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Eis uma falcatruada, a juntar-se a tantas outras. Uma das pré-candidaturas, aquela a que se aponta uma intenção de voto que ronda os 16%, será impossibilitada de concorrer ás eleições. Inventaram o princípio do "apadrinhamento" - parrainage -, um termo claramente mafioso que diz ser necessário o aval de 500maires para que uma candidatura possa chegar à estampa no boletim de voto. Assim, sendo a França a cúspide daquilo a que se designa por "politicamente correcto", teremos a curiosidade de um fulano que representa 2% do eleitorado facilmente conseguir as 500 assinaturas camarárias, enquanto um outro, oito vezes mais representativo, não poder sonhar com o mesmo. Como se já não bastasse a vigarice da segunda volta nas eleições legislativas, aqui está uma mais. Lindo serviço!
"Que saudades da velha monarquia, onde havia os Estados Gerais, o poder dos parlamentos regionais que Paris temia, a força das ordens profissionais independentes, intermediação entre o Estado e a sociedade mas, sobretudo um sistema meritocrático - aberto, limpo - que permitia a ascensão social dos indivíduos capazes. A tricolor, na expressão que os constituintes de 1789 lhe quiseram dar - o azul da França de Carlos Magno, o vermelho de Paris e o branco do Rei; ou seja, a nação, o Estado e o Rei - transformou-se numa mera e irreconciliável justaposição de interesses. Sem Rei, o Estado passou a ser Paris e um dos grupos que antes ocupava o poder - a nobreza togada - passou a disputar o lugar do Rei, árbitro independente. Fazem cada vez mais sentido as velhas dicotomias entre a França legal e a França real, a maioria política e a maioria silenciosa. As democracias ainda não viram que a única república possível é a resultante da existência de uma Coroa ?"
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