De P.Porto a 26.03.2012 às 13:48
Caro Samuel
Então, finalmente concordamos que é bom haver quem defina regras comuns. Pessoalmente não tenho problemas que em alguns casos sejam entidades com poderes delegados pelo Estado, como na generalidade das linguas internacionais, e no caso do inglês, não.
Temos ainda um terceiro caso, o dos anti-AO em Portugal. Para estes, o único Estado que não pode fixar regras ortográficas é "este". De resto, as regras fixadas pelo Estado em 1911, 43 e 73, essas podem e devem ser seguidas e respeitadas, além de que são intocáveis.
Não sei se reparou, mas é assim um argumento do género: "As bandeiras portuguesas mudaram ao longo dos séculos, qual o mal de agora termos uma verde-vermelha? Mas o que valia até agora deixou de valer, e na verde-vermelha ninguém mexe, qué é uma conjugação de cores muito linda (!!!), e também é sagrada."
Caro P. Porto,
Mas eu disse o contrário, que não deviam definir-se regras comuns? Simplesmente há domínios que pertencem ao estado, e outros que pertencem à sociedade.
Aponte-me um crítico do AO que defenda as anteriores reformas/acordos. Todos sabemos que estes sempre foram feitos por critérios políticos. Esta discussão não levará a lado algum, porquanto se recusa a compreender algo tão simples e insiste em deturpar o que é escrito. Um precedente errado não valida que exista um novo precedente com objectivo igual Isto não é física quântica, é lógica simples. E se antes foi possível ao Estado moldar a língua, perante uma sociedade em parte analfabeta, em parte com baixas qualificações educacionais e pouco ou nada preocupada com a política, que, diga-se de passagem, quer na I República quer no Estado Novo era propriedade de regimes autoritários (onde acordos ortográficos são apenas o normal anormal esquizofrénico e racional à moda cartesiana desse tipo de regimes), hoje os defensores do AO surpreendem-se com a brutal resistência a um acordo que não só não é acordo algum como é néscio e nem sequer deveria ter tido lugar. A democratização e a massificação da educação também têm esta chatice de fazer com que os indivíduos se sintam com direito a decidir o seu destino e não a deixá-lo nas mãos de burocratas pseudo-iluminados.