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Traição contínua

por João Pedro, em 26.03.09
As linhas do Corgo (Régua a Vila Real) e do Tâmega (Livração a Amarante) estão encerradas "por tempo indeterminado" desde ontem à noite, numa ordem dada em cima da hora pela administração da Refer que, em segredo, acordou com a CP um serviço de substituição rodoviário. O motivo oficial é a reabilitação daquelas linhas, mas a empresa não tem qualquer calendarização para iniciar os trabalhos, não dispõe dos projectos para tal e não abriu qualquer concurso público.

Ontem à noite, o maquinista da automotora que costuma ficar na estação de Vila Real recebeu ordens para a trazer de volta à Régua antes da meia-noite, numa operação que faz recordar a forma como há 16 anos encerrou a linha do Tua (entre Mirandela e Bragança) com as composições a regressarem vazias durante a noite para evitar a contestação das populações.

O PÚBLICO apurou que a Refer e a CP preparavam esta operação há já alguns meses, mas decidiram não a divulgar, preferindo fazê-lo em cima da hora. Ontem, às 21h, os sites das duas empresas não traziam ainda qualquer informação sobre esta suspensão. A ordem apanhou de surpresa os ferroviários da estação da Régua e da Livração que, subitamente, ficaram a saber que hoje já não haveria comboios para Vila Real e Amarante. Para a CP, que também omitiu estas alterações aos seus clientes, esta situação é vantajosa visto que o serviço é deficitário e poupa agora no combustível e no desgaste das composições, com a vantagem de ser a Refer a pagar os autocarros de substituição
.
 
Mais uma prova da absoluto desrespeito da CP e da REFER pelos seus utentes, uma atitude que se está progressivamente a tornar rotineira. Depois de encerramentos contínuos de inúmeros troços de linha férrea, desde o fabuloso Sabor até vários percursos alentejanos, e quando se prepara, embora ainda não o admita, para eliminar a linha do Tua, um património único na Europa, a notícia da "suspensão" das linhas do Tâmega e do Corgo caiu que nem uma bomba entre os habituais utilizadores. Pela calada da noite, como quaisquer vulgares bandoleiros, aqueles que tinham obrigação de velar pelos caminhos de ferro acabaram com eles num ápice. A história da "suspensão indeterminada" é truque velho, demasiado datado para que alguém acredite, fora os desonestos.

 

 
 
Enquanto isso, discute-se o traçado do TGV, se entra em Lisboa pelo Norte ou pelo Sul, se passa ou não no aeroporto, se vai a Vigo ou a Ayamonte. O TGV é um dos Bezerros de Ouro do regime, tal como o EURO 2004 era "o desígnio nacional". Promete o futuro radioso à mão de semear por meros 40 Euros, depois de milhares de hectares expropriados, incontáveis discussões e projectos, milhões de Euros gastos nisto tudo e nas inevitáveis derrapagens.

 


 

E o ambiente, as energias renováveis, o cumprimento dos protocolos de redução das emissões de CO2, tudo alardeado com ar beatífico e de aluno cumpridor, quando o interior e o miolo das grandes cidades se esvazia inexoravelmente para os subúrbios dos blocos de betão de má qualidade decorados a marquises ensebadas no meio de campos semi-agrícolas. Para isso, constroem-se barragens concessionadas previamente à EDP, que podiam ser evitadas caso se aumentasse a potência de outras, destruindo-se património humano e natural, com a falsa promessa de que vão atrair turismo e emprego (isto é, construção civil), quando na realidade apenas "secam" tudo à sua volta, quais eucaliptais.


 

 As linhas férreas foram uma forma de vencer as barreiras entre o litoral e o interior, penetrar nas serranias e nos planaltos, quebrar o isolamento de populações desde tempos imemoriais confinados ao seu horizonte montanhoso. Um projecto ambicioso, levado a cabo desde o Fontismo até aos últimos anos da Monarquia, em que os Reis iam pessoalmente à inauguração destes novos troços que mudaram o país para melhor, fosse no Carregado ou nas Pedras Salgadas. Agora, a república em que vivemos resolve unilateralmente e por interposta empresa pública acabar com meios de transporte, que além de ligarem populações carentes de outros meios de comunicação, eram já um património histórico testemunhando a vontade intrépida de ultrapassar obstáculos, como o haviam sido os Descobrimentos e o Douro vinhateiro. A isto tudo a CP obedece sem pestanejar, traindo o compromisso com os seus utentes, continuando a prestar-lhes maus serviços pelos mesmos preços sem sequer ouvir-lhes as queixas (o Intercidades não tem serviço de bar há seis meses). É bem o exemplo do que não deve ser uma empresa pública. Infelizmente, é a regra, e não a excepção.

 


 

Ainda me posso dar por feliz por ter conhecido a linha do Corgo, mesmo que amputada da sua metade até Chaves. Tinha planos para conhecer as do Tâmega e do Tua, mas infelizmente essas esperanças goram-se agora. Já não poderei conhecer essas velhas composições, as paisagens únicas que atravessam, nem os rostos das pessoas traídas pelos seus governantes, para quem não passam de pormenores do seu feudo de "progresso" e inimputabilidade.

 
PS: ver igualmente na Origem das Espécies
 

(Publicado em simultâneo n ´ A Ágora)

publicado às 14:31

 

 

Do nosso colega australiano Radical Royalist, este interessante post sobre o conflito afegão:

 

The Age’s Europe correspondent in Brussels, Julian Borger, read an article on Afghanistan in the British newspaper The Guardian , which he passed on to Australia for publication intoday's edition of the Melbourne newspaper. 

The US and its European allies are preparing to plant a high-profile figure in the heart of the Kabul Government in a direct challenge to Afghan President Hamid Karzai. The creation of a new chief executive or prime ministerial role is aimed at bypassing Mr Karzai. … Many US and European officials are disillusioned with the extent of the corruption and incompetence in the Karzai Government, but most now believe there are no credible alternatives, and predict the Afghan President will win re-election in August.

[A] diplomat said alternatives to Mr Karzai had been explored and discarded: ‘No one could be sure that someone else would not turn out to be 10 times worse.’"

It speaks volumes that these Western politicians, diplomats and journalists ignore what the majority of the Loya Jirga delegates wanted for their country: The return of the Monarchy. 

According to the German political magazine Der Spiegel, Prince Mustafa Zahir claimed 1,347 deputies out of 1,500 of the Loya Jirga that gathered in 2002 to discuss the countries future had voiced their support in parliament for his grandfather as head of state. “Who exactly pushed his grandfather aside, he won't say -- what he means is that the Americans wanted Karzai and no one else from the very beginning. ‘But as a normal citizen,' he says now, he has been'disappointed' by the Karzai regime.” Prince Mustafa Zahir is a King in waiting and a formidable alternative to Mr Karzai. 

publicado às 12:57

A Assembleia da República em versão tunning

por Nuno Castelo-Branco, em 26.03.09

 

As necessariamente multimilionárias obras no Parlamento, adequaram o areópago às necessidades cibernéticas do século XXI. Computadores, sinalética e uma forma de visão imediata do escrutínio nas bancadas parlamentares, foram, com os confortos do ar condicionado, algumas das novidades introduzidas na belíssima sala construída no reinado de D. Carlos I. 

 

Bizarra e perfeitamente descabida, é a triste imagem dos kitados painéis "interactivos" que o hemiciclo exibe, desfeando o conjunto arquitectónico e decorativo. Que coisa vulgar, absurda e muito a propósito a puxar ao rasca! Com uma fortuna dispendida numa renovação feita por  tantos "arquitectos, técnicos e decoradores de renome", não teria sido possível encontrar uma solução mais digna? Temos agora um Palácio de S. Bento em versão tunning, perfeitamente em consonância com a virtual mamarracha estatuada por detrás da presidência da AR, justificando a estranha peça têxtil que ainda drapeja acima do frontão. 

publicado às 12:40

Programa para o dia de amanhã (hoje)

por Samuel de Paiva Pires, em 26.03.09

 

Mais informações no site do Instituto da Defesa Nacional.

publicado às 00:08

Um site a visitar: http://www.regicidio.org/

por Nuno Castelo-Branco, em 25.03.09

 

Artigo 132 e seg. do Código Penal

 

* O assassínio é determinado por ódio racial, religioso ou político.


* Praticar o acto juntamente com, pelo menos, mais duas pessoas.


* Agir com frieza de ânimo, com reflexão sobre os meios empregados ou ter persistido na          intenção de matar por mais de 24 horas.


*Praticar o acto contra membro de órgão de soberania (...)

 

 

Tendo o regicídio consistido na essencial base do regime de 1910-2009, fica assim provado que à luz do Código Penal, o facto da ocorrência de Homicídio Qualificado Agravado, retira qualquer legitimidade à existência de uma Comissão oficial para as Comemorações da República. As verbas adstritas a esta entidade são ilegais, exigindo-se em nome do Estado de Direito, a imediata dissolução presidencial da dita organização.

publicado às 16:53

25 de Março de 2009, parabéns, D. Afonso

por Nuno Castelo-Branco, em 25.03.09

 

 

Completa hoje treze anos o Príncipe da Beira, D. Afonso de Bragança.  Do futuro Afonso VII, retenho apenas as imagens do seu multitudinário baptizado e aquelas outras que nos vão parcimoniosamente chegando através da comunicação social.  Educado numa família em tudo avessa a mundanismos ou desperdício em vaidades fátuas, D. Afonso surge em público quando deve e é conveniente. Está naquela fase da vida, em que a sua já conhecida forte personalidade - é esta a informação que me foi facultada, por quem não é susceptível de sucumbir à apologética de circunstância -, deve ser complementada por uma diversidade de interesses e conhecimentos, cujo fim máximo é o serviço a Portugal. Dele não esperamos outra coisa, senão a vida simples de que os pais são exemplo. Estudo, trabalho e sacrifício na dedicação à causa maior que é continuar Portugal. 

 

Aqui lhe deixo para reflexão, algumas palavras recentemente proferidas pelo Duque de Bragança e que podem ser um programa de acção nacional:

 

"Temos que nos preparar para novas circunstâncias económicas e sociais, onde o importante será aquilo que os portugueses souberem fazer para ter uma economia auto-sustentável, em vez de continuarem a viver de empréstimos e subsídios, nacionais e estrangeiros. Os responsáveis políticos, militares, empresariais e das organizações de solidariedade social, devem em conjunto, estabelecer planos para enfrentar os tempos de mudança que já vivemos. Vamos esquecer as ambições económicas e políticas pessoais e tratar de salvar o barco em que estamos todos embarcados. Estas dificuldades podem ser uma ocasião providencial para mudar o nosso modelo de desenvolvimento e aprender a viver melhor gastando menos, desperdiçando menos recursos, sendo mais solidários e preservando o futuro do planeta Terra que está gravemente ameaçado pela nossa ignorância e egoísmo".

 

 

publicado às 11:26

Coisas realmente prioritárias

por Samuel de Paiva Pires, em 25.03.09

 

(Torre de Babel por Pieter Brueghel, tirada daqui)

 

Já não sei bem há quanto tempo dura a novela do Provedor de Justiça. Entretanto o país está também parado por causa duma birra qualquer do Sporting (e eu sou sportinguista) a ver com o tal penálti mal assinalado.

 

E mais uma vez eu pergunto: não há nada mais prioritário a tratar? No meio disto tudo, sempre a falta de sentido de estado, mesmo da RTP que fez um Prós e Contras sobre futebol, mais um...

publicado às 01:03

As republicanas porcelanas da Vista Alegre

por Nuno Castelo-Branco, em 24.03.09

 

A azáfama já parece apoderar-se do mundo dos negócios de souvenirs. No bom caminho trilhado pelas monarquias europeias que na realeza têm fonte segura de confortáveis ingressos, a Vista Alegre está agora interessada em participar nas comemorações do centenário da república, apelando à imaginação dos portugueses. Aqui segue a mensagem:

 

Exmos. Senhores

Vimos por este meio manifestar o nosso interesse e disponibilidade em desenvolver, por ocasião deste centenário, uma linha de produtos em porcelana e cristal alusiva à efeméride acima referida.
Nesse sentido, solicitamos marcação de reunião para aprofundarmos este assunto e apresentamos os nossos melhores cumprimentos,

Devidamente assinado em nome da Vista Alegre Atlantis Empresas


Temos então, uma áurea oportunidade de participar no evento e assim, aceitam-se sugestões a apresentar à empresa de porcelanas. Aqui deixo alguns alvitres:

1) Penicos amarelo - casca d'ovo, debruados a verde e vermelho ostentando um barrete frígio no centro de uma coroa de louros, onde se inscreve 1910-2010.

2) Porquinhos-mealheiro em porcelana verde, onde a vermelho e sob a data centenária, esteja inscrita "Regeneração das Finanças Portuguesas, 1910-2010".

Participem. A caixa de comentários encontra-se à disposição de todos.
 
ENVIEM O VOSSO PROTESTO PARA:  http://www.vistaalegre.pt/

vaaempresas@vaa.pt

  AQUI ESTÁ O TEXTO QUE HOJE LHES ENVIEI:
Exma. Direcção da

Vista Alegre


Foi com estupefacção que tomei conhecimento da V. iniciativa em participar na comemoração do centenário da república, com produtos VA alusivos à infausta data que antes do mais, foi decerto prejudicial à própria empresa Vista Alegre.

Habituaram-se V. Exas.,  a nas vossas lojas apresentar uma grande quantidade de porcelanas onde as armas reais portuguesas são uma presença constante - atestando a qualidade do produto -, mas agora a Vista Alegre vem propor uma emissão de souvenirs alusivos à república. A ânsia pelo  lucro fácil (?), não pode substituir-se ao mero bom senso e à decência.

O que seria hoje a VA, se a continuidade histórica não tivesse sido interrompida pelo desastre republicano? Não conhecerá a sua Direcção a prosperidade auferida pelas empresas congéneres na Inglaterra, por exemplo?

Desta forma, sugiro que esta tardia e ínvia "adesão" à moribunda república, seja acompanhada pela correcção do logotipo da V. empresa, fazendo finalmente apear a coroa portuguesa que encima o VA. Podem substitui-la por uma infinidade de elementos, como o barrete frígio, a granada dos tempos do Afonso Costa, o cacete da PIDE ou o cifrão da 3ª república. A continuação do  uso da coroa, consiste num abuso e desrespeito á memória dos monarcas que da VA fizeram uma prestigiada empresa portuguesa.

Atenciosamente,
Dêem-se ao trabalho e com um simples copy-paste, enviem o protesto a esta gente.

 

publicado às 16:12

Obama e a hora zero

por Nuno Castelo-Branco, em 24.03.09

 

No verão de 1945, os portos da Europa ocidental registaram um intenso tráfego de todo o tipo de veículos que transportavam de regresso a casa, as tropas norte-americanas que tinham participado na fase final da guerra contra a Alemanha. Homens, tanques, canhões e toda a logística necessária à manutenção de um exército expedicionário, deixavam para sempre uma Europa devastada física e moralmente. No antigo Reich ocupado, permaneceram apenas os necessários administradores militares e civis que garantiam o cumprimento dos acordos celebrados com ingleses e soviéticos, preparando-se agora os americanos, para a iminente invasão do arquipélago japonês.

 

Cinco anos decorridos e em plena tensão leste-oeste devido à recente vitória de Mao e à guerra na Coreia, o gigantesco Exército Vermelho concentrado na Alemanha, Checoslováquia e Hungria, desencadeou uma fulminante operação em direcção ao Reno, coadjuvado por sublevações comunistas na Itália e em França. O móbil da liquidação do fascismo na península ibérica serviu de justificação política, sem que existisse qualquer força capaz que se opusesse ao esmagador poderio militar da URSS. A finlandização da Europa consumara-se e o sistema demo-liberal restringia-se nos anos cinquenta ao hemisfério ocidental, enquanto no velho continente apenas restava uma Inglaterra desarmada e cooperante, imitando os países escandinavos.

 

                                                                .........................................

 

Poderia ter sido este o cenário após uma precipitada retirada norte-americana da Europa. Tendo vestido, calçado, alimentado os soldados do campo Aliado, ao mesmo tempo que a lei do Cash and Carry recheava os seus arsenais com todo o tipo de armas e propiciava à indústria soviética e britânica os materiais estratégicos e o combustível de que necessitavam. Paradoxalmente, os EUA  abdicavam dos seus deveres inerentes a uma grande potência hegemónica e vencedora, regressando ao isolacionismo que após a I Guerra Mundial tinha permitido uma instabilidade política e financeira que fizera eclodir o totalitarismo na Europa e conduzido à quebra do ténue Armistício de 1918.

 

O discurso de Obama não pode hoje ser apressadamente confundido com platónicas manifestações de paz a todo o preço, mas insere-se no cumprimento da agenda mediática de aproximação aos grandes apelos tradicionais do sector liberal da opinião pública americana, geralmente bem recebidos no resto do mundo.  Não será possível uma retirada total do dispositivo militar estabelecido numa zona onde os interesses económicos e estratégicos são de decisiva importância, exactamente no momento em que se torna inevitável o abrandar da recente prosperidade russa, a provável total subversão do regime paquistanês e o adiamento sine die da solução do problema nacional iraquiano.

 

As administrações do Partido Democrata, tendem a não fazer coincidir o discurso oficial com a política de intervenção militar nos pontos mais sensíveis do planeta e tal se provou desde 1917 até à intervenção na Bósnia, não nos podendo esquecer de 1941-45, da Coreia, Indochina e do longo conflito no Médio Oriente. Também desta vez, não será possível prever uma súbita retirada de efectivos, precisamente quando a região da Ásia central se tornou num essencial peão nos interesses económicos do sector energético, não sendo igualmente desdenhável a sua posição chave onde as principais potências - EUA, Rússia e China - estabelecem as zonas de influência. Obama não pode arriscar e deve hoje compreender as razões que a anterior administração teve na prossecução de uma política aparentemente errónea a todos os níveis.

 

A tradicional incompreensão dos diversos gabinetes do Departamento de Estado no que respeita às realidades sociais, políticas e culturais - a História - de países distantes e desconhecidos para o grande público, tem conduzido os Estados Unidos a grandes desastres sem remédio. A deposição forçada do Kaiser (1918) e a liquidação do conjunto austro-húngaro; os acordos celebrados com a máfia italiana de Nova Iorque que levaria à queda dos Sabóia na Itália, com a imediata instauração de um instável regime de contornos sombrios; a péssima gestão do conflito que opôs Chang-kai chek a Mao; a desastrosa intervenção no Vietname e o desrespeito pelos tradicionais regimes de Phnom-Phen e Vienciana; o estímulo suicida á guerrillha anti-europeia em África; a falta de sensatez da política desenvolvida no Egipto pré-nasseriano, impossibilitando uma satisfatória e atempada resolução do conflito israelo-árabe; o abandono do regime do Xá Reza Pahlevi e a consequente eclosão do integrismo islamita global. São estes, alguns dos resultados de uma política de um século, completamente cega perante as realidades exógenas, mas permanentemente obcecada por princípios onde as grandes tiradas sentimentais de apelo a uma humanidade desinteressada, escondem as comezinhas estratégias delineadas por um omnipresente "mundo de negócios".

 

Obama não recuará, disso estamos certos. Limitar-se-á a um ruidoso espectáculo de mímica, arte em que os americanos primam por indisputada excelência. É o erro da grandeza.

 

O discurso que Obama dirigiu aos iranianos não colheu o resultado previsto. Porquê ? Porque soa a folheto de agência de viagens. 

 

 

publicado às 11:00

Leais, Imparciais & Liberais

por Samuel de Paiva Pires, em 23.03.09

 

(imagem picada daqui)

 

Ainda não vou sequer a meio, mas este livro que reúne diversas crónicas de José Manuel Moreira é, de facto, um must na biblioteca de qualquer liberal português, ou de qualquer português interessado nestas matérias. Aqui ficam os dois últimos parágrafos do artigo "Liberalismo e Democracia", cuja leitura integral fortemente recomendo:

 

O objectivo liberal permanente é fraccionar os sistemas sociais, dividir os poderes do Estado, fraccionar os cargos e funções do topo à base, tão a fundo quanto seja possível, e estabelecer controlos e equilíbrios. Um dos fins desta preocupação generalizada de limitar o Governo e fraccioná-lo é o de preservar um espaço cívico tão vasto quanto seja possível para a acção voluntária dos indivíduos e suas associações.

 

Não basta o desejo de liberdade, requer-se a sua disciplina, de preferência a autodisciplina. Tem por isso razão Fernando Pessoa para afirmar que "a ânsia de liberdade é comum ao homem superior e ao mendigo que não quer trabalhar. Assim, as instituições liberais tanto podem significar a expressão da liberdade, como a expressão da incúria e do desleixo".

publicado às 23:34

Um dos momentos mais lúcidos de Marcelo Rebelo de Sousa

por Samuel de Paiva Pires, em 23.03.09

Em menos de um minuto explica acertadamente o que não é ser de direita e nacionalista em Portugal. Se Salazar fosse vivo, imagino o quanto não ficaria assustado com muita gente que, infelizmente, se apropria do seu nome e ensinamentos, tal e qual como os comunistas que se dizem marxistas sem nunca terem lido Marx. Afinal, os extremos estão sempre mais perto do que à primeira vista se possa pensar. E como costumo dizer, em vez de verem novelas ou futebol (desporto que também em Portugal é cada vez mais uma novela, só assim se explica esta idiotice do Prós e Contras de hoje), "vão ler livros"!

 

publicado às 23:21

Blogosfera

por Samuel de Paiva Pires, em 23.03.09

1 - Está de parabéns o Corcunda pelos 5 anos do Pasquim da Reacção, um dos melhores blogs portugueses e com que mais se pode aprender.

 

2 - Entram para a coluna da direita o Minoria Ruidosa e O Divagador.

 

3 - Um sentido agradecimento às referências por parte do MMS, aqui, ali e ainda ali. Mais uma vez aqui fica o nosso agradecimento pelo convite para o congresso, esperamos que tenham gostado do nosso trabalho.

publicado às 23:01

Fássistas!!!

por Samuel de Paiva Pires, em 23.03.09

 

(Mural datado de 1975. Fotografia de Henrique Matos picada daqui)

 

Por estes dias, foi-me dito que o Estado Sentido é por algumas pessoas visto como um blog de "fássistas". Já não é a primeira nem a segunda vez que me dizem que por aí se diz à boca cheia que somos "fássistas". Não que eu tenha quaisquer problemas com o epíteto, já estou habituado a que me chamem "fássista", mas há qualquer coisa de muito errado na sociedade portuguesa no que diz respeito à ciência política, mesmo naqueles que deveriam perceber alguma coisa dessa. É que, logo para começar, nunca houve fascismo em Portugal - façam lá favor de se despir de preconceitos, toda a gente sabe que há por aí muitos "anti-fascistas" porque assim lhes convém para continuar nas graças do regime cuja legitimidade ainda em grande parte se baseia na luta "anti-fascista" (não se preocupem em arranjar algo melhor e depois admirem-se se isto cair de podre) e procurem ser intelectualmente honestos e academicamente rigorosos, é ler as obras do Professor Jaime Nogueira Pinto, ou para aqueles que preferem os estrangeiros, é ler The Anatomy of Fascism de Robert Paxton. Nunca poderei é sequer pegar numa obra que para aí anda sob o título de O nosso século é fascista porque o seu autor não saberá sequer o que é o fascismo.

 

No que à minha pessoa diz respeito, e porque falar de fascismo em Portugal é falar de Salazar, permitam-me uma breve nota esclarecedora. Nunca escondi a minha admiração por Salazar, muito pelo contrário, é pública e tem-me muitas vezes granjeado o tal epíteto de “fássista”, o que, tendo em consideração o meu sentido de humor e gosto pela ironia, tem uma certa piada e dá-me um certo gozo em muitas situações, até porque quem me lê e/ou conhece bem, sabe que sou um ferrenho adepto da liberdade de expressão, logo nunca poderia ser fascista. Sendo um estudante de Relações Internacionais e tendo como uma das minhas áreas de estudo preferenciais a Política Externa, julgo, ter algum sentido de Estado (daí o trocadilho do nome do blog, que inicialmente era para se chamar mesmo Sentido de Estado), coisa que vai faltando a grande parte das elites políticas cancerosas do actual regime e que Salazar tinha para dar e vender. Aliando-se esse sentido de estado de Salazar a um tremendo pragmatismo, cálculo realista e execução eficaz em matéria de Política Externa, bem como a um génio financeiro que permitiu sanear e colocar ordem nas finanças públicas e restante aparelho estatal português, parece-me apenas normal considerar Salazar como um grande estadista.

 

Agora, Salazar era tudo menos fascista, era um tradicionalista, conservador, integrista que pretendia manter a população calma, contrariamente à excitação que o fascismo advoga se provoque nas massas, e ainda que tenha utilizado instrumentos emprestados de regimes fascistas, como a censura e a repressão que, obviamente, porque sou um humanista, um liberal e politicamente incorrecto, me repugnam e repudio veementemente, foi o próprio Salazar quem reprimiu os que realmente eram fascistas, os nacionais-sindicalistas de Rolão Preto.

 

Basta atentar em dois breves parágrafos da obra de Paxton (Penguin Books, 2005) para perceber o que aqui escrevo:

 

The Estado Novo of Portugal differed from fascism even more profoundly than Franco’s Spain. Salazar was, in effect, the dictator of Portugal, but he preferred a passive public and a limited state where social power remained in the hands of the Church, the army, and the big landowners. Dr. Salazar actually suppressed an indigenous Portuguese fascist movement, National Syndicalism, accusing it of “exaltation” of youth, the cult of force through so-called direct action, the principle of superiority of state political power in social life, the propensity for organizing the masses behind a political leader” – not a bad description of fascism.” (p. 217)


Fascism may be defined as a form of political behavior marked by obsessive preoccupation with community decline, humiliation, or victim-hood and by compensatory cults of unity, energy, and purity, in which a mass-based party of committed nationalist militants, working in uneasy but effective collaboration with traditional elites, abandons democratic liberties and pursues with redemptive violence and without ethical or legal restraints goals of internal cleansing and external expansion. (p. 218)

 

Apenas admiro Salazar por aquilo que teve de bom, assim como o repudio por aquilo que teve de mau, ou seja, a repressão, a censura, a PIDE e o tal resistir aos ventos da história, portanto, praticamente tudo aquilo que se passou no pós-II Guerra Mundial. E não deixa de ser curioso o culto a Salazar nos últimos anos, os imensos livros que utilizam o seu nome para vender, livros como um recente em que até se diz que Salazar afinal era maçon.

 

Ora, na sociedade portuguesa criou-se o mito de que qualquer coisa que mexa à direita é automaticamente fascista. Seria o mesmo que eu ser intelectualmente desonesto e achar que tudo aquilo que mexe à esquerda é comunista, que é precisamente o outro totalitarismo do século XX que a par com o fascismo e nazismo vitimou milhões de pessoas, ideologias essas completamente incompatíveis com a prática da democracia liberal, da qual sou acérrimo defensor e simultaneamente crítico para com as imperfeições desta. E como há tempos me disse um professor meu, o espírito lusitano não é compatível nem com a prática do fascismo nem com a prática do comunismo real. Tentem implementar um regime assente em qualquer uma dessas ideologias e logo verão a reacção dos portugueses.

 

No que a este blog diz respeito, não se pratica a censura (moderação de comentários), não temos uma linha editorial, sempre fomos um projecto despretensioso e em que cada qual está à vontade para falar do que bem lhe aprouver, apenas sendo responsável pelas suas opiniões aquele que as expressa, temos pessoas de esquerda, de direita, monárquicos, republicanos, católicos, agnósticos, liberais, conservadores, liberais-conservadores e pessoas que não se revêem sequer em qualquer destes rótulos. Digam-me, haverá blog mais plural na blogosfera lusa?

 

O Estado Sentido tem vindo a crescer em número de visitas e consequentemente em termos de âmbito de intervenção, o que muito temos a agradecer aos nossos amigos, leitores e comentadores. Parece que isso anda a chatear muita gente, uns que nos devem achar muito liberais, outros que nos devem achar muito conservadores, e à maior parte dos quais deverá fazer uma confusão tremenda a maior parte das coisas que escrevemos por aqui com pontos de vista tão diferentes, mas será que não encontram nada mais original para nos denegrir? Até porque, bad publicity is always good publicity, mas "fássistas" já está um pouco ultrapassado. Dou prémio a quem conseguir propor o epíteto mais original!

 

É pena que muita gente só consiga ver o mundo a preto e branco, um mundo em que aqueles que não se enquadram nos rótulos vigentes causam confusão nessas pessoas, um mundo em que os que são acérrimos defensores da liberdade de expressão  e preferem caminhar no seu próprio caminho individual são vistos com desconfiança, um mundo em que há uma crescente falta de correspondência entre o conteúdo dos conceitos e os contextos em que são aplicados, para além de uma total falta de autenticidade e honestidade intelectual. Perdoai-lhes Senhor que eles não sabem o que dizem.

publicado às 01:28

Um vídeo que o mundo devia ver!

por João de Brecht, em 23.03.09
http://www.thedailyshow.com/video/index.jhtml?videoId=220241&title=mess-opotamia-the-iraq-war-is

 

 Um abraço especial ao Bloco de esquerda!

publicado às 00:35

 

Tal como referi no vídeo de balanço do I Congresso do MMS, sendo eu um acérrimo atlanticista e na qualidade de presidente da Associação da Juventude Portuguesa do Atlântico, não poderia, obviamente, deixar de me referir a uma das ideias de Eduardo Correia expressas na entrevista que nos concedeu: a extinção da NATO e uma maior aproximação da Europa à Rússia. E também há por aí algumas pessoas que pugnam pela mesma ideia, nomeadamente Miguel Portas, pelo que gostaria de explanar de forma breve e clara sobre porque é necessária a existência da NATO.(*)

 

Por definição, Portugal é um país com uma forte vertente atlântica, desde sempre aliado tradicional do Reino Unido e, mais tarde, dos Estados Unidos da América. Além do mais, é membro fundador da NATO, concretização material da Aliança Atlântica, uma organização política mas com capacidades eminentemente militares, que subsistiu no pós-queda do Muro de Berlim por duas razões fundamentais: era a aliança vencedora, e soube adaptar-se aos acelerados contextos internacionais em mudança desde os anos 90. Mais importante do que isto, a aliança age sempre na base do consenso, sendo um elemento estabilizador da ordem internacional que assegura a uma só voz a coerência que dezenas de estados nunca conseguiriam ter em separado, o que implicitamente significa que a aliança serve ainda como forma de evitar o ressurgimento dos sempre eternos nacionalismos europeus que tanto dilaceraram o continente ao longo da História. A NATO assegura a gestão de delicados equilíbrios geopolíticos, e é por isso que as relações com a Rússia assumem hoje em dia um dos mais prementes vectores de actuação da organização, bem em consonância com o que o neoconservador Robert Kagan descreve no Regresso da História e o Fim dos Sonhos, a cada vez mais visível divisão entre autocracias e democracias, democracias essas que na sua maioria integram a NATO.

 

E se eu sou um relativista e já tenho escrito e dito que é preciso saber lidar com a Rússia de Putin colocando de lado aquela retória anti-russa que muitos estados do leste europeu continuam de forma contraproducente a exaltar, sou ao mesmo tempo um realista. Não digo que a democracia seja melhor que a autocracia ou vice-versa. Já também aqui escrevi que a melhor forma de governo é a que melhor se adapta aos contextos culturais e históricos de cada nação e estado. E é precisamente por isso que temos que ter a noção de que Portugal é uma democracia liberal ocidental, um país cuja cultura é eminentemente ocidental, muito mais próxima da maioria dos países da NATO do que da Rússia, e não podemos ter a ilusão que uma aproximação à Rússia seria benéfica aos nossos interesses (aliás, acabei por não falar do tema, mas já aqui tinha dado conta de algo perigoso, a crescente dependência energética europeia em relação à Rússia, agora a chegar a Espanha e provavelmente mais tarde a Portugal). Acabe-se com a NATO ou com a UE e assistir-se-á a conflitos derivados dos nacionalismos adormecidos, com a Rússia a aproveitar-se de tais divisões, impondo todo o seu poderio perante os europeus. Com a NATO e a UE temos a capacidade para lidar com a Rússia praticamente de igual para igual, quando não mesmo em vantagem muitas das vezes. Sem uma delas, ficamos claramente em desvantagem.

 

(* - a frase em itálico foi colocada posteriormente à publicação do post)

publicado às 18:51

Bom dia ! ( e até já )

por Cristina Ribeiro, em 22.03.09

 

 

 

 

  *  A Ricardo Gomes Silva

publicado às 11:00

I Congresso do MMS - Balanço final por Samuel de Paiva Pires

por Samuel de Paiva Pires, em 22.03.09

Pedindo desde já desculpa pelo cansaço evidente, aqui fica o vídeo final de balanço do congresso. Amanhã mais teremos a dizer sobre o MMS, claro, sob a forma escrita. Não percam é a entrevista que o Eduardo Correia nos concedeu. Obrigado a todos os que nos acompanharam ao longo deste dia e os nossos sinceros parabéns aos dirigentes do MMS que organizaram um excelente evento, com algo de muito pouco português, sempre adiantado em relação às horas previstas no programa, com uma pluralidade e abertura a opiniões diversas invejável, de um trato cordial entre os presentes como não é normal no debate político em Portugal, e, a cereja no topo do bolo: não se interrompeu o congresso para jantar (de acordo com o programa seria às 20:00) tendo-se mantido os congressistas dentro da sala, discutindo e processando as votações, isto à hora do jogo entre Sporting e Benfica (aliás, no bar, aquando dos penáltis, estávamos apenas eu, o João de Brecht, o Nuno Castelo-Branco e o João Gomes - sim, à boa moda portuguesa). Eficiência e responsabilidade, uma mensagem a reter, tal como os nomes de Eduardo Correia e de Francisco Oliveira. O MMS está no bom caminho, que possam prosseguir os seus intentos.  Agora está na minha hora de dormir como se não houvesse amanhã.

 

publicado às 04:15

Bloggers no I Congresso do MMS

por Samuel de Paiva Pires, em 22.03.09

Aqui fica a foto "roubada" ao Daniel Reis, com vários bloggers e Eduardo Correia. Nesta altura estava o João a tratar da edição de um vídeo. Da esquerda para a direita, Samuel de Paiva Pires, Nuno Castelo-Branco, João Gomes, Eduardo Correia, Daniel Reis e André Couto.

 

publicado às 03:34

« Pela Noite Dentro »

por Cristina Ribeiro, em 21.03.09

 

 

              Lembrando  « Je Maintiendrai»

publicado às 23:05

Está terminado o I Congresso do MMS

por Samuel de Paiva Pires, em 21.03.09

 

Está terminado o I Congresso do MMS. Ainda temos mais um vídeo para publicar.

publicado às 22:00







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