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De Mário Soares, temos a conhecida opinião:
"Não foi por acaso que as recentes comemorações do centenário da República - que marcaram a consciência republicana da maioria dos portugueses - começaram nesse dia 31 de Janeiro de 2010, no Porto. Aliás, mesmo durante a ditadura, provadamente antirrepublicana, a data sempre foi festejada, embora mais ou menos clandestinamente. Refiro-o em breves linhas para marcar este dia, que não é feriado, mas está no coração dos republicanos."
Uma derrota no coração dos republicanos. Uma derrota que significou o sucesso da legalidade constitucional e mais uns vinte anos de funcionamento das instituições do liberalismo que com todos os seus defeitos e sobressaltos, garantiam a liberdade de expressão que é tão cara ao Dr. Mário Soares e a nós próprios. A teimosia em querer manter o 5 de Outubro que significou precisamente o fim daquela normalidade a que o país já se habituara, parece querer justificar a ditadura que consolidou a república condenada e sucedânea do regime tão saudosamente lamentado por "republicanos de cepa, ou melhor, uns bem-falantes privilegiados, nobremente dourados por sete costados.
Estamos perante o país num estado de caquexia geral, em que uns tantos deploram o fracasso da prepotência e da subversão do Estado de Direito. Uma excentricidade em forma de boomerang, ou por outras palavras, "eles andam a ver se arranjam um rico 31".
Pois comemorem a derrota à vontade, porque deste lado temos o 31 da vitória mencionada por Mário Soares e o Centenário da Infanta, essa sim, um autêntico símbolo de liberdade e de uma coragem nada artificial ou padecente de oportuna construção à espreita de ouro alheio.