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Mais uma tolice de Otelo. O homem fala de perda de "alta" soberania - poderá ele dizer-nos do que se trata? -, como se as suas brincadeiras pós-adolescência num passado já distante, não tivessem sido determinantes para o estado a que chegámos. Como sempre desdenha abertamente de eleições e "acha" - é um achista militante e ajuramentado - que ..."esta ligação constitucional das Forças Armadas ao povo" implica uma aventura que o remeta para os tempos em que ainda não usava fraldas anti-incontinência.
Pior ainda, gaba-se da descolonização que tanto deu à querida URSS e Cuba - mas ..."sem ponta de neocolonialismo nosso" -, permanecendo cego perante as pesadas consequências que esta trouxe à antiga Metrópole e muito mais graves ainda, aos países saídos do antigo Ultramar. Claro que certa camaradagem cravista, sempre disposta a bravatas de saguão de messe à conta, é perita em saber fazer pela vida. Se alguns capitães-barrigas tinham por péssimo hábito o desvio de géneros destinados às frugais mesas da soldadagem em esforçada campanha nos matos, outros tinham sonhos mais altos, imaginando-se quais Neros de lira junto ao peito, ateando fogos aqui e ali. Mais espertos, souberam reciclar-se e é vê-los hoje sempre de partida ou chegada nas salas do aeroporto da Portela. Montaram os seus rendosos camelots em Angola e ou Moçambique, bem cientes da protectora "solidariedade de classe" dos páchiças que sem o esperar, se viram subitamente alçados ao despótico poder total, poder esse que jamais qualquer Governador-Geral português um dia imaginou poder existir.
O tolo quer um golpe de Estado. Imaginem se em vez deste, tivesse sido um daqueles oficiais "do antes" a atrever-se a uma exigência destas? Decerto já estaria numa situação paralela a Tejero de Molina. No mínimo.