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Um despacho judicial exemplar

por Pedro Quartin Graça, em 25.03.12

publicado às 15:58


19 comentários

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De Samuel de Paiva Pires a 26.03.2012 às 12:15

Não, P. Porto, é dizer que eu não tive escolha, que essa foi pré-determinada por algo que me é exterior. Mas a língua não é determinada pelo Estado coisa nenhuma. Sabe perfeitamente que é uma instituição pré-política que surge espontaneamente pela evolução socio-biológica. E se o Estado moderno se tenta apropriar desta é mais uma razão para lhe resistir até ao ponto em que a nossa própria existência se torne absurda, parafraseando Camus. Ou alguém se recorda de ter mandatado o Estado para isto? Mais, talvez fosse bom visitar esta página http://en.wikipedia.org/wiki/English_orthography (à qual o Henrique Monteiro recorreu no FB numa discussão aqui há umas semanas)  e a esta http://en.wikipedia.org/wiki/English_language_spelling_reform antes de escrever falsidades como "A ortografia é naturalmente definida a nível do Estado, ainda que delegando essa responsabilidade em entidades próprias. Acontece assim em todo o lado, não apenas em Portugal e Brasil."

Bem percebo que isto da liberdade individual e da sociedade civil faça confusão a muita gente... De resto, agradeço a sua nota, embora a dispense, já que apenas dei o exemplo de 1911 porque é a esse que muitos defensores do AO recorrem, e é um excelente exemplo dos princípios políticos que norteiam estes defensores e os republicanos que operaram essa reforma, se é que me faço entender...
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De P.Porto a 26.03.2012 às 13:15

Caro Samuel
Em todos os países a ortografia é fixada por uma ou mais entidades com poder delegado para esse efeito pelo Estado. A génese desse poder varia, fica a essencia; procure ver o que acontece com outras língua internacinais como o francês, o alemão, o espanhol, o holandês.

"Bem percebo que isto da liberdade individual e da sociedade civil faça confusão a muita gente."
Certo. Tanta confusão que até ha quem pense que deve escrever nos termos legais, mas que os outros não devem. Ou achar que se pode andar em contra-mão na autoestrada, outra confusão entre a liberdade de movimento e civismo regulado por lei.
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De Samuel de Paiva Pires a 26.03.2012 às 13:20

Caro P. Porto, faça o favor a si próprio de ler as páginas que lhe indiquei. No Reino Unido o Estado não delegou poder algum a instituições da sociedade civil que fazem muito bem o que lhes compete. A língua não é uma barra de plasticina que possa ser dobrada a bel-prazer por burocratas.

Vejo que é um partidário do positivismo legalista. Mas nem tudo o que é legal é legítimo, ou justo, ou lícito. E este é um dos grandes males das sociedades ocidentais modernas.
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De P.Porto a 26.03.2012 às 13:48

Caro Samuel
Então, finalmente concordamos que é bom haver quem defina regras comuns. Pessoalmente não tenho problemas que em alguns casos sejam entidades com poderes delegados pelo Estado, como na generalidade das linguas internacionais, e no caso do inglês, não.

Temos ainda um terceiro caso, o dos anti-AO em Portugal. Para estes, o único Estado que não pode fixar regras ortográficas é "este". De resto, as regras fixadas pelo Estado em 1911, 43 e 73, essas podem e devem ser seguidas e respeitadas, além de que são intocáveis.

Não sei se reparou, mas é assim um argumento do género: "As bandeiras portuguesas mudaram ao longo dos séculos, qual o mal de agora termos uma verde-vermelha? Mas o que valia até agora deixou de valer, e na verde-vermelha ninguém mexe, qué é uma conjugação de cores muito linda (!!!), e também é sagrada."
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De Samuel de Paiva Pires a 26.03.2012 às 14:15

Caro P. Porto,

Mas eu disse o contrário, que não deviam definir-se regras comuns? Simplesmente há domínios que pertencem ao estado, e outros que pertencem à sociedade.

Aponte-me um crítico do AO que defenda as anteriores reformas/acordos. Todos sabemos que estes sempre foram feitos por critérios políticos. Esta discussão não levará a lado algum, porquanto se recusa a compreender algo tão simples e insiste em deturpar o que é escrito. Um precedente errado não valida que exista um novo precedente  com objectivo igual Isto não é física quântica, é lógica simples. E se antes foi possível ao Estado moldar a língua, perante uma sociedade em parte analfabeta, em parte com baixas qualificações educacionais e pouco ou nada preocupada com a política, que, diga-se de passagem, quer na I República quer no Estado Novo era propriedade de regimes autoritários (onde acordos ortográficos são apenas o normal anormal esquizofrénico e racional à moda cartesiana desse tipo de regimes), hoje os defensores do AO surpreendem-se com a brutal resistência a um acordo que não só não é acordo algum como é néscio e nem sequer deveria ter tido lugar. A democratização e a massificação da educação também têm esta chatice de fazer com que os indivíduos se sintam com direito a decidir o seu destino e não a deixá-lo nas mãos de burocratas pseudo-iluminados.
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De P.Porto a 26.03.2012 às 13:58

Samuel, faltou-me esta:
"Vejo que é um partidário do positivismo legalista"

Está a ver mal, tão mal que lhe sugiro que procure ajuda aqui:
http://www.portaloptico.com/ (http://www.portaloptico.com/)

Não ser conservador não significa sequer ser de esquerda, muito menos "positivista".
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De Samuel de Paiva Pires a 26.03.2012 às 14:27

Então aponte argumentos válidos para a existência de um AO que não sejam apenas o do "Oh foi decretado pelo Estado e se já existiram outros, porque não há-de existir este e por que é que não obedecem se tem força de lei?". Não sei se reparou mas isto é um argumento de mera força; não é válido. E é típico dos estatistas  que confundem o legal com o legítimo e a lei  (natural) com a legislação e atribuem à norma positivada uma validade que esta pode ou não ter (e no caso não tem, quer politicamente quer linguisticamente).
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De P.Porto a 26.03.2012 às 15:19

Samuel, eu não tenho o ónus da prova. O ónus da prova é seu. Eu aceito que a ortografia deva ser fixada legalmente e estou confortável com o AO90 que, alías, põe fim a um (dos) erro(s) de 1911, aquele em que se imaginou que havia consoantes mudas que influenciavam a fonética.

Eu apenas lhe digo que se o Samuel rejeita o AO, então de ser congruente e rejeitar também as fixações anteriores (11, 43, 73) e voltar a usar a ortografia dos "appellos" e dos "hymnos". Pode ir mais longe e adotar em alternativa a ortografia do ve~ (vem com til no e) de D.Dinis, a mais "natural" que conhecemos depois da introdução do alfabeto latino neste lado da península.


E por falar em naturalidade, pode ainda optar pelo modelo de Luiz Antonio Verney, esse "ignorante" que foi traduzido pela europa toda. Conhece? Procure na net o original do "Verdadeiro Método de Estudar". Mas leia sentado, corre o risco de cair de espanto.


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De Samuel de Paiva Pires a 26.03.2012 às 15:23

"Samuel, eu não tenho o ónus da prova. O ónus da prova é seu."

Completamente errado. É ao contrário. Não sou eu que estou a tentar impor algo à força aos meus concidadãos e/ou convencê-los da bondade do que pretendo impor. E a partir daqui não é possível continuar a debater seja o que for. Lamento.
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De Tiago C a 27.03.2012 às 23:08

Quando não tem argumentos, passa à retórica É tão simples como explicou o P.Porto . Não concordando com este AO, não pode também concordar com os já existentes. É uma questão de coerência.
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De Samuel de Paiva Pires a 27.03.2012 às 23:17

Infelizmente a inteligência ainda não se vende nas farmácias. Lamento.
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De Tiago C a 28.03.2012 às 00:13

Então? tem lá ido à procura é? Não se enerve. São só opiniões diferentes da sua. Ainda é novito para exibir essa soberba.
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De Samuel de Paiva Pires a 28.03.2012 às 00:15

Enervado? Não tente ver-se ao espelho. Eu estava precisamente a lamentar-me por não poder adquirir inteligência na farmácia. Dava-me bastante jeito. Assim tenho que me curvar perante tamanhas intelectualidades, como o Tiago C. ou o P. Porto. Isso e o facto de ser mais velho que eu, que obviamente garante-lhe logo o meu profundo respeito, como deve calcular.

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