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O Corcunda no seu melhor

por Samuel de Paiva Pires, em 07.11.08

Hipnotizados pelos media, que levam o slogan ao limite, muitos dos que são contra esta América obamista, unem-se na festa pela maturidade de uma democracia que elege uma membro de uma minoria para Presidente, como se o tom de pele do candidato fosse relevante para o que quer que seja e se a minoria mais importante dos nossos dias não fosse constituída pelos que não afinam pelas “internacionais” que povoam as várias propostas de governo global. A eleição de um dos candidatos independentes que não se encontram enleados na teia de poder global que vai sendo urdida, é que seria uma eleição de um membro minoritário da sociedade. Obama é apenas uma parte visível dessa imensa máquina maioritária. Esta cosmética racial, fora de moda há muitos anos, engana apenas quem quer ser enganado ou enganar os outros. Parece-me que depois da demonstração do socialismo internacional no apoio à Nova América, nenhum candidato poderá voltar a defender o retrocesso neste estado-de-coisas. A verdadeira marca do demagogo e do povo sem virtude.

 

O Corcunda in Pasquim da Reacção

publicado às 15:29

A respeito da situação na R.A. da Madeira

por Samuel de Paiva Pires, em 07.11.08

Uma só palavra: palhaçada. A do deputado do PND, a do PSD, a de todos os envolvidos. Não há melhor palavra para o descrever, simplesmente: PALHAÇADA.

 

E não há paciência para escrever sobre palhaçadas...

publicado às 15:10

Para satisfazer a curiosidade

por Cristina Ribeiro, em 07.11.08

doMike: os livros infantis que gosto de ler têm desenhos, sim senhor: como estes :)

publicado às 01:11

...e

por Cristina Ribeiro, em 07.11.08

a Júlia juntou o azul desta hortênsia ao branco das margaridas; já viram "que linda bandeira leva, a bandeira de Portugal"...

publicado às 00:37

"Em Guimarães, ao longo de séculos

por Cristina Ribeiro, em 06.11.08

manteve-se a tradição de no dia 14 de Agosto se festejar com uma importante cerimónia religiosa a vitória na batalha de Aljubarrota.

(...) eram expostas as peças oferecidas por D. João I: o loudel, a que o povo chamava pelote, e o presépio de prata dourada.

(...) No ano de 1638, um padre franciscano, Frei Luís da Natividade, foi porta voz do sentir de todo o povo português" (...) quando se dirigiu" ao pelote nestes termos:

- Pelote roto, pobre, esfarrapado  e alanceado, hoje é mais próprio chorar mágoas presentes do que celebrar vitórias passadas"

 

                              Passo os olhos pelo livro de que falei «D. João I e Guimarães» ( já tinha dito que gosto de ler este tipo de livros infantis, pois já? :) ). Referia-se o frade ao domínio filipino, mas se fosse a repetir agora o sermão, poderia utilizar as mesmas palavras...

 

publicado às 23:06

Hoje a Margarida,

por Cristina Ribeiro, em 06.11.08

Maggie,como a chama, carinhosamente, o Nuno,presenteou-me com uma jóia,a lembrar as jóias que fazíamos, eu e as minhas irmãs, naqueles dias de Primavera: colares e pulseiras, com as margaridas que enchiam estes nossos campos,por entre as ervas verdes.

                As tais "flores campestres", Margarida. Obrigada!

publicado às 18:54

publicado às 00:30

A Política Externa Chavista

por Samuel de Paiva Pires, em 05.11.08

A Política Externa Chavista - Vectores da Política Externa e Inserção Internacional da República Bolivariana da Venezuela

 

(Ensaio elaborado e apresentado oralmente em 5 de Novembro de 2008 por Samuel de Paiva Pires, no âmbito da cadeira Estrutura e Mudança Social na América de Língua Espanhola, da especialização em América Latina, 4.º Ano de Relações Internacionais, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa)

 

Introdução

         O título deste breve ensaio pode à primeira vista ser enganador. Desde já porque considera implicitamente a existência de uma política externa venezuelana com linhas de acção tão distintas que se possa de facto considerar como chavista, isto é, como eminente e consideravelmente determinada pela acção do Presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez. Parece-nos no entanto que a chamada Revolução Bolivariana da Venezuela operou na política externa do país uma alteração profunda, como em todos os outros sectores da governação, sendo de facto uma política intrinsecamente relacionada com a acção e pensamento do Presidente Hugo Chávez.

 

            Neste sentido, e porque como previamente referido optámos pelo método ensaístico como forma de dar corpo a este trabalho, é-nos necessariamente imputável a necessidade de formulação de uma pergunta central a que tentaremos dar resposta através de uma metodologia de base interpretativa e qualitativa, como é apenas normal no que concerne à forma ensaística.

 

Mais do que indagar sobre a especificidade mais institucionalizada ou mais personalizada da política externa venezuelana, embora também o procuremos fazer à priori, parece-nos mais premente a necessidade de sistematização de um conjunto de acções sob a categorização de linhas de força, isto é, vectores da política externa conduzida por Hugo Chávez, para que possamos ter uma percepção clara da inserção internacional da República Bolivariana da Venezuela à data. Mas é também necessário aferir sobre as continuidades e diferenças da política externa em relação ao regime anterior à ascensão de Chávez ao poder. Como tal, a questão central a que procuraremos dar resposta será:

 

Quais os vectores da política externa conduzida por Hugo Chávez e em que medida representam continuidades e diferenças em relação aos vectores do regime anterior a Chávez?

 

A razão que nos compele à realização deste ensaio é precisamente o interesse que o fenómeno Hugo Chávez nos desperta, na medida em que é uma voz dissonante e de certa forma errática quanto ao que se poderá, se é que poderá sequer, considerar como “normal” ou “mainstream” no sistema internacional. Se há quem argumente pela alegada forma aparentemente errática e consequentemente imprevisível da política externa chavista, fruto de um discurso tendencialmente populista ou, pelo menos, ideologicamente condicionado e aliado a uma personalidade muito própria, em nossa opinião é possível sistematizar e caracterizar a sua política externa quanto à substância, de tal forma que seja tendencialmente coerente e geradora de previsibilidade. É isto que procuraremos fazer ao longo deste ensaio.

 

 Neste sentido, considerámos como apropriado estabelecer uma estrutura tripartida para este ensaio: a primeira parte dedicada a uma breve, mas necessária, operacionalização do conceito de política externa. Em segundo lugar, procuraremos efectuar uma contextualização histórica da política externa venezuelana no período pré-Chávez especialmente explicitando as constantes dessa. Em terceiro lugar, procuraremos sistematizar o discurso chavista em torno dos vectores de política externa, evidenciando ainda as continuidades e diferenças em relação às constantes históricas da política externa venezuelana.

1. Enquadramento Conceptual – Política Externa

            Para que possamos sequer entender que haja uma política externa chavista, é necessário em primeiro lugar estatuir e operacionalizar o conceito de política externa.

 

            Tendo em consideração que o nosso trabalho se prende essencialmente com uma análise das linhas da política externa conduzida por Hugo Chávez e atendendo à necessária circunscrição, não nos deteremos aprofundadamente sobre os diversos conceitos de política externa, desde os que à priori distinguem entre política exterior e política externa, passando pelos que se focam nos instrumentos, nos meios, nos objectivos ou nos fins dessa, ou ainda as acepções de quadros explicativos em referência aos modelos do actor racional, do jogo político-social ou da interacção entre esses, entre diversas outras abordagens possíveis.

 

            Atendendo ao cima exposto, parece-nos salutar e oportuno trazer à colação a recente contribuição de Hugo de Melo Palma, que no seu Relatório de Estágio efectua uma sistematização de diversos conceitos de política externa recorrendo ao património académico do ISCSP bem como a acepções amplamente generalizadas, não sem antes nos referirmos à definição de contornos objectivos mas simplistas de Mark Webber e Michael Smith.

 

            De acordo com Webber e Smith podemos entender o conceito de política externa como sendo uma política composta por objectivos que se pretende alcançar, pelos valores estabelecidos, pelas decisões realizadas e pelas acções tomadas pelos estados e governos nacionais em nome desses, no contexto das relações externas das sociedades nacionais, constituindo-se ainda como uma forma de influenciar e controlar essas mesmas relações.[1]

      

            Pese embora a alegadamente evitável citação de citações, estatuída esta inicial definição, torna-se premente, como forma de operacionalização e desejável complexificação da mesma, com vista a ter uma noção mais aprofundada do conceito, referenciar na íntegra a objectiva reflexão e sistematização de Hugo de Melo Palma tendo em consideração as contribuições de Raymond Aron, Victor Marques dos Santos, António Marques Bessa e K. J. Holsti:

 

A política externa dos estados é, em primeiro lugar, uma manifestação das suas prerrogativas de soberania e surge em resposta à imperatividade de relacionamento com o exterior, que é hoje acentuada pela globalização e pela consequente multiplicação das relações internacionais, pois evidencia-se a necessidade de estabelecer relacionamentos com o ambiente que lhe é exterior por forma a, primeiro, garantir a sobrevivência da unidade política e, depois, realizar os restantes objectivos eternos, que estão historicamente relacionados com o espaço, os homens e as almas[2]

Victor Marques dos Santos considera que “a expressão política externa designa, geralmente, o conjunto de linhas de acção política desenvolvidas fora das fronteiras territoriais de um estado, e que têm como finalidade a defesa e a realização dos seus interesses, através da concretização dos objectivos definidos num programa de governo”[3]. Assim, trata-se de uma política cujo espaço de acção se situa no ambiente internacional, constituindo uma componente elementar da política internacional, e que é caracterizada por uma democraticidade limitada no que diz respeito ao processo de decisão e de execução das acções, o que é geralmente justificado pela necessidade imperativa de confidencialidade para o sucesso da linha de acção política desenvolvida. Assim, “a política externa é uma das poucas actividades políticas do Estado que na maior parte dos casos pode ser desenvolvida por um restrito grupo de pessoas muito influentes, longe da opinião pública ou da sanção imediata da crítica popular”[4].

Por sua vez, Holsti define política externa como “ideas or actions designed by policy-makers to solve a problem or promote some changes in the policies, attitudes, or actions of another state or states, in nonstate actors (e.g. terrorist groups), in the international economy, or in the physical environment of the world”[5], em busca de segurança, autonomia, bem-estar e estatuto/prestígio[6], enquanto, para António Marques Bessa, a política externa de um estado visa alcançar segurança, protecção e apoio aos interesses económicos, influência política, influência cultural e criação de imagem[7].

 

            Partindo da conceptualização realizada, poderemos agora analisar e contextualizar a política externa conduzida por Hugo Chávez enquanto Presidente da República Bolivariana da Venezuela.

 

2. Contextualização Histórica da Política Externa Venezuelana 

 

Para os objectivos a que nos propomos neste trabalho, não se torna necessariamente crucial realizar uma contextualização histórica da política externa venezuelana desde a independência, embora consideremos posteriormente a influência dos ideais de Simon Bolívar, o chamado “libertador” da Venezuela, na doutrina que Chávez convenciou designar por bolivarianismo, a qual não passa de uma interpretação do legado de Bolívar pelo presidente venezuelano. Torna-se primordial, isso sim, contextualizar essa política em referência ao período que antecede a ascensão de Hugo Chávez ao poder, coincidente com o que se convencionou designar por regime democrático ou regime do puntofijismo[8], em alusão ao Pacto de Punto Fijo[9], regime que vigorou normalmente entre 1958 e 1989, sendo posteriormente caracterizado por um acentuado declínio até às eleições presidenciais de 1998, vencidas por Hugo Chávez, que pouco depois iniciou a quinta república da Venezuela, ou, na denominação oficial, República Bolivariana da Venezuela.

 

O Pacto de Punto Fijo firmado em 31 de Outubro de 1958, celebrou-se entre três partidos, o Partido Social Cristão Copei (Comité de Organização Política Eleitoral Independente), de Rafael Caldera, a Acção Democrática, de Rómulo Betancourt, e a União Republicana Democrática. Os dois primeiros tornaram-se os partidos dominantes do regime, alternando-se sucessivamente no poder, sendo a base de estabilidade dessa lógica a conciliação entre as elites por via a prosseguirem interesses comuns, até porque naturalmente era do interesse de todos a preservação do sistema político instituído, e a definição de um inimigo político interno comum, o Partido Comunista, o qual o regime do puntofijismo impediu de tomar o poder. [10]

 

Os dois partidos tornaram-se altamente institucionalizados e disciplinados, operando uma acção política madura e contrária a líderes ambiciosos ou discursos de índole anti-imperialista (inclusive cooperaram activamente com os Estados Unidos), dando espaço aos pequenos partidos para operar na administração pública, em cargos de importância menor como forma de evitar a radicalização de posições quer à esquerda ou à direita, procedendo à implementação de um projecto de cariz desenvolvimentista assente nos rendimentos provenientes da exportação de petróleo, parte dos quais eram distribuídos entre os diversos grupos sociais. A combinação destes factores, tornou-se a trave mestra de sustentação do regime ao longo do 30 anos. [11]

 

Porém, com o advento da chamada “década perdida” da América Latina, e com o decréscimo dos preços do petróleo no final dos anos 80, a crise atingiu a economia, a sociedade e o sistema político, o que acabaria por granjear legitimidade popular à tentativa frustrada de golpe de estado, empreendida pelo então tenente-coronel Hugo Chávez em Fevereiro 1992. O regime continuaria, no entanto, em degenerescência acentuada até que Hugo Chávez venceu as eleições presidenciais de 1998.[12]

 

Em termos de política externa, há a considerar três grandes vectores ou constantes: o activismo, a utilização política do petróleo e o personalismo e. [13]

 

No regime do puntofijismo esse activismo verificou-se em primeiro lugar através de uma dinâmica interna com reflexos externos, nomeadamente, a defesa institucional da democracia representativa que, como veremos adiante, se constitui como a grande ruptura entre a política externa do puntofijismo e a política externa chavista. Este vector foi promovido através da chamada doutrina Betancourt que instituía a norma de não reconhecimento de qualquer governo na América Latina que tivesse origem num golpe de Estado.[14] Outro reflexo desta constante consubstancia-se na tentativa do governo de Carlos Andrés Pérez de liderança da Venezuela em relação ao Terceiro Mundo e ao Movimento dos Países Não Alinhados, na década de 1970.[15]

 

Quanto à utilização política do petróleo, esta constante serviu, e, como veremos, tem servido, de base à primeira constante. Durante o puntofijismo esta constante serviu para potenciar projectos na América Central e do Caribe.[16]

 

O terceiro e último grande vector da política externa venezuelana, o personalismo, está directamente relacionado com a estrutura política paternalista e patrimonial, típica nos regimes latino-americanos. Tal vector encontrou reflexo em duas vertentes, a concentração de poder nas elites governantes quanto à definição e condução da política externa, e um parco desenvolvimento em termos de formação e autonomia do corpo diplomático, com um Ministério das Relações Exteriores, ou La Casa Amarrilla, muito pouco profissionalizado se comparado com outras instituições homónimas como o Itamaraty.[17]

 

Há ainda que referir que de forma transversal a estas três constantes, e apesar do activismo em relação à eventual liderança dos países terceiro-mundistas, o regime do puntofijismo teve nos Estados Unidos da América um aliado, cooperando de perto em termos políticos e económicos, até pelos interesses comuns envolvidos.

3. A Política Externa Chavista  

Tendo em consideração o anteriormente exposto teremos necessariamente de afirmar que quanto aos três grandes vectores da política externa do puntofijismo não há uma ruptura exacerbada, muito pelo contrário, tanto o activismo, como a utilização do petróleo para fins políticos, bem como o personalismo, foram ainda mais reforçados por Hugo Chávez. Há, isso sim, uma grande mudança no ponto de direcção e aplicação dessas constantes, nomeadamente em relação a duas características essenciais, a defesa da democracia participativa em detrimento da democracia representativa e a feroz oposição aos Estados Unidos da América, outrora um valioso aliado, que, parece-nos, é utilizada na senda da velha lógica napoleónica e bismarckiana de criação de um inimigo externo como forma de promoção da coesão interna, num regime que, sendo uma democracia participativa com base no chamado “Socialismo do século XXI”, se tornou cada vez mais populista, pelo que a legitimidade de Chávez decorre necessariamente do apoio das massas.

 

Em termos de aplicação prática, o activismo chavista reflecte-se na condução de uma política externa assente em três factores que estão interligados entre si: o anti-imperialismo/anti-americanismo, tal como acima referido, como reacção contra as políticas económicas neo-liberais; a promoção de uma difusão de poder no sistema internacional, por via de uma lógica de redução da dependência desse em relação aos EUA, e da visão de um futuro sistema internacional de teor mais multi-polar, de que são exemplo as aproximações de Chávez à Rússia, Irão e Cuba; e por último, a tentativa de liderança regional por via da integração com base nos ideais bolivarianos, de que são exemplo a iniciativa da Alternativa Bolivariana para as Américas e a criação do Banco do Sul. No entanto, em termos de liderança regional, a promoção externa da democracia participativa venezuelana é vista com desconfiança pelos países vizinhos.

 

Quanto à utilização política do petróleo, há, em nosso ver, três grandes aplicações: a primeira foi a revitalização e dinamização da OPEP onde a Venezuela desempenha um papel crucial, o que lhe confere maior projecção internacional; em segundo lugar, em termos regionais, a aproximação a regimes como o cubano por via da venda de petróleo, contornado o embargo norte-americano, factor de que a iniciativa frustrada do Petrosur também é representativo; e, em terceiro lugar, o que poderá aparentemente configurar-se como uma certa inconciliabilidade entre o discurso e a acção de Chávez, a oposição aos EUA, potenciada pelo facto de existir uma forte relação comercial em termos de exportação de petróleo venezuelano para os EUA. Se se pode arguir que tanto Chávez necessita dos EUA como esses de Chávez, o que é certo é que nenhuma das partes se mostra disposta a abdicar das boas relações comerciais petrolíferas e, como tal, Chávez acaba muitas vezes por exacerbar o seu discurso no que ao anti-americanismo diz respeito.

 

Em último lugar, em relação ao personalismo, não só a corporação diplomática continua pouco profissionalizada (é bastante ilustrativo o facto de nenhum dos chanceleres ser diplomata de carreira), como o presidencialismo em termos de definição e condução da política externa venezuelana se torna evidente quando pouca ou nenhuma autonomia a figura institucional do Ministro das Relações Exteriores tem em relação a Chávez.[18

Conclusão

Como conclusão parece-nos importante salientar, mais uma vez, o carácter de continuidade e reforço, quanto à forma, das grandes constantes históricas da política externa venezuelana por parte de Hugo Chávez, nomeadamente, o activismo, a utilização política do petróleo e o personalismo. Se o seu discurso pode por vezes parecer algo errático e fora do comum, a sua definição dos objectivos de política externa não deve ser subestimada pois está subjacente a determinados valores ideológicos interligados entre si que no panorama actual do sistema internacional tornam-se atractivos para alguns países, especialmente para as economias emergentes que desejam fazer-se ouvir no tal sistema tendencialmente multi-polar que Chávez pretende, e ainda para os países fortemente anti-americanos, como é o caso de alguns na América Latina.

 

No entanto, em nosso ver, existem duas variáveis que irão a partir de agora entrar no cálculo de Chávez e de certa forma modificá-lo, nomeadamente, a criação da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL), onde a Venezuela disputará com o Brasil o lugar de líder regional, sem esquecer ainda o papel e ambições da Argentina nesse âmbito, pelo que se torna necessário aguardar para verificar em que medida Chávez será mais ou menos cooperativo ou conflitual e, em segundo lugar, as eleições norte-americanas, que à hora em que finalizamos esta conclusão dão já como vitorioso o candidato democrata. Os líderes da América Latina, como Lula, Fidel e Chávez, demonstraram o seu apoio a Obama, líderes esses na sua maioria de esquerda e/ou profundamente anti-americanistas. De que forma irá Obama lidar com as expectativas que perpassam os líderes latino-americanos? Irá conseguir estabelecer relações afáveis, diminuindo o sentimento de anti-americanismo, ou, desiludirá esses mesmos líderes e países? Para todos os efeitos, o discurso e prática chavista potenciam o sentimento de contestação à influência dos EUA, pelo que a haver uma alteração nas relações entre os dois países, poderemos estar na eminência de assistir a uma transformação da retórica chavista.



[1] Cfr. Mark Webber e Michael Smith (eds.), Foreign Policy in a Transformed World, Prentice Hall, 2002, p. 3.

 

[2] Cfr. Raymond Aron, Paix et Guerre entre les Nations, 8. ª Edição, Paris, Calmann-Lévi, 1984, pp.82-84, apud Hugo de Melo Palma, Diplomacia Cultural ou Diplomacia Pública? Reflexões sobre a Política Cultural Externa de Portugal, Lisboa , ISCSP, Rel. de Estágio, 2008, p. 21.

 

[3] Cfr. Victor Marques dos Santos,”Reflexões sobre a Problemática da Avaliação de Resultados em Política Externain Discursos. Estudos em Homenagem ao Prof. Doutor Luís de Sá, Dezembro de 2000, Número Temático, p.89-105, p.89, apud Hugo de Melo Palma, op. cit., p. 21.

 

[4] Cfr. António Marques Bessa, ob. cit. (2001), p.79, apud Hugo de Melo Palma, op. cit., p. 21.

 

[5] Cfr. K. J. Holsti, International Politics – a Framework for analysis, 7.ª Edição, New Jersey, Prentice-Hall, 1995, p.83, apud Hugo de Melo Palma, op. cit., p. 21.

 

[6] Cfr. Idem, ibidem, p.84, apud Hugo de Melo Palma, op. cit., pp. 21-22.

 

[7] Cfr. António Marques Bessa, ob. cit. (2001), pp.86-103, apud Hugo de Melo Palma, op. cit., p. 22.

 

[8] Cfr. Rafael Duarte Villa, “Venezuela: mudanças políticas na era Chávez”, in Estudos Avançados, vol. 19, n.º 55, Set./Dec. 2005, p. 153, disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142005000300011. Consultado em 01/11/2008.

 

[9] Cfr. Pacto de Punto Fijo, disponível em http://www.analitica.com/bitblioteca/venezuela/punto_fijo.asp. Consultado em 01/11/2008.

 

[10] Cfr. Rafael Duarte Villa, op. cit. pp. 153-157.

 

[11] Cfr. Idem, ibidem.

 

[12] Cfr. Idem, ibidem.

 

[13] Cfr. Rafael Duarte Villa, “A política externa venezuelana de Chávez para a América do Sul: entre a ideologização das identidades e as necessidades do pragmatismo”, in Análise de Conjuntura, n.º 10, Out. 2007, pp. 5-8, disponível em http://observatorio.iuperj.br/pdfs/37_analises_AC_n_10_out_2007(2).pdf.  Consultado em 01/11/2008.

 

[14] Cfr. Rafael Duarte Villa, “Venezuela: mudanças políticas na era Chávez”, in Estudos Avançados, vol. 19, n.º 55, Set./Dec. 2005, p. 154, disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142005000300011. Consultado em 01/11/2008.

 

[15] Cfr. Rafael Duarte Villa, “A política externa venezuelana de Chávez para a América do Sul: entre a ideologização das identidades e as necessidades do pragmatismo”, in Análise de Conjuntura, n.º 10, Out. 2007, pp. 5-8, disponível em http://observatorio.iuperj.br/pdfs/37_analises_AC_n_10_out_2007(2).pdf.  Consultado em 01/11/2008.

 

[16] Cfr. Idem, Ibidem.

 

[17] Cfr. Idem, Ibidem.

 

[18] Cfr. Idem, Ibidem.

 

publicado às 23:23

Comentadores, fantasias e Obamas

por Nuno Castelo-Branco, em 05.11.08

 

 

O garante das liberdades e da Liberdade não são as repúblicas oligárquicas, mas as monarquias, imparciais, não subornáveis, indiferentes aos interesses do momento e fiéis intérpretes do interesse colectivo, do interesse do estado e da unidade nacional.

(in Combustões)

 

Todos os povos têm as suas características expressões culturais e rictus facialis que imediatamente os identificam diante de outros que não pertencem à mesma comunidade. Se os portugueses sofrem de crónicas variações no tom de voz e os franceses entremeiam as frases com longos Ââââ...., os americanos, esses, são mais exuberantes e tão mais notórios se tornam, quando se encontram hegemonicamente a partilhar as nossas horas caseiras. Estão em todos os canais de televisão, escutamos desenfreadamente a sua música e até as nossas pernas já se ajustaram para sempre à conveniência dos jeans. Todos os povos estão até certo ponto infestados de americanismo e no fundo, reconheçamos, já todos partilhamos um pouco dessa condição de longínquos cidadãos da Super-América em que se tornou o planeta Terra.

 

Não segui com atenção a campanha para a eleição presidencial norte-americana. Não me interessou a pré-selecção dos candidatos e apenas manifestei parvamente alguma predilecção - sem saber verdadeiramente porquê - pela Clinton. Os últimos dias consistiram num autêntico festival de comentários, programas biográficos, pivots destacados para cobrir o acontecimento in loco, numa tremenda banalização daquilo que é na verdade, banal. Trata-se apenas de um normal render da guarda, sem consequências de maior.  Os senhores McCain e Obama, interessam-me tanto como os senhores Aníbal, Jerónimo, Manuel ou Francisco: nada.

 

O que se tornou extraordinário, foi o voraz apetite com que certas franjas do incipiente espectro político nacional, se atirou à costumeira adesivagem ao "seu candidato". Se alguma coisa ia sabendo acerca das desditas da campanha tardio-adolescente de Palin e da sua paixão pelo escorchar de animais, isso deveu-se à ocasional leitura de um ou outro blog. A direita, submergida pelo maremoto mediático anti-Bush, timidamente quase sussurrava o nome do émulo yankee, o senhor McCain, ainda por cima dotado de discutível presença em palco, posições "liberais" pouco agradáveis aos militantes do partido do elefante e pior que tudo, herói de guerra. A direita portuguesa treme de pavor perante um qualquer condecorado por feitos bélicos, não aguenta o embate do preconceito inculcado na sua transcendente timidez. Assim, remeteu-se à defensiva ou ao puro e simples silêncio, quando pelo contrário, Obama era um candidato tão ou mais do seu agrado, como Cavaco Silva o fora há uns dois anos.

 

O que se tornou evidente, foi a descarada colagem de uma certa esquerda do sector politicamente correcto - a esquerda é em Portugal a epítome daquilo que é aceitável em situacionismo ideológico -, ao candidato Obama. O simples facto do nome Partido Democrático, se para alguns políticos portugueses, remete para uma época de certa hegemonia caceteira, onde o monopólio do poder e a obrigatoriedade da militância eram quase o verdadeiro móbil do regime, para outros é suficiente para uma rotulagem de contornos ineditamente abusivos. Quem escute uma meia dúzia de jangadeiros do PC, BE e principalmente do PS, julgaria o senhor Barack como um lídimo defensor dos já há muito esquecidos princípios da Internacional Socialista. A histeria varreu uma parte da blogoesfera e o facto do candidato do PD ser "de cor", mais entusiasmou à imediata sintonia com os príncípios (quais?) da sua campanha. O homem é bonito, fala e veste-se bem, é profunda e assumidamente burguês high-class, mas é "negro", ou melhor, mulato (1). Num país que possuiu um enorme império colonial durante quase cinco séculos e que não conta com um único deputado ou ministro "de cor", estranho o desvanecimento que raia a mais rasteira patetice, das comentadoras e correspondentes adereços masculinos que têm pontificado à hora dos telejornais.  O paternalismo, durante décadas um insulto arremessado à memória dos hábitos existenciais do Estado Novo, ressurgiu num resplendor que faz inveja a qualquer colosso talhado no mais exuberante estilo barroco. O chamado pretismo é apenas aplicado a quem, mesmo que remotamente, se possa identificar com "os pobres". Como se o Partido Democrático USA fosse um partido de pobres! Não há a mínima hipótese de brincar ao paternalismo, se em questão estiverem personalidades renegadas como a senhora Condoleezza Rice  ou o general Colin Powell que aliás, são bem mais escuros que Obama. Negros republicanos? Que vergonhosa incongruência...., embora tenham sido os republicanos que dominantes no norte industrial, desencadearam a guerra contra dos Estados da Secessão, fervorosos defensores  - com o Partido Democrático à frente - do status quo da ignomínia esclavagista. 

 

A esquerda europeia, muito segura das suas imorredoras e infalíveis certezas, jamais compreendeu a complexa realidade do próprio sistema político e eleitoral norte-americano. O Partido Democrático de que se sente parente próxima, é um conglomerado de gentes que por vezes se situam nos antípodas entre si e até uma superficial análise do seu eleitorado, denota uma clivagem profundamente racista, onde certos Estados "tradicionalmente democratas", votaram McCain para presidente - o branco, o protestante, o WASP ariano e republicano  - e, pasme-se, enviaram o correspondente senador do PD para o Capitólio. É uma esquerda americana que oscila entre o Ku Klux Klan,  as trade unions e o capital financeiro mais avassalador  que controla a Wall Street, a grande indústria da informação e do cinema. Em Portugal, o próprio CDS sentir-se-ia coagido perante o forte pendor conservador, radicalmente capitalista e anti-intervencionista na economia que o Partido Democrático manifesta. Alguns eflúvios remanescentes do baladismo de Joan Baez ou as nostálgicas glórias do Easy Rider ou The Deer Hunter, não são suficientes para o ocultar de uma verdade tão cristalina como a inscrição In God We Trust impressa nas notas de dólar. Na América continuarão a mandar os mesmos, aquela administração permanente que fica no conforto dos seus escritórios e que é composta por lóbis, funcionários não sujeitos a escrutínios eleitorais e que acaba por submeter as Novas Fronteiras e os New Deals à conveniência muito lata do interesse político, económico e militar dos EUA. Como é possível imaginar que o futuro presidente dos EUA poderá um dia sentar-se à cabeceira de Fidel, segurando-lhe a algália enquanto lhe segreda os seus projectos de concórdia com gente do calibre de Ahmadinedjad, Morales, Mugabe ou Bin Laden?

 

Ontem lá cedi à curiosidade do momento e pensando porque razão sou capaz de esperar longos momentos por uma soap opera como as Donas de Casa Desesperadas, não seria agora paciente para partilhar de uma certa mundialização do acontecimento que transbordou fronteiras e obcecou as mentes? O zapping tem destas coisas, como o de permitir a breve análise do andamento das situações e assim, decidi-me por aquilo que pensava ser uma análise abrangente por quem deveria ter a obrigação de comentar com perfeito conhecimento da situação. O trio Pacheco Pereira, Lobo Xavier e António Costa, é um velho conhecido da caixinha intrusa e foi sem espanto que deparei com uma autêntica canção do bandido, que ditava a inconsciente extrapolação daquilo que se passava na América, com os pouco evidentes paralelismos relativos ao que se passa no espectro partidário nacional. Costa estava satisfeito, pois era tacitamente reconhecido como "o vencedor" da coisa. No entanto, a conversa aflautada e quase farinellesca de Pacheco Pereira, teve o condão de me irritar de sobremaneira, pois subrepticiamente fazia voar os seus punhais, minimizando ou menosprezando o previsivelmente eleito Obama. Pouco digno de consideração é, quem não seja capaz do logicamente necessário distanciamento da paixão ou obediência partidista, acabando por troçar do espectador que se digna a prestar-lhe a atenção. O botãozinho do controle remoto opera maravilhas e passei a outros canais, onde doutourais conhecedores dos meandros da política USA, lá iam fazendo as suas previsões, sacando de blocos de notas com referências a eleições passadas e às possibilidades que este ou aquele Estado ofereciam de vitória garantida. Como se tal trabalho valesse a pena, pois bastava-lhes aguardar a informação das cadeias televisivas americanas!

Foi também bastente curioso ir observando as notas escritas que iam passando em rodapé, informando constantemente acerca das imprescindíveis opiniões de gente tão insigne e relevante como os senhores Fidel Castro, Hugo Chávez e mullahs xiitas,  reconhecidos inimigos dos Estados Unidos e outras insignificâncias mais. Se para Castro, Obama "é uma luz que surge no horizonte", para outros já se reveste com imaculados cafetãs de um verdadeiro Messias que fará cair dos céus o maná do pão, leite, mel e sobretudo, liquidará a condição de superpotência do pais que o elegeu presidente.  Os políticos portugueses manifestaram o seu regozijo e até o "presidente" já manifesta o desejo de um ainda maior estreitamento de relações com o vizinho trans-Atlântico, como se Portugal hoje dependesse fortemente dos investimentos ou ajudas materiais provenientes do centro de decisão de Washington. Para os nossos senhores, um bom presidente americano deve ser suficientemente fraco como Wilson, mentalmente depauperado como o Roosevelt de 1943-45, mafioso-chic como Kennedy, ou pelo menos, um risonho imbecil como Carter. 

 

Nunca fui republicano, não o sou e espero descer ao túmulo sem jamais o ter sido. Todo este jogo presidencial-eleiçoeiro de sombras chinesas para divertimento de plateias roedoras de pipocas e salgadinhos, não consegue esconder a realidade omnipresente. Terminada a stand up comedy, tudo voltará a ser como era: os agiotas alegremente manipularão nas Bolsas, o petróleo continuará a infernizar os nossos dias de penúria e claro está, dentro de uns poucos meses Barack Obama mandará abrir os alçapões dos bojudos B-52, fazendo chover toda uma nova geração de bombas. Desta vez são bombas Democratas, pela paz, liberdade e como sempre, instauradoras dos direitos humanos em remotas paragens. Tal como Clinton o fez muitas vezes e com total impunidade mediática. 

 

Calcula-se o que a blogosfera, a televisão e a imprensa euro-portuguesa dirá: nada.  

 

(1). É verdade, fui surpreendido. Antes de ver a sua foto e já tendo escutado o nome, pensava tratar-se de mais um descendente de irlandeses, talvez um O' Bahma, na esteira dos O' Reilly e O' Connor.

publicado às 22:25

Sobre as eleições norte-americanas

por Samuel de Paiva Pires, em 05.11.08

 

(imagem picada daqui)

 

Histórico, dizem eles. Tal como referiu a Cristina, é ler os posts de Carlos Barbosa de Oliveira e de Carlos do Carmo Carapinha. Concordo plenamente, não só Obama e Mccain deram uma lição de civismo político à Europa, especialmente à Europa do Sul, como ainda vai ser extremamente aprazível observar a partir de agora as reacções da esquerda anti-americana em relação a Obama. Fidel e Chávez, por exemplo, parecem muito contentes com este resultado, vamos ver como vão acondicionar esta variante ao seu discurso até porque, é preciso não esquecer, o anti-americanismo de Hugo Chávez tem sido fulcral para a velha lógica de promoção de um inimigo externo por via a consolidar a coesão interna, o que se torna ainda mais premente num regime tendencialmente populista. Já agora, a respeito disto, vou brevemente publicar aqui no blog um trabalho apresentado hoje na faculdade, que me ocupou especialmente na última noite, sobre a política externa venezuelana.

 

Vai ser também curioso assistir às reacções da esquerda cá do burgo nos próximos anos, numa altura em que o seu alvo de estimação altera essencialmente ao nível cosmético a sua política. É que os seres humanos, especialmente os que se preocupam com a política, têm uma necessidade lógica de ter inimigos, quanto mais não seja para se definirem a si próprios, pelo que resta aguardar para ver para onde vai ser reorientada a bílis da esquerdalhada.

 

O que é certo é que para além de que Obama acabará por desiludir quando se materializar no cargo para o qual foi eleito e descer do Olimpo onde muitos o colocaram, pelo menos durante algum tempo vamos deixar de ouvir as ignóbeis tiradas dos que se dizem anti-americanistas, o que, a nível mundial, granjeia desde já a Obama e aos Estados Unidos uma oportunidade histórica para mudar a perspectiva que o mundo tem da superpotência, que, seria óptimo se fosse aproveitada.

 

De qualquer das formas, vamos aguardar para ver o que nos espera. Entretanto disseram-me que Obama convidou Mccain para fazer parte da administração, alguém me pode indicar se isso se confirma?

 

Para finalizar, o que acho mesmo muito interessante é a reeleição de 4 luso-descendentes para os senados estaduais, especialmente a de Teresa Paiva-Weed para Rhode Island, por motivos óbvios :p).

publicado às 21:05

Em destaque

por Samuel de Paiva Pires, em 05.11.08

Pedindo desde já desculpa aos leitores e especialmente ao Nuno e à Cristina pela minha ausência, que ao longo deste último ano de faculdade se vai tornando um pouco frequente, passam a figurar na nova coluna da direita, Estados soberanos de outras línguas, para já, 3 blogs, o espanhol A la flor del berro, e os monárquicos The Monarchist, britânico, e Radical Royalist, australiano. Estes dois últimos colocamos ainda em destaque por ora.

publicado às 20:51

«Da Democracia na América»

por Cristina Ribeiro, em 05.11.08

Tocqueville

 

Em sintonia com o que diz o Carlos: uma lição para a Europa.

Referência especial para o que não ganhou: McCain fez um discurso notável.

 

 Noutro registo, um post a ler : uma análise a ter em conta.

publicado às 18:35

Fiquei a saber aqui na blogosfera

por Cristina Ribeiro, em 05.11.08

 

que a  missa que irá inaugurar a igreja restaurada da paróquia dos meus pais, no Domingo, porque o Dia do Patrono, onze de Novembro, calha numa Terça Feira, será transmitida via internet; também eu fiquei surpreendida, mas porque não vi o óbvio: foi a pensar nos muitos emigrantes da freguesia, que já terão dito do seu contentamento: poderão assim ver a sua "nova" igreja...

publicado às 14:59

Mesmo para uma adepta distraída,

por Cristina Ribeiro, em 05.11.08

uma adepta de " trazer-por-casa", não é possível passar por cima do feito de ontem; pronto, está bem, isso só acontece porque cá em casa, depois das eleições nos EUA, esse tem sido um tema muito falado. Com ênfase diferente, não obstante o sportinguismo estar bem enraizado.

publicado às 12:04

João! Acorda e vai para articulista! Já!

por Nuno Castelo-Branco, em 04.11.08

Depois, deixa um importante aviso: que Obama não é um "socialista" mas um patriota americano que "até quer um entendimento com Cuba". A bota não joga, decididamente, com a perdigota. Se ele escreve assim para o DN, exijo que o meu sobrinho João, de 11 anos, passe a ter lugar cativo num jornal de grande tiragem!

 

*Na imagem, o João, o Nuno e a Filipa (Guka)

publicado às 23:06

Por ter como boa

por Cristina Ribeiro, em 04.11.08

a sugestão da Margarida, e ter achado engraçada a história da Joana, e dos ouriços-cacheiros que comem bolachas Maria...

publicado às 20:22

Da Ingratidão

por Cristina Ribeiro, em 04.11.08

Num comentário  fala o Nuno na " memória fraca", na ingratidão . Tenho para mim que este tipo de " esquecimento" é a maior das pechas que podem ensombrar o carácter do ser humano.

Como canta Maria Bethânia:

                 "Atiraste uma pedra no peito de quem só te fez tanto bem

                  E quebraste um telhado, perdeste um abrigo

                  Feriste um amigo

                  Conseguiste magoar quem das mágoas te livrou "

publicado às 18:13

Para a Maggie Pereira: o herdeiro da coroa

por Nuno Castelo-Branco, em 04.11.08

 A Margarida Pereira tem-me insistentemente solicitado um breve esclarecimento acerca de uma alegada "controvérsia" quanto à representação da Casa Real. Não existe controvérsia alguma, pois o actual Duque de Bragança, D. Duarte Pio é o único e exclusivo representante da dinastia, como os seus numerosos parentes o reconhecem, alguns deles sentados em todos os tronos existentes na Europa. Tudo o que mais se possa inventar, não passa disso mesmo: invencionisses. Aliás, há muitos anos existia uma banda desenhada muito engraçada, que se chamava o Califa e o Grão-vizir. Este último ambicionava ser califa-no-lugar-do-califa e por isso mesmo, sofria todo o tipo de contratempos, alguns bastante desastrosos que chegaram a colocá-lo na cadeia por fraude. Ora isto aplica-se exactamente a todos  os que por aí andam a fazer o tirocínio para o Júlio de Matos. Num caso, trata-se de mero despeito, como aqueles fulanos que no campo oposto, ficam furiosos por o "presidente da república" não os fazer nobres da dita cuja, armando-os cavaleiros de uma das mutiladas ordens a distribuir no 10 de Junho. O outro caso, enfim, aplica-se ipsis verbis a um outro muito semelhante, embora mais interessante: o da Anna Anderson, que se fazia passar pela czarevna Anastásia Romanova. Como pedra tumular para o caso, escolheria um monolito    ao estilo faraónico - dado tratar-se de megalomania -, onde seria esculpida a seguinte inscrição: "A todos os hipotéticos e pouco credíveis descendentes "de mão esquerda" dos reis de Portugal que alegadamente tanto contribuíram para povoar  o reino com copiosas proles de incógnitos. No século XXI as suas sementes medraram em algumas centenas de milhar de indivíduos".

 

Esclarecida, Margarida?

publicado às 17:38

As habilidades de Murdoch

por Nuno Castelo-Branco, em 04.11.08

 Do nosso amigo Harold, recentemente "linkado", deixamos aqui um interessante post acerca da influência de uma certa e bem conhecida forma de fazer imprensa no mundo. Refere-se ao senhor Murdoch que em Portugal tem evidentes correspondentes. Qualquer semelhança não é simples correspondência.

 


The question is not if Australia should become a republic. The question is if Australia should have a Monarch or a Murdoch sponsored head of state.

 

Após a leitura deste post, recordei-me imediatamente do fraudulento "referendo" promovido pelos americanos e seus agentes da Mafia do porto de Nova Iorque: embora Humberto II o tenha vencido por clara margem, consistiu na mais descarada e formidável manipulação eleitoral do pós-guerra. Murdoch lá sabe...

publicado às 15:09

Sobre a nacionalização no BPN

por Samuel de Paiva Pires, em 03.11.08

Não tenho grande coisa a dizer. Apenas resalvo que, infelizmente, mais uma vez se prova o que venho a dizer e escrever há muito, o mercado e a mão invisível funcionam na perfeição em teoria, porque na prática têm a intervenção de seres humanos, imperfeitos por natureza.

 

Já agora, parece que esta situação de gestão danosa já se vinha arrastando de algum tempo a esta parte, indiciando que a crise financeira internacional não terá relação directa com este fenómeno. Se assim é, mais uma vez se pergunta, para que serve o Banco de Portugal e o cargo ocupado pelo Dr. Constâncio? Depois do escândalo no BCP, aparece mais uma vez demasiado tarde e com demasiada inércia, depois de alguém se ter tornado milionário à conta da gestão danosa. Num país sério alguém como o Dr. Constâncio teria vergonha na cara e demitia-se.

publicado às 22:44







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