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Um dos argumentos que muitos dos defensores do Acordo Ortográfico têm invocado com insistência é o de que já se realizaram várias reformas ortográficas. Dando de bandeja que, como aqui referi, foram feitas sempre por critérios políticos, por um regime inspirado pelo racionalismo construtivista (I República) e por outro autoritário (Estado Novo ou II República), a verdade é que este argumento cai na falácia da pressuposição. Entre outros, Henrique Monteiro tem sido notável a cair nesta e noutras falácias, como a falácia do historiador e a de argumentum ad consequentiam.
O director do Expresso parte de uma premissa que não discute se é verdadeira ou falsa (e que é claramente falsa, pelos motivos a que aqui aludi, nomeadamente por a língua ter origem espontânea, sendo uma instituição pré-política na qual o Estado não se deve intrometer), para concluir que pelo facto de existir esse antecedente, será correcto que incorramos novamente no mesmo tipo de premissa. A conclusão está logicamente errada, e até agora não tenho visto quem nesta incorre a tentar pelo menos justificar a premissa como verdadeira. Porque não o é, e ou não o sabem, ou sabem e de forma intelectualmente desonesta o omitem.
Leitura complementar: Contra o processo de apagamento da identidade portuguesa em curso; Contra a novilíngua do acordês; Contra a submissão ao estado moderno na forma do acordês, acordai portugueses!