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- Eras o bebé mais bonito

por Cristina Ribeiro, em 09.01.09

que vi até hoje- digo à Margarida, a sobrinha que hoje faz nove anos- ; quando te vi pela primeira vez, no hospital, fiquei comovida: eras tão linda. Depois continuaste a ser um encanto; chamavam-te " a risonha ". Agora continuas linda, mas és uma chata...

-  Oh...; Ó mãe !

publicado às 19:21

Última noite de 2008.

por Cristina Ribeiro, em 09.01.09

À mesa, alguns amigos.

A conversa vai fluindo, sem a pressa de quem tem de se levantar cedo no dia seguinte, para trabalhar.

 É quase Meia-Noite. Põem-se na mesa os doces da época, o champagne está pronto para os brindes ( "descruzem as pernas! " ), e, porque as crias foram celebrar a passagem de ano a outros sítios, os que são pais começam a falar dos filhos, a maioria a beirar a adolescência; a dificuldade que experimentam na sua educação( " os nossos pais tiveram a vida facilitada! " ).

  A amiga que veio com essa idade de Moçambique, conta de como as coisas se passaram com ela: "- que privilegiada foste! Tão diferente de nós, os de cá!...".

publicado às 18:23

O JAN SOBIESKI do nosso tempo

por Nuno Castelo-Branco, em 09.01.09

 Estávamos à beira da piscina de água salgada do hotel da Inhaca. Todos os anos, o escusado feriado do 5 de Outubro servia para passarmos três dias naquela ilha situada na baía do Espírito Santo, diante da cidade de Lourenço Marques. Organizado o grupo de turistas ocasionais, os nossos pais aproveitavam o início do verão austral para uns dias de descontracção, desfrutando do convívio com os amigos e a excelente gastronomia propiciada pela cozinha do hotel. Naquele dia 6, alguém nos informou que os árabes tinham iniciado um ataque às posições israelitas na linha Bar-Lev no Sinai, reeditando em sentido contrário, o efeito surpresa de 1967.  Em 1973, uma nítida prevalência do politicamente correcto imposto pela esquerda já todo-poderosa nas mentes dos círculos esclarecidos pelos pontapés nas latas de lixo do Maio 68ditava a necessidade da eliminação de Israel, o "agente sionista que servia os interesses do imperialismo norte-americano" no Médio Oriente. Recordo-me da expressão preocupada da minha mãe, uma indefectível pró-Israel, acabrunhada pelas primeiras notícias chegadas da frente de combate e divulgadas pelo Rádio Clube de Moçambique. O desastre parecia irreversível e a destruição das forças israelitas, um indesmentível facto comprovado pelas pilhas de soldados mortos, canhões capturados e carcaças de tanques calcinados no Sinai. Era a hora das ululantes celebrações para alguns dos habituais convivas das tertúlias lá de casa, onde pontificava o histrionismo estalinista de um conhecido jornalista da revista Tempo. Militante do PC e seguidor fiel dos interesses geopolíticos da União Soviética, era com incredulidade que o ouvíamos discursar desabrida e violentamente contra a posição portuguesa em África e a irreversível vitória final do comunismo no mundo. Naquele tempo, já há muito se tinham evaporado as esperanças de um Israel vermelho e peão de Moscovo numa região ainda fortemente dominada pela presença ocidental. Estaline esperara-o com ânsia e dera as suas ordens para o reconhecimento do novo Estado na ONU. A realidade imposta pela memória recente do dúbio papel dos soviéticos antes e durante a guerra mundial, foi o cadinho onde se forjou a aproximação de Telavive ao Ocidente. 

 

A primeira semana foi a de todas as esperanças numa blitzkrieg que trouxesse os T-55 russos às portas de Jerusalém, destruindo a existência de um país ainda com pouco mais de duas décadas de independência. Cantavam-se hinos à excelência do equipamento soviético e à perícia genial dos instrutores russos que tinham conseguido organizar as pungentes massas de fellahs, em hostes de guerreiros bem armados e invencíveis. Ninguém procurava nem falava em qualquer tipo de cessar-fogo, pois a vitória era certa. Não importava o número de baixas, mas sim o esmagar do odiado obstáculo aos objectivos moscovitas.

 

A posição da administração Nixon foi clara, rápida e eficaz e esta resposta contou também com a anuência portuguesa que permitiu o reabastecimento urgente das IDF através dos Açores. 

 

Sabe-se qual foi o resultado da contenda. Dez dias decorridos após o ataque árabe, o exército israelita já tinha atravessado o Suez e estava a 100 km. do Cairo, iniciando-se assim, a frenética exigência soviética - com ameaça nuclear - pela cessação das hostilidades, salvando os seus aliados do colapso e da vergonha de uma estrondosa derrota militar de imprevisíveis consequências.

 

A guerra do Yom Kippur e o parcial sucesso obtido pelos egípcios no seu início, consistiu no providencial salvar da face do regime do general Anwar el-Sadat, sem dúvida um homem moderado e de grande dignidade pessoal. Quando do cessar fogo, os russos tinham perdido para sempre o mais poderoso aliado na região e iniciava-se o processo político que conduziu ao tratado de paz e estabelecimento de relações diplomáticas entre o Egipto e Israel. Para grande desespero dos amigos militantes do PCP que povoavam a nossa sala de jantar e para o nosso vingativo gáudio - da minha mãe, meu e do Miguel-, a União Soviética tinha averbado um pesado revés, tão mais grave porque comprometia irreversivelmente o seu prestígio em todo o chamado mundo árabe. Recordo-me de então ouvirmos no nosso quarto e com o som ao máximo, discos das Barry Sisters e de Rika Zarai, enquanto na sala de visitas, alguns espumavam de raiva: Bei mir bist du schejn...

 

 

Nesta questão do Médio Oriente, os interesses económicos mesclam-se naturalmente com a luta pela supremacia geoestratégica dos principais intervenientes na cena política mundial. Liquidada a URSS e para sempre pulverizado o seu império em realidades políticas nacionais, os EUA fizeram exercer o seu papel tutelar e mesmo apesar do contratempo imposto pela mal conduzida política no Iraque, ninguém contesta hoje o forte pendor ocidental de regimes como o jordano, saudita, egípcio e dos Estados menores da área do Golfo. 

 

Israel foi ao longo de cinquenta anos, a espada que zelou pela segurança de uma Europa entorpecida pela decadência da sua outrora poderosa influência na política mundial. Os ímpetos do extremismo islamita que apontam a própria península ibérica como um objecto de futura reconquista e a desejada desestabilização do Magrebe, oferecem um preocupante cenário de irresolúveis problemas futuros nos quais o nosso país será fortemente envolvido. A corrupção, inépcia, esterilidade da produção intelectual e brutal forma de organização social nos países "árabes", tornam Israel no preferencial e mais seguro aliado do ainda existente Ocidente. 

 

Há perto de cinco séculos, no exacto momento em que a Europa era pelos otomanos invadida através dos Balcãs, as galeras do sultão faziam aguada no porto de Marselha, contando com o beneplácito de um Francisco I desejoso do enfraquecimento do imperador Carlos V. No século XVII, quando da derradeira incursão turca na Europa central fez chegar os janízaros às portas de Viena, Luís XIV  atacava a rectaguarda cristã representada pelos territórios dos Habsburgos na Flandres e em Espanha Desta forma, prejudicava gravemente a posição de Leopoldo I que sempre contou com o auxílio dos tercios enviados pelos seus primos de Madrid. Em 1717, a esquadra francesa deixava os seus aliados isolados para enfrentar a armada turca no Cabo Matapan, fugindo para um porto seguro. A vitória conseguida pelos portugueses, impediu a ameaça à segurança marítima do Mediterrâneo oriental.  Quando décadas mais tarde Bonaparte entrou efemeramente vitorioso no Cairo, declarou-se muçulmano, procurando estabelecer no antigo reino dos faraós, a sólida base para as ambições do seu poder pessoal.

Ciclicamente, as actividades diplomáticas do Quai d'Orsay, são consentâneas com a tradicional política francesa de obtenção de vantagens egoístas, olvidando a nova realidade política europeia da qual a França é fundadora e elemento de primordial importância. O simples factor de pressão psicológica que é representado pela presença de muitos milhões de "árabes" dentro das suas fronteiras, torna a posição de Paris bastante previsível e inóqua na seriedade da sua política que não pode deixar de ser equacionada sob o prisma da desconfiança e inconsistência.

 

Pouco conheço acerca da cultura judaica e creio jamais ter conhecido um judeu ou um israelita. Já me cruzei com alguns nas ruas de Paris, Londres, Nova Iorque e até em Lisboa, ao sábado, quando frequentam um café da zona do Rato, após o cumprimento dos seus afazeres religiosos na sinagoga. No entanto, estou seguro da minha convicção acerca da proximidade que existe entre a forma de organização política e social vigente em Israel e aquela que a totalidade dos países do Ocidente perfilha. É este exemplo prático da política o que é mais importante e verdadeiramente interessa. Tudo o mais são meros artifícios, divagações e preconceitos de outros tempos. Deixo apenas uma questão, talvez de pormenor, acerca  da categoria moral em que esta guerra pode ser avaliada:

 

- Como teria a comunidade internacional reagido nos anos 60 e 70, se o exército português se tivesse entrincheirado em quartéis construídos no meio da população civil, fazendo-a pagar o elevado preço dos normais danos colaterais infligidos pelo inimigo?

 

É exactamente esta, a situação imposta pelo Hamas ao seu próprio povo.

 

Na verdade, Israel tem sido ao longo deste último meio século, o eficiente guerreiro que  combate com a espada de Jan Sobieski. Saibamos compreendê-lo, pois a velha máxima do ..."inimigo do meu inimigo"... é actual e inultrapassável.

publicado às 13:20

" Se Israel eliminar o gang

por Cristina Ribeiro, em 09.01.09

criminoso do Hamas de Gaza, quem lhe agradecerá em primeiro lugar serão a OLP e os palestinianos que querem viver em paz", li num comentário no Portugal dos Pequeninos- não podia estar mais de acordo !

publicado às 00:10

Leio n'« O Sexo dos Anjos»

por Cristina Ribeiro, em 08.01.09

 

 

de uma mostra documental sobre o escritor Joaquim  Paço d'Arcos;  dele  nada li, e nem sei qual o género da sua escrita ( quando procurei uma imagem alusiva à sua obra, fiquei com a impressão de ter sido ele, além de ficcionista, poeta ), mas lembro de ser pequena e ver o meu pai com um livro seu, « Ana Paula », que lia sempre que ocasião aparecesse.

Não sei se foi nessa altura que lhe ouvi dizer que por então surgiu uma vaga de Anas Paulas.

publicado às 17:38

Forçada a permanecer em casa,

por Cristina Ribeiro, em 08.01.09

                                   ( Sala da Última Ceia- Jerusalém )

 

 

 

por uma deslocação do tendão da mão direita, obrigada a tudo fazer com a esquerda, inclusive teclar, faço escorrer o tempo visitando blogues nunca dantes navegados.

É assim que descubro o Ilhas, onde me encanto com uma escrita escorreita, atractiva, que discorre sobre temas pertinentíssimos.

                  Prendeu-me logo a atenção este artigo, no qual- com a ressalva, genérica, de que o extremismo não é exclusivo dos fundamentalistas árabes, pois que pulula igualmente entre os judeus, em igual proporção-  vi espelhada a minha visão sobre o cerne da questão em presença, que recolocou o , dramaticamente  cíclico, inferno naquela zona .

publicado às 14:49

O betão e as Loyas Jirgas

por Nuno Castelo-Branco, em 08.01.09

 

Consta que o executivo decidiu acelerar os normais procedimentos para os concursos a obras públicas. Assim, o preço considerado para a possibilidade de uma adjudicação directa passa para cinco milhões de Euros.

 

O período pré-eleitoral relativo às últimas autárquicas, teve como consequência um forte endividamento das Câmaras Municipais, onde a reeleição  dos mandatos desde há muito é o objectivo primeiro. Sabemos que proliferam obras que se por vezes não são totalmente inúteis - as rotundas, por exemplo - podem neste momento difícil de obrigatória economia de recursos, esperar por melhores dias.

 

Existe uma relativamente bem fundamentada suspeita de interdependência entre o sector betoneiro e a política. Esta medida que pode à primeira vista parecer consentânea com a necessidade de dinamizar a economia nacional, será inevitavelmente atribuída à pressão dos interesses em jogo. 

 

Num ano em que se realizarão eleições para a Loya Jirga nacional e suas correspondentes locais, este assunto dificilmente passará despercebido.

publicado às 11:23

Inaudito, incrível e estúpido!

por Nuno Castelo-Branco, em 07.01.09

 

Após uma década de caótica apresentação devido a uma alegada construção de um túnel para o metropolitano, há apenas três semanas foi pomposamente re-inaugurado o Cais das Colunas. Pensávamos que os transtornos decorrentes de montanhas de entulho, lataria e barracagem adstritas, eram então uma coisa de um passado para esquecer. Mas não. O Terreiro do Paço volta ao ciclo Santa Engrácia e desta vez para construir tubagens e outras complicações afins. Estamos seguros de que terminada a canalização, passar-se-á então para a conclusão do projecto há 250 anos delineado e que previa cúpulas para os torreões da praça. É que já nem pedimos o restauro da estátua de D. José, com o devido dourar da mesma, tal como se apresentou quando inaugurada em 1775. Isso fica para as obras de reconstrução, após o próximo cataclismo. É que não há dinheiro para tudo e o Ano Novo traz sempre renovação de frotas automóveis, etc. Uma maçada.

publicado às 18:22

Algures no Pacífico sul

por Nuno Castelo-Branco, em 07.01.09

 

"A Austrália, uma monarquia onde reina uma férrea opressão, ditada pelos grandes interesses terratenentes da alta nobreza de latifundiários colonialistas. País onde o povo vive na miséria, onde as luzes da história da gloriosa manhã da Bastilha ainda não chegaram. País pobre, subdesenvolvido, sem hospitais e escolas, proletarizado e gemendo sob a canga de uma impiedosa oligarquia de cariz medieval: é a Austrália, reino com o qual Portugal  tem a sorte de em nada se parecer, pois somos uma república vigorosa, sã na pureza da sua génese e percurso político"

 

Nas mentes ervilhescas dos celebrantes de 2010, esta seria a imagem a veicular mediaticamente, mas infelizmente para eles, a nossa triste sina não resiste a qualquer tipo de comparação. Tomáramos nós!

publicado às 18:05

Na sequência do comentário

por Cristina Ribeiro, em 07.01.09

suscitado por este excelente texto do Nuno,fazer uma declaração de fé: o  homem de bem , a que se refere Fontes Pereira de Melo, não foi nunca um caso isolado- ao longo da nossa história, desde a fundação do Reino, sempre eles estiveram ao lado do Rei e do Povo, e continuará , estou certa, bem enraizada entre nós essa cepa de homens bons, vocacionados para o serviço público, prontos a prosseguir as pisadas dos seus egrégios avós, coadjuvando o unificador de vontades;  quando pensamos em monarquia  é também neles que pensamos- homens que olhem a " Res Publica " como um serviço, e não como um meio de se engrandecerem no foro privado.

publicado às 12:13

Aprendizes de Houdini: a II república fantasma

por Nuno Castelo-Branco, em 07.01.09

 Hoje foi uma das cíclicas noites em que o Dr. Mário Soares nos deu a conhecer os seus pontos de vista acerca deste mundo em permanente evolução. Não nos manifestando acerca das suas respeitáveis visões quanto á política internacional, sempre volátil, registámos com agrado  o recurso á prestidigitação de que é reconhecido perito nacional. Desta vez, o tema foi aparentemente casual, digamos quase um encarte que chega muito a propósito. As últimas certezas do rápido processo de liquefação do solo presidencial que prenuncia violento terramoto institucional, suscita urgentes manobras de distracção de uma opinião pública mais atenta que nunca. Assim, o Dr. Mário Soares, homem com reconhecidos méritos no jogo político de marcação de posições, decidiu trilhar o conhecido caminho do reescrever da História que paradoxalmente foi apanágio daqueles seus feros inimigos que em caso de desgraçado sucesso de intenções, provavelmente lhe teriam reservado a inglória sorte de ser o "Masaryk português".

 

A república do Estado Novo, conseguiu  incomodar opositores - os náufragos da demagogia de 1910-26 - e apoiantes que não queriam ser conotados, sob o epíteto generalizador de república, aos predecessores que abominavam. Desta forma, o Estado Novo surge numa espécie de limbo capaz de criar todo o tipo de ilusões e espectativas. No entanto, um simples retirar da máscara de conveniência, descobre  um conhecido busto semi-desnudo ao gosto da nossa tardia art nouveau das duas primeiras dácadas do século XX: a república.

 

Desengane-se o Sr. Dr. Mário Soares. Hoje em dia, o citado reescrever da História, os retoques nas fotografias oficiais ou a simples sonegação ou queima de documentos, pouco valem. Há um saber adquirido e transmitido através de gerações e essas mesmas fotos, resmas de Diários da República, feriados do regime republicano (5 de Outubro, 28 de Maio e finalmente, o 25 de Abril) e símbolos, muito símbolos, comprovam a verdade que aí está, incómoda para alguns, mas inabalável: o Estado Novo foi de jure e de facto a 2ª república.

 

Podemos mesmo dizer que o regime implantado pela minoria que a tiro de canhão e coacção física e moral se alçou ao poder, foi iniludivelmente consolidado por esse Estado Novo, essa 2ª república hoje tão negregada por quem muito lhe deve: os republicanos.

 

O grande sonho da burguesia fare niente e frequentadora dos clubes da época, sonhava com uma república "à francesa", burguesamente ciosa dos privilégios e inamovível nos seus convictos preconceitos. Uma república ordeira, com as contas em dia, o império garantido pela outrora odiada Albion e sobretudo, centralizando em Lisboa - a única verdadeira cidade do país de então -, a decisão sobre o conjunto nacional. Malbaratadas todas as hipóteses em aberto pela violência coerciva dos "revolucionários" de 10, Salazar acabou por oferecer essa redenção verde-escarlate. Nunca A Portuguesa foi tão exaustivamente tocada e cantada. Nunca o controverso pendão foi impingido até à saciedade a todos os lares, edifícios públicos, páginas de livros escolares e pasme-se, glorificado no verde da camisa da Mocidade Portuguesa. O presidente da república, na 1ª ferozmente chicoteado alternadamente por apoiantes e adversários de partido - as actas parlamentares são um delírio de baixezas de todos os tipos -, passou na 2ª república, a ser considerado como uma espécie de fetiche de acalmia de paixões, o avô venerando que todos guardava, enfarpelado numa farda que dera as provas (que se conhecem...) na longínqua rectaguarda da frente de combate da Flandres. Os generais promovidos a marechais d'honneur, muito à francesa como convinha e os almirantes a puxar os galões de duvidosos herdeiros de Gamas e Salvadores Correias, preencheram o cargo outrora ocupado por pobres pachiças sem panache, fossem eles o Bernardino das intrigas, ou o Almeida dos dichotes truculentos.  Salazar deu dignidade à coisa. O presidente era reverenciado, abriam-se alas à sua chegada e a Guarda Nacional Republicana tocava fanfarras. Era o Chefe do Estado, o Senhor Presidente da República, fulano ou sicrano de tal. 

 

Nos bolsos, o Bilhete de Identidade, comprovando a cidadania da República Portuguesa. Nos mastros, a flâmula da Carbonária, sem qualquer alteração visível. No timbre, o mesmo escudo com a "bola mais as quinas e castelos", cercadas pelo mesmo matagal imitando louro ou folhas de oliveira (?). Na sede da PIDE, lá esvoaçava o verde e vermelho e  lá estava a foto dos dois Senhores Presidentes - o do Conselho e o da República - e no prolixo articulado normativo em que os juristas portugueses e seus apêndices beneditinos são especialistas,  continuou proscrita até aos dias de hoje, a apresentação pública da bandeira azul e branca à sombra da qual se desenharam as fronteiras da nossa razão de ser: os países dos PALOP e da CPLP. Proibida durante a 1ª república dos caceteiros do Costa e proibida durante a 2ª república, dos mesmos trauliteiros formigas brancas, pressurosamente recauchutados como perfeitos sucedâneos.

 

O período de vigência da Monarquia, conheceu as fases que coincidiram sempre com a evolução dos tempos no espaço europeu e nem por isso, os historiadores alguma vez diferenciaram a denominação genérica do regime, fosse aquele que entre nós construiu a pátria na Idade Média, aquele que a alargou nos Descobrimentos, ou que restaurou Portugal em 1640 e em 1808-10, estendendo-se no tempo até ao século, o vigésimo da era cristã,  que a quase todos portugueses dos nossos dias viu nascer: era a Monarquia. Ninguém contesta esta verdade.

 

O Dr. Mário Soares sente-se incomodado com a própria palavra república que entre nós tem vários significados e entre estes, o mais relevante é certamente o mais desprestigiante.  Homem inteligente como é, o Dr. Mário Soares, devia cair de joelhos e agradecer aos céus aquela 2ª república que publicamente parece enxotar como varejeira danada. Foi essa dita 2º que consolidou o seu regime, ou melhor, forma de representação do Estado que o guindou à suprema magistratura. Sem a estabilização da instituição propiciada pela forçada calma imposta por Salazar, a Monarquia teria regressado mais cedo ou mais tarde, pois era o único lembrete de abertura de espírito e de liberdade que gerações de portugueses tinham conhecido. A Monarquia significava a paz e a representatividade erguida como Lei. O Dr. Mário Soares sabe-o tão bem como nós. Se o Estado Novo não tivesse existido - essa repudiada mas verdadeira 2ª república - o Senhor Doutor teria provavelmente sido primeiro-ministro de um neto de D. Carlos e de D. Amélia. E isso ter-lhe-ia facilitado a tarefa, pois o país seria em 1974, muito diferente daquele que conheceu. Não tenhamos dúvidas. É a verdade, clara, inequívoca e implacável. Esta é a 3ª república. Esperemos poder dizer, a última.

 

 

publicado às 01:43

Da oposição

por Samuel de Paiva Pires, em 06.01.09

Um bem haja ao regressado Professor Maltez que tive já oportunidade de cumprimentar brevemente:

 

Essas categorias podem iludir Sócrates, mais ameaçado pelos berros e argumentos do Bloco de Esquerda, do PCP e de Alegre, e pensando que vai comer as lideranças criancinhas de direita ao pequeno almoço, chamem-se Manuela Ferreira Leite, Santana Lopes ou Paulo Portas. Ainda não deve ter reparado que a verdadeira oposição não vem dessa direita, mas do surgimento de "opinion makers" como Joaquim Aguiar, que lê René Girard, Voegelin e Strauss, ou Medina Carreira, que ainda tem o ar de velho soarista da resistência às modas, enquanto a verdadeira liderança da oposição, a que sabe captar as expectativas do povão, começa, por inteiro, a repousar no fim dos silêncios de Cavaco Silva.

publicado às 21:04

Reisadas,

por Cristina Ribeiro, em 06.01.09

JMB?

 

Uma entre muitas palavras- tantas!- que despertam as memórias de infância, acantoadas não sei onde, mas sempre prontinhas a saltar cá para fora, às vezes porque foram evocadas, às vezes porque vieram atrás de outras.

             Esta lembra-me o " SrArmindo ", um  vizinho solteiro, que morava numa casa muito, muito especial: a lembrar a toca do coelho que vimos nos livros com animais encantados, debaixo da terra, num sítio que já fora poço, e aonde se ia descendo umas escadas toscas de madeira, era muito apetecida por todos nós, e a nossa mãe já sabia onde nos encontrar sempre que desaparecíamos....

 

Quando há meses falou no " Cantar os Reis", o que logo me veio à memória foi aquela noite, escura, mas não sei se sem estrelas, em que fomos com o SrArmindo cantá-los aos vizinhos; longe, isolados que estávamos- só o tínhamos a ele por perto.

Lembro-me dos mexidos, da aletria e das rabanadas que enchiam as mesas, à espera dos cantores; mas é uma memória muito desfocada...

                  Saíamos de casa muito  agasalhados, porque a noite era fria, e com vozes mais ou menos afinadas cantávamos " Viva lá o Patrão desta Casa ".

 

publicado às 19:46

Coisinhas boas por email - Frase do ano

por Samuel de Paiva Pires, em 05.01.09

Recebido em português brasileiro, aqui transcrito para português de Portugal: 

 

Frase do ano: A situação dos mercados financeiros é tão má que já há mulheres a casar por amor.

 

E agora preparo-me para ser aniquilado pela Cristina e pelas nossas amigas leitoras... :p)

publicado às 22:16

A ler

por Samuel de Paiva Pires, em 05.01.09

 António Barreto no seu Jacarandá:

 

Habituámo-nos a tudo. Às querelas inúteis. À mediocridade dos partidos. Aos conflitos entre governo e presidente. À chantagem que as regiões autónomas exercem sobre a República, os órgãos de soberania e os partidos. Ou à pobreza de espírito e à subserviência dos deputados. Difícil, apesar de tudo, é habituarmo-nos a tão inepto Parlamento.

publicado às 21:48

Blogosfera

por Samuel de Paiva Pires, em 05.01.09

 Algumas das referências seguintes já deveriam ter sido feitas, desculpando-me desde já pelo atraso aqui ficam:

 

1 - Em primeiro lugar, um sentido agradecimento ao Pedro Correia pela referência e recíproca amizade da nossa parte, com votos de um excelente 2009 para si e para todos os corta-fiteiros!

 

2 - Um agradecimento ao João Melo por ter escolhido o Estado Sentido como o seu blog colectivo favorito do ano.

 

3 - Parabéns ao Eduardo Pitta e ao João Paulo Sousa pelo quarto aniversário do Da Literatura.

 

4 - A blogosfera à direita fica mais pobre. Paulo Pinto Mascarenhas embarca em novo projecto jornalístico e retira-se do Atlântico, o que levou ao seu fecho. Votos de sucesso ao PPM e a todos os colaboradores de um dos melhores espaços da blogosfera lusa que infelizmente termina.

 

5 - E se há alguns que se vão, há outros que aparecem. Delito de Opinião, o novo blog que reúne vários dos melhores bloggers nacionais, que desde já colocamos em destaque. 

publicado às 20:06

A meritocracia falhada: a república portuguesa (III)

por Nuno Castelo-Branco, em 05.01.09

 

Via Tiago Moreira Ramalho, do Corta-Fitas, diz o nosso contendor do Câmara de Comuns (o André Couto que daqui desde já saudamos), que ..."Não deixa de falir o seu argumento, na medida em que o Chefe de Estado também não o seria pelo mérito. Discordamos na questão das modas ideológicas. Acho muito questionável que o Rei seja uma pessoa ideologicamente imune(...)"

 

O rei é antes de tudo um homem, com os seus defeitos e as qualidades que cada um de nós tem. Não valerá a pena voltarmos às justificações de cariz filosófico que justifica o seu estatuto de primus inter pares, pois os nossos amigos conhecem bem os textos e os autores. Foram mesmo estes textos que fundamentaram a independência, a resolução da Crise de 1383-85 ou a colossal obra dos intelectuais juristas da Restauração de 1640. Em suma, justificam a essência das razões da própria perenidade de Portugal primeiro como Estado e depois, como auto-reconhecida Nação. Nem os "republicanos" de oitocentos se atreveram a contestar o facto.

 

A questão do mérito é igualmente um tema perigosamente controverso. Será possível discutir os méritos do prof. Cavaco Silva que podem (?) não estar em causa para o assunto que aqui nos tem trazido. Tudo pode ser discutido, mas não temos a distância temporal suficiente para o julgar e sinceramente, creiam-me quando vos digo que tenho grandes dúvidas acerca do seu registo futuro na História. Nem de Fontes os nossos contemporâneos se recordam!

 

A república portuguesa, está povoada de titulares da sua suprema magistratura, cujo mérito é, no mínimo, discutível. Passando gentilmente sobre os vivos - há que manter a cortesia -, tenho sérias reservas quanto à capacidade de discernimento, valor intelectual e mesmo probidade de certas figuras que pretenderam calçar as botas de D. Carlos. Por exemplo, conhecendo todos o terrível menu apresentado ao país pelos senhores de 1910-11, temos logo à cabeça Teófilo Braga, seguindo-se Bernardino Machado (deposto duas vezes por incompetência absoluta que roçava uma vaidosa idiotia), a demagogia palavrosamente estéril do A. J. Almeida (não está aqui em discussão o seu íntimo e recalcado arrependimento, ao procurar ajudar tantos e tantos presos políticos monárquicos). Preferimos nem sequer fazer considerações aos presidentes do Estado Novo, meras figuras de cartaz que o glossário do anedótico popular celebrizou no seu momento.  Enfim, da longa lista sobra o sr. Arriaga, que tão pouco tempo se manteve no cargo; o almirante Canto e Castro, um monárquico que cumpriu a contragosto mas lealmente, as funções que lhe tinham sido confiadas; e o sr. Teixeira Gomes, literato, polido nos salons  do cosmopolitismo de um certo fim de belle époque e que resignou, exilando-se,  enojado com o regime que ajudou a implantar. Uma leitura dos textos de republicanos ferrenhos como  José Relvas e João Chagas, são um bom critério para o entendimento e valia dos caudilhos republicanos. Nem os monárquicos do seu tempo foram tão longe nos impropérios. E escritos para a posteridade, para que constasse!

 

Sinceramente, não nos parece ser esta república, coisa que decidido valor dê à questão do mérito. Os meus dedos quase sofrem súbita  cãibra por não poderem escalpelizar devidamente a acção dos mais próximos presidentes, aqueles que conhecemos. A situação a que o país chegou e a própria farsa em que consiste o messianismo imaginado na mente de cada eleitor que se digna a votar nas presidenciais, demonstra à saciedade a quimera de tudo isto. Somos respeitadores das instituições e reprovamos como indignas quaisquer atitudes de índole pessoal. Até porque não é nada disto que está em causa, nem sequer o 5 de Outubro, que já está bem esquecido. Como o Miguel diz, os 100 anos de vida nacional que transcorreram desde essa fatídica data demonstram que a República, nada tendo resolvido quando chegou o seu momento, deixou como herança um estendal de problemas que ainda hoje pagamos.

publicado às 20:03

Magoada na mão direita,

por Cristina Ribeiro, em 05.01.09

achei por bem fazer uma pausa no teclado: instalar-me frente a outro ecrã, ver o filme que colocara já no leitor de DVD.

Ceder um bocadinho só ao apelo blogosférico: uma visitinha a vol d'oiseau...

 

                       Mas as intenções ficaram por isso mesmo, quando estaquei frente a este post; notara já a lucidez destes homens, conhecedores dos meandros do regime, por ele ludibriados, depois de um tempo de esperança,desiludidos, mas com a lucidez e coragem suficientes para denunciarem dele os podres; e, com a autoridade moral que lhes dá a coerência, falam abertamente do caos, do labirinto.

 

E  " quanto aos putativos herdeiros da velha Direita ", estamos conversados...

publicado às 19:52

Papá, o que é o Fascismo?

por João de Brecht, em 05.01.09

 

 

A palavra “fascista” é usada com muita frequência hoje em dia, não só no mundo da política, mas também na nossa vida social e profissional, se o pai ou a mãe não nos deixam sair até tarde, são “fascistas”, se o patrão não nos deixa sair mais cedo é um “fascista”, se o Benfica perde um jogo, o árbitro é um “fascista”.
Mas de facto o que é o Fascismo?
É uma doutrina baseada num ditado romano que dizia que um império só se pode manter quando funciona como um facho (conjunto de paus, que são fáceis de partir individualmente mas impossíveis quando atados e unidos). O movimento fascista foi criado em 1919 em Itália pelo nosso conhecido Benito Mussolini, defendiam um regime totalitário e corporativista, opondo-se ao liberalismo, socialismo/comunismo e ao ideal democrático. Um sistema que defendia a violência como base essencial da educação (quanto mais me bates, mais rijo fico). Apesar da errónea concepção de racismo que lhe é atribuída, ao contrário de Hitler, Mussolini não era a favor de genocídios e práticas desse género, apesar de haver alguns casos de xenofobia e violência com etíopes e outras minorias em Itália.
Houve fascismo em Portugal?
Sim, mas o único movimento fascista foi aquele liderado por Rolão Preto, curiosamente este foi ilegalizado pelo homem a quem chamam fascista, António de Oliveira Salazar. Apesar de algumas semelhanças entre os regimes italiano e português, no fundo tinham um funcionamento administrativo e actuação internacionais completamente distintos. Por isso há pequenas fórmulas que devem ser decoradas:
If Ien
N  F  C  En
Legenda:
If _ ideal fascista
Ien_ ideal do Estado Novo
En_ Estado Novo
N_ Nazismo
F_ Fascismo
C_ Caudilhismo
(Não ponham no mesmo saco berlindes de cores diferentes)
 
O que é um fascista para o PCP?
Para o Partido Comunista e para outros tantos, um fascista é todo aquele que não concorda com o ideais marxistas, por exemplo, se o Moita Flores não cede um pavilhão ao PCP para um comício em Santarém é considerado um fascista, se alguém sai do partido revoltado com alguém que está acima dele na hierarquia, é considerado um fascista, se alguém vai trabalhar como todos os outros camaradas para a festa do Avante, mas em vez de levar ciganosport tiver uma camisola da Pepe Jeans, é um fascista. São contra o MacDonalds mas já se imaginaram num país em que a comida rápida fosse servida num MacLenine? E se calhasse um Estaline aos garotos no Happy Meal? Como sabemos foi com a palavra fascista que o PCP conseguiu calar uma parte da oposição durante o Verão Quente, o nome fascista era aplicado com a maior das facilidades e tinha um carácter ainda mais pejorativo do que tem hoje. O boicote de vocabulário tornou-se na principal arma comunista até aos dias de hoje; prova disso é que eu próprio, sendo defensor de muitos dos ideais esquerda já fui chamado de fascista por não concordar com certos aspectos do marxismo! Já agora gostava de saber como é que eles classificam duas personagens da história… Francisco de Assis e D. Nuno Álvares Pereira, ambos riquíssimos que abdicaram de tudo para abraçar uma vida de pobreza, serão fascistas? Vieram de seio endinheirado e além disso eram católicos…
Cassete vermelha, cassete vermelha…
 
Vamos ser racionais e chamar as coisas pelos nomes, chamar fascista a Salazar é o mesmo que chamar António à Antonieta, apesar de ser parecido, há muitos aspectos que se distinguem. Na política devemos ser rigorosos com as terminologias usadas, correndo o risco de nos tornar facciosos e quando isso acontece perdemos toda a credibilidade no discurso, e isto é tão certo como os hábitos de higiene do Mao Tse Tung serem inexistentes ou como o facto de Marx ter sido um burguês!
 
P.S.: O Samuel está a fazer um artigo sobre o Fascismo que com toda a certeza completará os tópicos “Fascismo” e “Fascismo em Portugal”

 

publicado às 02:47

Tempo de luzernas.

por Cristina Ribeiro, em 04.01.09

Bom para subirmos ao Bom Jesus do Monte

Vista da cidade, melhor não há. Apreciámos o que de bonito nos foi dado ver e deitámos as mãos à cabeça quando deparámos com uma, para nós nova, zona .entupida de prédios, quase uns em cima dos outros, sem  se vislumbrar sequer uma zona verde.

                Vamos ver mais de perto: uma massa enorme de construções na vertical,muitas delas adornadas com a placa " Vende-se ". Confirma-se a ausência de árvores.

 

Perguntamo-nos:  " Como é que é que foi possível terem deixado fazer isto?."

Dizemo-nos:" Os responsáveis por estes mamarrachos, sabemos onde estão , e sabemos, e eles sabem também, que a impunidade continua à solta. "

" Como é que é possível continuar a apregoar-se uma vida decente aqui? ".

 

publicado às 22:08







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