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Originalidades politológicas

por Samuel de Paiva Pires, em 03.07.11

Anteontem, na SIC Notícias, o deputado bloquista João Semedo afirmava em tom pseudo-moralista e acusatório que o programa do governo é muito ideológico. Agora, Diogo Belford Henriques no 31 da Armada acusa João MirandaLuís Rocha de serem tolhidos pela ideologia, no que concerne à questão da privatização da RTP. 

 

Isto é risível e, no minímo, anedótico. Ao contrário do que o Carlos Abreu Amorim parece julgar, para alguém ser um politólogo tem que estudar Ciência Política - não basta aparecer em programas de televisão a mandar uns bitaites em tons de "achismo". E qualquer aspirante a politólogo pode facilmente explicar a estes arautos da não-ideologia como em tudo há ideologia, quer por acção, quer por omissão. Política sem ideologia é algo que não existe. Mas estas originalidades vindas de quem anda há muitos anos nestas lides não deixam de ser reveladoras. Como escreveu o Professor José Adelino Maltez, "É por isso que sou cada vez mais liberal nos princípios, nos métodos e nos fins. Nunca gostei do liberalismo a retalho dos que mal estão no poder metem a ideologia na gaveta. São iguais a muitos socialistas, a muitos sociais-democratas, a muitos democratas-cristãos, a outros tantos liberais, nacionalistas ou comunistas."

publicado às 03:12

Marrocos, aqui tão perto

por Nuno Castelo-Branco, em 02.07.11

Como aqui dizíamos, urge uma maior atenção do Palácio das Necessidades, passando a olhar o Reino de Marrocos como a excepção num Magrebe cujo futuro é incerto.

 

Ontem, a população votou sim no referendo convocado pelo Rei Mohamed VI. Não houve lugar a votos de defuntos, a sufrágios viajantes de urna em urna ou pelo contrário, qualquer proibição ou cerceamento da liberdade de escolha. Quem esta manhã lesse o Expresso, ficaria na incerteza acerca do porvir daquele país, pois o artigo que desfia os acontecimentos marroquinos, pinta de tons sombrios as possibilidades de sucesso da iniciativa, evocando ranger de dentes salafitas ou a "esquerda" mais radical. O resultado está à vista. A proposta da Coroa colheu uma preferência de tal forma esmagadora que nos faz recordar as fantasiosas "eleições" de a Coreia dos Kim, da China ou do desaparecido bloco de Leste. Mas ali mais a sul, não houve lugar para qualquer fraude e como podemos ler no Morocco News, verificou-se uma total liberdade para todos exprimirem os seus pontos de vista. O próprio texto é disso uma clara prova.

 

Nem sequer se cumpriu a sugestão de "falta de legitimidade" do referendo, pois tendo o Expresso sugerido participações eleitorais rondando 40% do eleitorado, os marroquinos excederam qualquer expectativa, fazendo corar de vergonha uma certa república não assim tão fisicamente distante. Há quanto tempo 70% dos portugueses se dignam em acorrer às urnas? O Sr. Cavaco Silva que o diga. Mais ainda, as cidades bem povoadas de gente nova e de estudantes ansiosamente aguardados pelas canhotas sapiências como potenciais contestatários, mobilizaram-se maciçamente e o sim foi arrasador. É certo o esbracejar de alguns círculos ocidentais sempre muito exigentes em estabelecer os "padrões da democracia" e assim, já se antevê uma nova táctica que encontra nos poderes que o monarca conserva quanto às Forças Armadas e assuntos religiosos, um artificial casus belli. Pouco lhes interessará a "presidencialização" do 1º Ministro, o primado do Partido vencedor, a liberdade de expressão, reunião, organização e heresia das heresias, a igualdade legal entre homens e mulheres. Nem sequer nos poderemos admirar, se se gizar uma santa aliança entre os esquerdistas do costume e os mais radicais convivas de saguão da mesquita. Os progressistas europeus aplaudirão.

 

Um Marrocos reformista, mais próspero e estável, é um tranquilizante que a Península Ibérica ansiosamente aguarda. 

publicado às 21:31

Geração Soares...

por Nuno Castelo-Branco, em 02.07.11

Mário Soares deu-nos hoje mais algumas opiniões que merecem umas linhas. Já que as outras não passam de meras curiosidades, apenas salientamos duas:

 

1. Diz que foi uma "insensatez tremenda" a provocação da queda do executivo socialista e que o PSD "não teve qualquer vantagem em ter precipitado a crise política, no momento em que o fez".

Na sua cabeça deve ter razão, até porque o PSD de Passos Coelho - o "outro" fica de fora - apenas ganhou as eleições e o PS obteve o resultado que se sabe.

 

2. A segunda tirada refere-se ao facto de existirem "grupos no partido (PSD) que não gostam de Passos Coelho" e que só o apoiaram para o poderem destruir depois da realização "do trabalho impopular".

Mas que bela notícia, que alívio, eis a confirmação de algo que há muito todos sabiam! Se Soares estiver certo como esperamos que esteja, todo aquele rebotalho que medra nos esconsos do PSD e de um certo Palácio á beira Tejo, poderá ser colocado no seu devido lugar. Para pachequismo, basta o original que por sinal, sabe ler e escrever.

 

Em suma e até à data, este Passos Coelho está a sair-nos melhor que a encomenda.

publicado às 21:30

Não esqueceremos nunca!

por Cristina Ribeiro, em 02.07.11
Ao olhar isto não temos como não sentir " aquela-pele-de -galinha ", e dizermo-nos - fomos grandes, temos a obrigação de continuar o testemunho. Como Nação soberana.

 

 

publicado às 20:50

O 5 DIAS "linkou" o Estado Sentido! Viva!

por Nuno Castelo-Branco, em 02.07.11

Aqui já se falou de política partidária, de questões nacionais e internacionais, do ambiente, do património, de direitos humanos, da defesa dos animais. Anunciámos exposições, comentámos quase todo o tipo de fait-divers, jamais embarcámos em campanhas de ódio ou de maledicência militante. Aqui falou-se de história, economia, alguma - pouca, é certo - religião, filosofia política. Do alto da sua olímpica importância, o 5 Dias sempre nos ignorou, mas hoje tudo parece ter mudado. Entusiasmados com um acontecimento que os prende aos ecrãs televisivos, os camaradas blogosféricos lembraram-se de nós!

 

Pela primeira vez e devido a um acontecimento que nem sequer mereceu da nossa parte uma extrema atenção, este blog foi linkado pelo 5 Dias. Estamos de parabéns, até porque além dos comunistas parecerem interessar-se pelas coisas do principado - mesmo tratando-se de um de terceira linha -, os novos ares que em Portugal se respiram, bafejaram os nossos colegas com uma aragem de democracia. Já devem estar a celebrar. 

 

* Pedimos desculpa pelo poster que é omisso a tantos heróis da "causa do povo", faltando os grandiosos vultos de Dzherzinsky, Iezhov, Iagoda, Vichinsky, Beria (todos estes 5, foram inestimável fonte de inspiração de Himmler), Evdokimov (o fulano da Tcheka), Molotov (o do pacto com o tio Adolfo), Bela Kun, Trotsky, Kaganovich (o tal da perseguição, matança e roubo dos camponeses), Kruschchev (o gordinho da Grande Fome e mortandade na Ucrânia), Kirov, Mengistu, Samora, Pol Pot, Castro 1, Castro 2, os medievalistas  Kim Il pai. Kim Il filho e o já futuro Kim Il neto, o colossal Hoxha, o gauleiter Honnecker, o Génio dos Cárpatos Ceausescu, etc, etc. A lista é longa e desde já nos escusamos por tantos e tão formidáveis esquecidos.

publicado às 17:45

Cuidado, eles "andem" aí!

por Pedro Quartin Graça, em 02.07.11

Definitivamente perderam todo o "receio" de aparecer às claras. Falo dos OVNIs que, agora, se dão a conhecer em plena Londres à luz do dia! Cuidado, eles "andem" aí!

publicado às 01:07

Lourenço Marques, anos 50

por Nuno Castelo-Branco, em 02.07.11

Estamos sempre convencidos de tudo conhecermos acerca da casa dos nossos pais. Em crianças abrimos as caixas, revolvemos armários e baús, brincámos com roupas antigas e guardadas não se sabe bem para quê e folheámos vezes sem conta albuns de fotografias. Nada parece ser segredo, mas por vezes temos uma surpresa.

 

Esta noite jantei em casa do meu irmão e sobre a estante, está a ampliação de uma  fotografia do meu pai, feita na Loureço Marques de 1955. É para mim uma novidade e nem sei como conseguiu passar tantas décadas sem que lhe tivesse colocado a vista em cima. Uma bela imagem, não haja dúvida. Também já a inclui na minha colecção.

publicado às 00:06

Há 70 anos: Atenas, 25 de Abril de 1941

por Nuno Castelo-Branco, em 01.07.11

Toda aquela gritaria, fumos de gás lacrimogéneo e chuva de pedras contra a policia e autoridades governamentais gregas, não são uma novidade.  Os gregos não gostam dos seus, ou deles estão fartos.

 

Há precisamente 70 anos, a 25 de Abril de 1941, os alemães entravam em Atenas e por aquilo que as imagens mostram, nem todos os populares mostravam caras contristadas pela intempestiva visita. Flores, abraços, acenos e pão deram as boas vindas.

 

A ver vamos se uma nova versão da história não estará no horizonte, desta vez sem panzers e granadeiros, mas de uma forma mais eficaz e visando os furos dos cintos das calças helénicas.

publicado às 23:00

Dois irmãos retirados do lixo

por Nuno Castelo-Branco, em 01.07.11

O nosso amigo e colega Carlos Velasco, encontrou ontem  um caixote de lixo, estes dois lindos irmãos. Isto demonstra bem a imperiosa necessidade de o novo Parlamento legislar quanto à protecção dos animais, penalizando os bípedes racionais capazes de crueldades contra seres indefesos.

 

O Carlos já tem dois gatos em casa e procura um lar para estas duas belezas. Haverá alguém carente de afecto que viva no norte de Portugal e os queira ter como companhia?

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publicado às 16:17

Naperons do passado presente

por Nuno Castelo-Branco, em 01.07.11

Além da guincharia discursiva que neste preciso momento ocorre em S. Bento, a oposição deixou alguns presentes de difícil arrumação. Se estivéssemos a falar de outras coisas, sempre poderíamos colocar sobre a geleira, aquele cão de plástico que abana a cabeça num permanente sim-sim. No caso da prendinha ser proveniente de alguém muito cioso da sua generosidade, guardaríamos o relógio-sereia em louça azul debruada a dourado, na gaveta mais próxima do centro da sala, não fosse o dador aparecer de surpresa. Kitsch por kitsch, decerto todos se lembram dos tempos em que em tantas casas se viam uns naperons nos braços das cadeiras, artefactos extremamente úteis, até porque além de protegerem os veludos do forro, alguns possuíam uns cinzeiros acoplados, numa espécie de multifunções.

 

Mas o kitsch institucional, é algo de muito mais rebuscado. Além da detenção do antigo presidente - que raio de título, será monomanía? - da Câmara dos Solicitadores, temos mais uma novidade relativa ao BPN, o banco dos amigos do outro presidente e pelo que as más línguas dizem, do próprio. Pelo que parece, o "caso BPN" ainda terá muito para contar e a coisa deve estar mesmo a caminhar com toda a normalidade, até porque o deposto governo autorizou a dita caixa-forte escancarada, a contrair mais mil milhões de dívida.

 

Quanto ao imposto de 50% sobre o subsídio de Natal, a única surpresa consiste na timidez do corte. Sempre pensei numa possibilidade mais radical, digamos, um número mais próximo de 100%. São as novas "pesadas heranças" da república portuguesa. 

publicado às 15:45

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