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38 anos depois da Revolução de Abril, e depois de múltiplas comissões, planos, etc, que eram bonitos do papel mas disso não passaram, eis que hoje, de novo, e agora com formato legal manifestamente "tímido" adaptado à magreza dos tempos, foi publicada no Diário da República a Resolução do Conselho de Ministros n.º 38/2012, que cria a Equipa para os Assuntos do Território (EAT), coordenada pelo Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares e composta pelos Secretário de Estado da Administração Pública, Secretário de Estado da Administração Local e Reforma Administrativa, Secretário de Estado Adjunto da Economia e do Desenvolvimento Regional e Secretário de Estado do Ambiente e do Ordenamento do Território. 38 anos feitos de disparates, do "deixa-andar", do desmantelamento cavaquista das vias ferroviárias e do abandono da agricultura. O objectivo da presente resolução é o de municiar o Governo com essa "visão integrada e de conjunto", instrumental mas essencial para a tomada de decisões que as reformas implicarão. Uma visão que, como é publicamente reconhecido, o Governo não tem. Mas uma visão que, uma vez mais, é apenas financeira e preocupada com os números e não com as pessoas ou apenas, e tão só, naquilo que estas impliquem no âmbito da racionalização (leia-se poupança) e na oferta de serviços públicos. Ou seja, a garantia de que, apesar do despertar, este despertador apenas toca no que aos gastos diz respeito e não quer saber do resto. Onde estão as preocupações com as aldeias abandonadas, com a agricultura que não existe? No fundo, e de novo, de forma antecipada, mais uma oportunidade perdida... O doente despertou e morreu logo a seguir. É a triste sina de Portugal.