1º de Dezembro, ontem dizia António Costa ser um "entusiasta" da data. Viu-se até aos nossos dias, o quão interessada estava a capangagem do regime na sua comemoração: zero! Pelo contrário, atreviam-se a trazer à TV a gentuça dos negócios, verberando a data como "um insulto e falta de respeito pelos espanhóis que dão emprego a portugueses". Deviam estar a referir-se à Iberdrola, não?


É, a política tem destas coisas e afinal, infelizmente tivemos de ceder. Mas quem perdeu mais foram eles. O 1º de Dezembro para sempre ficará como o dia da independência, enquanto o 5 de Outubro está hoje na mesma categoria do 28 de Maio. Ninguém o recordará. 
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De Samuel de Paiva Pires a 27.01.2012 às 14:13

Continuo a preferir resistir ao rolo unidimensionalizador do estado, caríssimo.
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De Nuno Castelo-Branco a 27.01.2012 às 14:31

Pois e nesta barganha, o Estado pretendeu subrepticiamente unidimensionalizar esta questão, abanando tristemente a cabeça e desculpando-se com a UGT. Pois já foram avisados e a coisa é para ser dura, para cumprir. Política é política.
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De Samuel de Paiva Pires a 27.01.2012 às 14:33

É bem verdade. E a esse respeito o Prof. Maltez tem toda a razão:

"Senhores do poder, estais pisando as fronteiras da religião secular da pátria! Não por imposição dos outros, mas por politiqueirice manhosa, como essa do corta um feriado aos republicanos e outro aos monárquico e negoceia dois com a Conferência Episcopal. Eu pensava que a representação democrática era directa, imediata e de primeiro grau com a própria cidadania...sem recurso aos esquemas do velho feudalismo. O terceiro estado já é soberano desde 1820."

e

 "O mais estúpido é o simbolismo nacional ser discutido no Conselho dito da Concertação Social...Irra! Pelo menos, Conselho de Estado, antes de os parlamentares pensarem que são dotados de decretino para tanto. Nem no decretino têm tino."

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