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o 1º Centro Comercial de Portugal

por Pedro Quartin Graça, em 28.03.11

O Centro Comercial Cruzeiro entrou na história por ter sido o primeiro shopping de Portugal. É uma imagem com a assinatura de Mestre Gastão Brito e Silva, Rui n´arte.

publicado às 01:04

O único consolo nestes tempos de crise...

por Pedro Quartin Graça, em 27.03.11

Obrigado Paulo Futre pela diversão proporcionada e que até alimenta estas excelentes adaptações.

publicado às 23:59

Octávio Santos

por Nuno Castelo-Branco, em 27.03.11

Hoje, na página 32 do Público, um interessante artigo intitulado "Propaganda e Provocação".

 

«Não se está a afirmar que todos os trabalhadores e colaboradores da RTP sejam cúmplices activos das regulares manobras de manipulação que nela se concretizam – e que, em alguns momentos, quase colocam a televisão oficial portuguesa na mesma (falta de) “categoria” das suas congéneres chinesa e norte-coreana. No entanto, sem dúvida que aparecem como espectadores (ou será “espetadores”?) passivos da crescente degradação da empresa, onde a aplicação do “acordo ortográfico” constitui disso o sinal mais recente.»

 

publicado às 19:38

 

Do artigo "The political economy of freedom", de Michael Oakeshott (Rationalism in Politics and other essays, Indianapolis, Liberty Fund, 1991, p. 401):

 

“Collectivism is indifferent to all elements of our freedom and the enemy of some. But the real antithesis of a free manner of living, as we know it, is syndicalism. Indeed, syndicalism is not only destructive of freedom; it is destructive, also, of any kind of orderly existence. It rejects both the concentration of overwhelming power in the government (by means of which a collectivist society if always being rescued from the chaos it encourages), and it rejects the wide dispersion of power which is the basis of freedom. Syndicalism is a contrivance by means of which society is disposed for a perpetual civil war in which the parties are the organized self-interest of functional minorities and a weak central government, and for which the community as a whole pays the bill in monopoly prices and disorder. The great concentrations of power in a syndicalist society are the sellers of labour organized in functional monopoly associations. All monopolies are prejudicial to freedom, but there is good reason for supposing that labour monopolies are more dangerous than any others, and that a society in the grip of such monopolies would enjoy less freedom than any other sort of society. In the first place, labour monopolies have shown themselves more capable than enterprise monopolies of attaining really great power, economic, political and even military. Their appetite for power is insatiable and, producing nothing, they encounter none of the productional diseconomies of undue size. Once grown large, they are exceedingly difficult to dissipate and impossible to control. Appearing to spring from the lawful exercise of the right of voluntary association (though as monopolistic associations they are really a denial of that right), they win legal immunities and they enjoy popular support however scandalous their activity. Enterprise monopolies, on the other hand (not less to be deplored by the libertarian), are less dangerous because they are less powerful. They are precariously held together, they are unpopular and they are highly sensitive to legal control. Taken separately, there is no question which of the two kinds of monopoly is the more subversive of freedom. But in addition to its great power, the labour monopoly is dangerous because it demands enterprise monopoly as its complement. There is a disastrous identity of interest between the two kinds of monopoly; each tends to foster and to strengthen the other, fighting together to maximize join extractions from the public while also fighting each other over the division of the spoils. Indeed, the conflict of capital and labour (the struggle over the division of earnings) is merely a sham fight (often costing the public more than the participants) concealing the substantial conflict between the producer (enterprise and labour, both organized monopolistically) and the consumer.”  

 

(também publicado no blog da Causa Liberal)

publicado às 16:01

O Eixo do Arrastão

por Nuno Castelo-Branco, em 27.03.11

Na semana em que o regime PS/PSD definitivamente reconheceu de facto a perda da soberania, o Eixo do Mal foi esta noite hegemonizado por Daniel Oliveira. Diga-se que pelas melhores razões. É impossível não concordarmos com aquilo que dele escutámos ao longo do programa. Curioso será verificarmos o regresso da esquerda ao nacionalismo, o facho que outrora acendeu e transportou. Definitivamente, este é um novo tempo. O tempo em que sem o saber, o regime da III República já morreu.

 

Entretanto, leiam este surpreendente texto

publicado às 00:53

"Extravagâncias" nipónicas...

por Pedro Quartin Graça, em 26.03.11

Antes

6 dias depois


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publicado às 09:07

Da deputação socialista

por Samuel de Paiva Pires, em 26.03.11

 

Renato Sampaio é um deputado do PS. E é um deputado que nem em português correcto sabe escrever. É de uma execrável vergonha que um dos representantes da nação incorra com uma frequência e consistência atrozes em erros que são de levar qualquer um às lágrimas, sem falar nas suas deambulações que chegam a roçar o infantil. É ver as suas notas no Facebook. Deixo alguns excertos:

 

"Esta crise era evitável, desnecessária e inoportuna que colocam Portugal numa situação mais difícil ainda e os Portugueses sofreram as consequências desta irresponsabilidade."

 

"Com José Sócrates o PS vai enfrente e vai vencer"

 

"A partir de ontem tudo vai mudar no plano político, o PSD que até agora nunca apresentou qualquer proposta alternativa às propostas do Governo do PS, no primeiro dia após de terem derrubado o Governo legitimo da Republica, apresentou a primeira proposta – AUMENTO DO IVA – durante os últimos anos sempre rejeitou aumento de impostos e por aqui se vê o que aí vem."

 

"o PSD cada vez mais deixa cair a mascara"

 

"O Primeiro-ministro falou aos Portugueses e explicou bem e tudo o que havia para explicar"

 

"os Portugueses estão à altura e têm a capacidade para resolvermos os seus problemas e ultrapassar a crise"

 

" ajuda à muleta do FMI para atingir os seus objectivos, que são a de criar instabilidade política na tentativa de provocar eleições antecipadas"

 

 "lançar o Pais numa crise politica encima de uma crise económica e financeira, mas a irresponsabilidade é ainda maior quando tem motivações internas e dentro do PSD."

 

E porque já não tenho mais paciência para me continuar a estupidificar com este senhor, termino com a minha favorita:

 

"Haver vamos o que nos esperam os próximos capítulos."

publicado às 03:36

...

por João Pedro, em 25.03.11

 

 

A Morte de Sócrates, por Jacques-Louis David. O Mestre explicando aos seus assessores e "boys" chorosos que a cicuta, de tipo PEC, é consequência da crise internacional e que a "direita neoliberal" e a "esquerda radical" é que agravaram a situação, apesar de todas as Apologias e virtudes filosóficas (TGV, Magalhães, "racionalização das estruturas escolares", etc).

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publicado às 23:06

Financial Times ressuscita D. João VI

por Nuno Castelo-Branco, em 25.03.11

Esquecendo as idiotias debitadas pelas luminárias dos séculos XIX e XX, D. João VI bem pode ser a referência neste momento de todos os perigos. O Financial Times sugere a a união de Portugal com o Brasil, numa reedição daquilo que o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves pretendeu ser.

 

"A antiga colónia tem algo a oferecer, mesmo para além da diminuição dos ‘spreads' de crédito e, proporcionalmente, défices e contas correntes governamentais muito mais baixos. O Brasil é um dos BRIC, o centro emergente do poder mundial. Isto soa melhor lar que uma cansada e velha União Europeia", escreve o FT, numa alusão aos avanços e recuos do Velho Continente em lidar com a crise de dívida soberana.

Além disso referem que a UE considera Portugal problemático: "sem governo, elevada resistência à austeridade e crónico desempenho económico".

Uma sugestão bastas vezes aqui feita.

publicado às 22:57

Em tempos de crise chovem livros

por João Gomes de Almeida, em 25.03.11

 

A Editora Objectiva arrancou ontem com uma campanha no Facebook, em que os seguidores da sua página ficam habilitados a ganhar todos os livros que a editora publicar até ao final do ano. Basta escreverem uma frase.

 

Saibam mais aqui e divulguem a iniciativa.

publicado às 19:12

Verdadeiramente à rasca! *

por Pedro Quartin Graça, em 25.03.11

- Então, foste à manifestação da geração à rasca?

- Sim, claro.

- Quais foram os teus motivos?

- Acabei o curso e não arranjo emprego.

- E tens respondido a anúncios?

- Na realidade, não. Até porque de verão não dá jeito: um gajo vai à
praia, às esplanadas, as miúdas são giras e usam pouca roupa. Mas de
inverno é uma chatice. Vê lá que ainda me sobra dinheiro da mesada que
os meus pais me dão. Estou aborrecido.

- Bom, mas então por que não respondes a anúncios de emprego?

- Err...

- Certo. Mudando a agulha: felizmente não houve incidentes.

- É verdade, mas houve chatices.

- Então?

- Quando cheguei ao viaduto Duarte Pacheco já havia fila.

- Seguramente gente que ia para as Amoreiras.

- Nada disso. Jovens à rasca como eu. E gente menos jovem. Mas todos à
rasca.

- Hum... E estacionaste onde? No parque Eduardo VII?

- Tás doido?!  Não, tentei arranjar lugar no parque do Marquês. Mas
estava
cheio.

- Cheio de...?

- De carros de jovens à rasca como eu, claro. Que pergunta!

- E...?

- Estacionei no parque do El Corte Inglês. Pensei que se me
despachasse cedo podia ir comprar umas coisinhas à loja Gourmet.

- E apanhaste o metro.

- Nada disso. Estava em cima da hora e eu gosto de ser pontual.
Apanhei um táxi. Não sem alguma dificuldade, porque havia mais jovens
à rasca atrasados.

- Ok. E chegaste à manif.

- Sim, e nem vais acreditar.

- Diz.

- Entrevistaram-me em directo para a televisão.

- Muito bom. O que disseste?

- Que era licenciado e estava no desemprego. Que estava farto de pagar
para as reformas dos outros.

- Mas, se nunca trabalhaste, também não descontaste para a segurança
social.

- Não? Pois... não sei.

- ..... E então, gritaste muito?

- Nada. Estive o tempo todo ao telemóvel com um amigo que estava na
manif do Porto. E enquanto isso ia enviando mensagens para o Facebook
e o Twitter pelo iPhone e o Blackberry.

- Mas isso não são aparelhinhos caros para quem está à rasca?

- São as armas da luta. A idade da pedra já lá vai.

- Bem visto.

- Quiriquiri-quiriquiri-qui! Quiriquiri-quiriquiri-qui!

- Calma, rapaz. Portanto despachaste-te cedo e ainda foste à loja
Gourmet.

- Uma merda! A luta é alegria, de forma que continuámos a lutar Chiado
acima, direitos ao Bairro Alto. Felizmente uma amiga, que é muito
previdente, tinha reservado mesa.

- Agora os tascos do Bairro aceitam reservas?

- Chamas tasco ao Pap'Açorda?

- Errr... E comeram bem?

- Sim, sim. A luta é cansativa, requer energia. Mas o pior foi o
vinho. Aquele cabernet sauvignon escorregava...

- Não me digas que foste conduzir nesse estado.

- Não. Ainda era cedo. Nunca ouviste dizer que a luta continua? E
continuou em direcção ao Lux. Fomos de táxi. Quatro em cada um, porque
 é preciso poupar guito para o verão. Ah... a praia, as esplanadas, as
miúdas giras e com pouca roupa...

- Já não vou ao Lux há algum tempo, mas com a crise deve estar meio
morto, não?

- Qual quê! Estava à pinha. Muita malta à rasca.

- E daí foste para casa.

- Não. Apanhei um táxi para um hotel. Quatro estrelas, que a vida não
está para luxos.

- Bom, és um jovem consciente. Como tinhas bebido e...

- Hã?! Tu passas-te! A verdade é que conheci uma camarada de luta e...
bem... sabes como é.

- Resolveram fazer um plenário?

- Quê? Às vezes não te percebo.

- Costuma acontecer. E ficaram de ver-se?

- Ha! Ha! Ha! De ver-se, diz ele. Não estás a ver a cena. De manhã
chegámos à conclusão que ela era bloquista e eu voto no Portas. Saiu
porta fora. Acho que foi tomar o pequeno-almoço à Versailles.

- Tu tomaste o teu no hotel.

- Sim, mas mandei vir o room service, porque ainda estava meio
ressacado.

- Depois pagaste e...

- A crédito, atenção. Com o cartão gold do Barclays.

- ... rumaste a casa.

- Sim, àquela hora já não havia malta à rasca
a entupir o tráfego.

 

* E não me venham com lições de moral a propósito deste post porque, em matéria de precariedade, bato todos os records.

publicado às 17:54

Ainda o golfe

por Samuel de Paiva Pires, em 25.03.11

Precisamente no dia em que José Sócrates se demitiu.

 

 

± EGO SUM PANIS VIVUS ± from PlusqueMinusque on Vimeo.

 

 

 

publicado às 16:09

Dado que...

por Nuno Castelo-Branco, em 25.03.11

...o fulano ainda não confirmou a aceitação do pedido de demissão. Dado que o demissionário está exultante pelos elogios, beijos e abraços solidários em Bruxelas. Dado que a sopeira já disse o que tinha para dizer, não nos admiremos muito, se:

 

a) o fulano não lhe conceder a demissão, "exigindo" a formação de um novo governo mais "abrangente" e de salvação (de todos eles).

 

b) o contristado "Calimero do povo" alegremente aceite, ainda surdo pela saraivada de aplausos bruxeleses (e profundo alívio por evitar que cheguem curiosos de fora).

 

c) a sopeira - a tal que chefia o país que sustenta o orçamento comunitário - confirme a sua posição de Führerin, servindo os seus lugares-tenentes em Portugal como meros Reichsprotektors de serviço (garantindo a venda de mais sucata para as nossas autobahn).

 

d) os outros, precisamente aqueles que já contavam com um render da guarda, obedeçam às befehl que de longe chegam, desde já manifestando "o mais sincero e arreigado patriotismo".

 

Esta gente é capaz de tudo (e mais alguma coisa).

 

 

publicado às 14:56

KAUFT NICHT BEI DEUTSCHEN

 

Sem sequer me dar ao trabalho de tecer comentários aos perdigotados desabafos sopeirais, ontem ciciados do púlpito numa saleca de Pladur de um muito desfigurado Reichstag, parece-me que chegou a hora de prestarmos mais atenção aos que decidem o nosso destino. Topo do cúmulo, os que se sentam na esplêndida sala de sessões construída no reinado de D. Carlos I, tiram agora a cartada nacionalista! Para desagravo, comecemos por umas singelas verdades acerca de um subalterno da sopeira da Pomerânia, aqui deixadas:

 

"o reizinho republicano "exige"....um Rei pediria ou teria esperança no voto popular, já que em democracia a vontade popular é soberana. Por cá (República Portuguesa) o chefe de Estado exige ao povo que tome a decisão que "ele" acha correcta porque afinal isto não é um debate sobre Sporting Benfica...se Portugal fosse uma Monarquia o chefe de Estado reuniria com os partidos (especialmente com o partido que ganhou as eleições - em Portugal não se vota no primeiro ministro mas no secretário geral do partido-) e exigiria o afastamento de Sócrates mantendo-se o Parlamento, mas com outro primeiro ministro e possivelmente uma coligação. Em Monarquia as legislaturas devem chegar ao fim!....mas somos uma republica e em média os governos só duram 2,5 anos, não há investimento ou projecto que sobreviva a semelhante precariedade...o PR exige por isso que uma superior vontade nos obrigue a erguer e restaurar a dignidade a este País que somos por El Rei, que tal como nós é livre e não aceita "exigências". Somos um pais quase milenar não um curral .Viva o Rei"

 

A política também se faz com patetices e actos simbólicos: que tal o surgimento de um movimento desejavelmente ruidoso e que no Facebook boicote a compra de todo e qualquer produto Made in Germany? BMW, Mercedes, Audi, Volkswagen, Opel, Lidl e tantas outras marcas perfeitamente substituíveis - da alimentação ao equipamento militar -, poderá ser um sinal dado a nós próprios. Sem dúvida insignificante, talvez estéril de consequências, mas "porque sim".

publicado às 13:12

A propósito de eleições

por Samuel de Paiva Pires, em 25.03.11

Amanhã há eleições no Sporting. Mas Futre daria mesmo era um bom Primeiro-Ministro. Absolutamente delirante:

 

 

 

 

publicado às 01:42

A respeito da irritação de Merkel

por Samuel de Paiva Pires, em 25.03.11

Sem tecer juízos de valor, simples constatações: Merkel não quer intervir na Líbia, para retirar um ditador que assassina a própria população. Irrita-se com a rejeição do PEC IV pelo parlamento português, elogiando um PM que é um dos grandes causadores da situação que vivemos. É de mim ou há aqui um padrão anti-democrático?

 

 

(imagem roubada ao Albergue Espanhol)

publicado às 01:35

 

Para ter a certeza que este post vai mesmo chegar a quem de direito, decidi linkar o Albergue Espanhol.

publicado às 00:23

E agora, Portugal?

por Samuel de Paiva Pires, em 24.03.11

 

1 - Se Sócrates fosse um bom Primeiro-Ministro o país não ficaria à beira de pedir ajuda externa quando este se demitisse. Muitos têm culpas no cartório, por acção ou omissão, quanto ao caminho que vimos trilhando, mas uns mais que outros. E José Sócrates, que conseguiu em 6 anos duplicar a dívida externa, é o principal responsável pelo estado calamitoso em que nos encontramos. Querer continuar na amorfa situação de estabilidade no despesismo, sem encetar reformas estruturais, como vinha sendo apanágio deste Governo, é uma ilusão de quem prefere o dolce fare niente e ignorar a realidade, como se os problemas se resolvessem por eles próprios.

 

2 - A propaganda pseudo-patriótica do interesse nacional já provoca naúseas, assim como a incapacidade para assumir a responsabilidade pelos próprios erros. Como escreveu há tempos o Rui Crull Tabosa, "Prejudicar os interesses do País é mentir sistematicamente aos Portugueses, é não ter credibilidade interna e externa, é aumentar os salários na função pública para os cortar em 10% a seguir às eleições, é comprar o voto dos velhos mais pobres, prometendo-lhes medicamentos gratuitos nas vésperas da campanha eleitoral, para os roubar após uns meses, é jurar até à náusea que não aumentará os impostos para os subir pouco depois, é levar o desemprego para cima dos 11%, é endividar o Estado como não há memória na nossa História, é converter a Administração e o sector empresarial público num covil dos amigos, é conspirar contra a liberdade de imprensa. Isso é que é prejudicar o interesse nacional." E de forma precisa e bem demonstrativa do descalabro, Álvaro Santos Pereira enunciou algumas das razões para a aprovação de uma moção de censura: "1) A média do crescimento económico é a pior dos últimos 90 anos; 2) A dívida pública é a maior dos últimos 160 anos; 3) A dívida externa é, no mínimo, a maior dos últimos 120 anos (desde que o país declarou uma bancarrota parcial em 1892); 4) O desemprego é, no mínimo, o maior dos últimos 80 anos. Temos 610 mil desempregados, dos quais 300 mil são de longa duração; 5) Voltámos à divergência económica com a Europa, após décadas de convergência; 6) Vivemos actualmente a segunda maior vaga de emigração dos últimos 160 anos; 7) Temos a taxa de poupança mais baixa dos últimos 50 anos."

 

3 - Não há um timing óptimo em política. Já dizia Bismarck que "a política é a arte do possível". Este Governo estava a prazo desde que foi eleito, e com ele só arrastou o país para uma situação cada vez mais gravosa de dependência externa. Poderia ter caído na altura da aprovação do Orçamento do Estado para 2011, poderia ter caído com a aprovação da moção de censura do BE. Caiu porque José Sócrates assim o quis, numa encenação cuidadosamente planeada desde há semanas. Foi um triste espectáculo aquele a que se assistiu ontem em Portugal, já aqui denunciado pelo Nuno. Destaque-se a ausência de Sócrates da AR, em completo desrepeito pela casa da soberania e da democracia, e o escarro de Cavaco ao divulgar o pedido de demissão de Sócrates quando este ia a caminho de S. Bento para o anunciar. É tudo mau, demasiado mau. Os detentores dos dois principais cargos políticos do país mostraram a sua verdadeira falta de sentido de Estado.

 

4 - Precisamos de acabar com o regabofe em que se encontram as finanças públicas - cuja situação carece de um urgente e exaustivo diagnóstico -, para além de fazer o trabalho duro, i.e., reduzir o Estado, onde muito há para cortar, e reduzir o peso deste na economia para que as empresas possam prosperar e se crie um ambiente que volte a atrair investimento externo. É óbvio que não é por José Sócrates se demitir que se vai resolver tudo. Reduzir os argumentos a esse nível chega a raiar o infantil. Mas continuar com José Sócrates é persistir na ilusão que nos trouxe até aqui. A crise, para além de económica e financeira, é também ela política. E o país não pode estar refém das birrinhas de quem se quer manter no poder a todo o custo e se apresenta como garante do interesse nacional quando, na verdade, é o principal responsável pelo abismo em que nos encontramos hoje. Com José Sócrates, só podemos piorar. Sem ele, está aberta a porta para que possamos encontrar um rumo. E voltar a votar nele só pode ser considerado um acto de profunda demência.

 

5 - Se o FMI, ou melhor, o Fundo Europeu de Estabilização Financeira, tiver que resgatar Portugal, tal fica-se a dever ao desgoverno das últimas décadas - não esquecer que nos últimos 15 anos, o PS governou 12,5. Não são líquidas, para já, quais venham a ser as medidas concretas a aplicar, mas um resgate passará sempre por um financiamento a médio-prazo, pelo que durante alguns anos deixaremos de ter que recorrer à colocação de dívida pública para nos financiarmos (para quem não saiba, quando se fala de taxas de juro da dívida pública da Grécia é em relação aos mercados secundários – onde os investidores negoceiam entre si, não onde os Estados soberanos colocam dívida), que terá como contrapartida um plano estratégico para a viabilização da sustentabilidade financeira e económica do país. A grande vantagem é que deixaremos de insistir na loucura de nos endividarmos a juros absolutamente suicidários, que colocam em causa a autonomia e desenvolvimento de gerações que ainda nem nasceram.

 

6 - Acontece que podem colocar-se alguns entraves à negociação, caso os partidos políticos não se entendam - é pena que Sócrates tenha tornado o PS seu refém. Cabe ao Presidente da República, agora, alcançar um consenso alargado entre os vários partidos na AR, o que é praticamente impossível, que leve à formação de um novo Governo. Se não o conseguir, vamos então para eleições, entrando desde logo numa campanha eleitoral cuja antevisão é a de que será a mais dura e mais suja dos últimos anos.

 

7 - Da minha parte, o que não será novidade para ninguém, o meu voto será no CDS-PP, e no que estiver ao meu alcance farei campanha por este. Estou demasiado farto do socialismo que nos trouxe até aqui, quer do PS quer do PSD, e, como Paulo Portas assinalou no Congresso do passado fim-de-semana, só o CDS-PP é suficientemente independente de redes clientelares para levar a bom porto a extremamente necessária reforma estrutural do Estado. 

publicado às 19:31

Agora vamos descobrir o tamanho do buraco...

por Pedro Quartin Graça, em 24.03.11

 E desta vez não vai haver Vitor Constâncio para inventar o que não existia. Agora é mesmo a sério.

publicado às 18:39

António Barreto, a ouvir atentamente

por Samuel de Paiva Pires, em 24.03.11

Veja AQUI.

publicado às 17:49







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