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como os outros, que têm desejos, paixões e defeitos (...), mas devemos lembrar-nos que existe para eles uma lei moral mais severa do que para os outros, porque quanto mais elevada é a posição tanto maior é a influência do exemplo».
(«O Pensamento do Rei D. Pedro V»,de Augusto Reis Machado)
É a morte precoce, com apenas 24 anos, deste homem, a 11 de Novembro de 1861, que Portugal tem a lamentar.
Sim, porque o que sobre ele me tem sido dado ler chegou para me convencer de que «O Esperançoso» seria o homem de que o País necessitava para, nas palavras do Poeta, se " cumprir Portugal"
Leio na biografia que dele fez Maria Filomena Mónica, nas Edições Círculo de Leitores: "A 22 de Dezembro de 1855 dizia ao tio Alberto ( marido da Rainha Vitória ): « Estou a reunir um arsenal cheio de armas para ser apontado contra a ignorância (...) a instrução pública é uma das principais, se não a primeira, das necessidades do país.(...). Colocados num dos graus ínfimos da escala do desenvolvimento intelectual dos povos, lançamos avidamente a vista para o que os outros nos apresentam de grande e belo, e depois de termos admirado, tornamos a cair no nosso lamentável estado e a adormecer.» "
D. Pedro entendia que ao rei cabia governar, sem se limitar ao acto de reinar, "sempre pensou que sobre ele recaía a responsabilidade de transformar Portugal num País civilizado" e desenvolvido, desconfiando da competência dos políticos, que considerava " corruptos, ineficientes e imorais".
Levou-o o tifo, nesse dia 11, para nosso mal.
A isto, acrescentava algumas palavras. Para o início de qualquer conflito destruidor, os nossos necessários aliados EUA, encontram sempre um pretexto que nos faz lembrar de imediato o "ataque polaco à estação de rádio de Gleiwitz", na madrugada de 1 de Setembro de 1939. Como a lista é fastidiosamente longa, aqui deixamos alguns desses arranjos bélicos:
1) O caso Texas que levou à anexação de todo o norte do México (Texas, Arizona, Califórnia, Colorado...
2) O caso da acidental explosão do "Maine" que levou os EUA a declarar guerra à Espanha, com o único fim de anexar Cuba, Porto Rico e as Filipinas. O facto de Portugal se encontrar firmemente ancorado pelo regime da Monarquia Constitucional à aliança com o Reino Unido, evitou uma campanha semelhante que visava a anexação dos Açores e talvez, de Cabo Verde.
3) O caso do telegrama Zimmerman que conduziu à guerra com o Reich (1917), excelente desculpa para forçar a drenagem de capitais da Europa para a City de Nova Iorque.
4) A campanha de provocação ao Japão, habilmente disfarçada de boicote devido à guerra da China. Os americanos tudo fizeram para ser atacados na Ásia, enquanto no Atlântico, a US Navy escoltava os combóios de reabastecimento militar à Inglaterra, esperando ser atacada pelos U-boat alemães. Não se trata de julgar a justeza ou o lado a escolher na guerra, mas sim os métodos para provocá-la.
5) O municiamento e financiamento dos "movimentos de libertação" no Ultramar português, sendo o nosso país um formal e fiel aliado. No preciso momento em que os Estados Unidos travavam uma guerra total no Vietname, utilizando uma jamais vista demonstração de poderio bélico, as pressões sobre Portugal raiavam a mesquinhez, falta de decência e total deslealdade. Jamais lhes perdoarei neste ponto que nos interessa. A nós e a quem ficou entregue a uma infernal cáfila de ditadores corruptos, sanguinários e ineptos.
As árvores têm a gravidade solene de velhas senhoras que viveram já muitos Invernos, a serra a solidez das coisas eternas, as aves e as águas cantam debaixo do céu sereno. Mais sábia de que os homens, a Natureza rege-se por leis antiquíssimas e imutáveis. As mudanças radicais são contrárias à Natureza»
( João Bigotte Chorão, in « Diário Quase Completo» )
Tenho para mim que na vida devemos esquecer algo e aprender outro tanto, moldando-nos ao passar do tempo, mas mantendo o essencial. Assim o faz, sabiamente, a Natureza, que acompanha o movimento do sol, adaptando-se à luz, mas se mantém firme no seu lugar, com " a solidez das coisa eternas"; claro que por vezes uma ventania mais forte arranca a árvore pela raiz , mas a sua sabedoria vai ao ponto de ter lançado à terra sementes que logo substituirão a que fora destruída por forças exteriores...
Um dos mitos propagandeados pelos arautos e escribas da república de 1910, foi a falsidade de um regime de paz e liberdade. Sabemos hoje que as cadeias abarrotavam com milhares de presos, onde a fronteira entre o delito comum e a política era bastante ténue. O tratamento vexatório dado às vítimas da perseguição sectária, indignou a Europa e a América, desprestigiou completamente o nome do país e criou as sementes do aparelho repressivo que medraria em Portugal ao longo da maior parte do século XX. O capuz imposto aos presos era um resquício medievalesco, bem sintomático da ..."indignidade do tratamento infligido aos presos políticos durante os primeiros anos da república"...
Há ainda a destacar o importante papel desempenhado pelos bandos de caceteiros a soldo do partido hegemónico do regime (os "democráticos" de Afonso Costa) que sob o sugestivo nome de Formiga Branca, veriam novas oportunidades de acondicionamento profissional, quando da sua reciclagem na PVDE/PIDE. Nada se perde, tudo se transforma.
Sempre gostei de coisas dos índios, desde os blusões com franjas (tive um, infelizmente roubado há anos. Foto mais abaixo, 1990), às calças e aos mocassins. Já há muito tempo, mandei fazer uns em Bangkok que ainda por vezes uso no verão. Cá estão eles, com o Kao como pano de fundo, claro. Espero que sejam do agrado do JMB. À sua avó! Que Manitu esteja com ela.
que eu cá fico a conversar comigo.(...) A conversar com ela própria, bem a senhora o tinha dito. Passada certa idade, as pessoas vêem sempre à roda um nevoeiro de sombras, vivem de diante para trás. Então naquela noite...Rezara e rezara, fiara e fiara, até espiar a roca, fora finalmente deitar-se, por ter de ser, quando não pouco tardaria em trazer as horas trocadas: o dia a ser noite, a noite a ser dia.
Um nevoeiro de sombras... E então naquela noite, em que dera e redera voltas na cama, em que ouvira todas as badaladas do relógio, até ao luzir da manhã... Que temporal ia fora, Santo Nome do Senhor ! Pois quem houvera de o cuidar, depois de tão quieto dia de sol ! Pelo alto bem ouvira grasnar corvos, sim, já era sinal de ventaneira brava, de trovoeira grossa"
( "Insónia" - «Novelas e Contos» de Tomaz de Figueiredo )
Mais um livro do Mestre minhoto, a fazer as delícias...
Abrir o volume à sorte, e encontrar sempre este purismo na escrita, esta limpidez na linguagem.Ouvir gente nossa a falar de coisas nossas...
Para que o Mundo não esqueça:
Ryan Grist, a former British Army captain, and Stephen Young, a former RAF wing commander, are said to have concluded that, before the Russian bombardment began, Georgian rockets and artillery were hitting civilian areas in the breakaway region of South Ossetia every 15 or 20 seconds.
Their accounts seem likely to undermine the American-backed claims of President Mikhail Saakashvili of Georgia that his little country was the innocent victim of Russian aggression and acted solely in self-defence.
During the war both Grist and Young were senior figures in the Organisation for Security and Cooperation in Europe (OSCE). The organisation had deployed teams of unarmed monitors to try to reduce tension over South Ossetia, which had split from Georgia in a separatist struggle in the early 1990s with Russia’s support
On the night war broke out, Grist was the senior OSCE official in Georgia. He was in charge of unarmed monitors who became trapped by the fighting. Based on their observations, Grist briefed European Union diplomats in Tbilisi, the Georgian capital, with his assessment of the conflict.
Grist, who resigned from the OSCE shortly afterwards, has told The New York Times it was Georgia that launched the first military strikes against Tskhinvali, the South Ossetian capital.
Ler o resto, no Times aqui
Mais uma vez, vemos a força imparável do Quarto Poder e de quem o controla. Esta notícia mal foi comentada nos media ocidentais.
que de São Martinho de Sande, e de toda a região circundante, rumaram, nos anos sessenta, a França e à Alemanha em busca de " uma vida melhor"- era pequena e ouvia, todos os dias, os adultos comentarem: "- Fulano foi ontem a monte para França; - E sicrano foi anteontem", acrescentava alguém - ; era gente sem qualificaçôes profissionais.
Hoje esta vaga de emigração repete-se; só que, além dessas mesmas pessoas desprovidas de qualificações- tem sido enorme a sangria com destino ao Mónaco, mormente- vou ouvindo de muita gente preparada, com cursos superiores, nomeadamente, que segue caminhos idênticos...
da época do Emir Faisal lembro que vi, mais do que uma vez, o filme que David Lean dirigiu, mas que nunca li o livro que o inspirou.
Emir Faisal-Rei do Iraque (1921-1933)
do Miguel, e penso no que poderia ser hoje o Iraque, com um hachemita no trono...
a Ana, e Fernando Pessoa: por vezes o prazer de ter um livro para ler e não o fazer acontece: quando achamos maior prazer em escrevinhar aqui alguma coisa, para continuarmos com a sensação de que estamos ligados por ondas invisíveis. Hoje, porém, de bom grado trocaria, pudesse eu, este pelo de assistir ao lançamento do livro com que António Manuel Couto Viana comemora os sessenta anos de vida literária: «Os Despautérios do Padre Libório e Outros Contos Pícaros»
Resta-me, então, numa próxima ida à Livraria trazê-lo comigo...
um pouco cinzento. A vontade de sair do remanso aconchegado do sofá , onde terminei agora mesmo um daqueles pequenos almoços demorados, próprios de fins-de-semana, em que sabemos ter o tempo todo por nossa conta, é nenhuma.
No ar, as «Cantatas» de Bach, interpretadas pelo «The Monteverdi Choir», com a direcção de John Eliot Gardiner.
Não está tempo ainda para acender a fogueira na lareira, mas o corpo agradece aquele calorzinho que vem dos radiadores.
Desculpas que se inventam para não ir já ao mercado "ainda agora tomei o pequeno almoço, é cedo para pensar já na outra refeição"...
Começar nova leitura, mas a preguiça não deixa levantar para procurar nas estantes o livro que se segue- conto até três e lá vou eu....
descia a Falperra, lá por alturas da igreja de Santa Maria Madalena dei comigo a pensar que alguma coisa estava diferente. Olhei melhor e reparei que a zona estava limpa dos eucaliptos que até há bem pouco tempo grassavam no monte, e me faziam soltar uma praga, sempre que por ali passava.
Será que quem tem responsabilidades nesse campo está a acordar finalmente, deixando que num lugar daqueles apenas se vejam as árvores autóctones, o sobreiro e o carvalho?
Oxalá!
Com a sempre disfarçada satisfação, informava a RTP há uns momentos, que 30% da população russa ainda comemora o 7 de Novembro, ou seja a revolução que em São Petersburgo instaurou a ditadura de Lenine e dos seus próximos.
Dados os residuais resultados eleitorais do PC russo, não consigo imaginar os recursos existentes para a obtenção de uma cifra tão precisa. De facto todos nós podermos estranhar esse alegado apego ao acontecimento que inaugurou violentamente um regime que se alicerçou precisamente na selvática repressão e paranóica perseguição de populações inteiras. A herança do bolchevismo é bem visível nas milhares de valas comuns, centenas de campos de concentração e de extermínio. Sente-se o hálito gelado e pestífero do comunismo nalguns tristes simulacros remanescentes do episódio que humilhou nações, destruiu países e chacinou indiscriminadamente todos aqueles que aleatoriamente designou de inimigos. O comunismo não deixou um resquício - por mais ténue que seja - de prosperidade material, liberdade intelectual e conquista da igualdade. Não. Conseguiu pelo contrário, enquistar entre umas poucas mentes amorfas, preconceitos, certezas infundadas, falsificações da história e pior que tudo, a superstição. Tirania de recorte oriental, apenas pode ser olhada com nostalgia, por aqueles que dela tendo beneficiado à custa da exploração da imensa maioria, ainda sonham com um regresso aos tempos em que os incompetentes, a prepotência e a brutalidade eram a infalível trilogia em que assentou o seu poder.
*Na imagem: uma vala em Katyn
dos meus anfitriões, aquando da estada naquelas ilhas longínquas no meio do Atlântico.
Fazem-me vacilar, quanto aos ainda inexistentes planos de férias, nos oito dias depois do Natal: " o vento e a chuva faialenses já os conheces, já não serão surpresa; a temperatura é sempre amena" .
E, dentro de mim, oiço uma voz: "tu gostaste daquilo,; aquela lareira na casinha azul e branca frente ao mar chama-te- do que é que estás à espera?" Digo-lhe " não me apresses"...