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A propósito do post da Cristina Ribeiro, coloco o vídeo de uma entrevista a Leandro Narloch, o autor do 'Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil', livro que lançou uma grande polémica sobre a forma como a História tem sido ensinada nas escolas e universidades brasileiras. O autor desmente muitos dos mitos que fazem parte da História oficial, a começar por aqueles que menorizam e atribuem sempre um carácter negativo em relação aos Portugueses e à contribuição portuguesa para aquilo que é o Brasil. O livro, que é o número um de vendas há mais de dois anos, tem sido uma verdadeira pedrada no charco e tem servido para mudar a perspectiva sobre Portugal, fazendo justiça ao muito de positivo que de nós o Brasil herdou.
O 'Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil' foi lançado em Portugal no ano passado mas nem assim tem merecido muita atenção por cá.
D. João VI para o bem ou para o mal é uma personagem central da história do Brasil. Reinou durante um dos períodos mais difíceis e complicados da história europeia para as monarquias. Numa época em que vários reis foram destituídos e mesmo executados,
o Rei português conseguiu manter o seu trono e morrer a reinar em 1826.
É descrito, pela maioria dos historiadores, como uma pessoa sem perfil para desempenhar a tarefa para a qual foi investido. Indeciso, preguiçoso até para pensar, era para ele um fardo ter que tomar decisões tão importantes como as que tomou. Nas suas memórias Napoleão Bonaparte refere-se a ele como o único que o enganou.
Foi de facto uma personagem essencial tanto para o Brasil como para Portugal. As suas decisões políticas, de sua inteira lavra ou não, contribuíram, de modo decisivo, para, no caso do Brasil, se tornar um país independente e no caso de Portugal sair do absolutismo e entrar definitivamente no caminho da monarquia constitucional.
Foi muito contrariado que em 1807 decidiu embarcar e ir para o Brasil, e foi também com esse sentimento que em Julho de 1821 tomou a decisão de regressar a Portugal.
Nos anos que permaneceu no Brasil adaptou-se à sua nova realidade e soube dela tirar o melhor proveito. Fica para a história como o único soberano europeu que foi coroado na América do Sul.
Podemos concluir que a decisão tomada pelo Príncipe Regente foi a mais acertada para Portugal e, sobretudo, para o Brasil, que ganhou com a estada da Família Real portuguesa e da Corte, criando os alicerces para a independência, proclamada com o Grito de Ipiranga pelo Príncipe D. Pedro, futuro imperador do Brasil, em 1821.