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Bem sei que sempre que me arrisco a citar Ricardo Araújo Pereira há quem comente sobre as preferências políticas do mesmo. Mata-se o mensageiro, perde-se a mensagem. Adiante, arrisco-me desta feita a citar o Pedro Marques Lopes a partir do seu Facebook, a respeito disto: "Há ministros que ainda não perceberam que uma coisa é ser líder duma qualquer distrital partidária outra é ser estadista. Temo que nunca aprendam".
No passado dia 16 publiquei um post sobre o caso da empresa americana Solyndra. Na altura, referi que não tinha sido capaz de encontrar, pesquisando no Google, em páginas portuguesas, quaisquer referências à empresa. Hoje voltei a tentar e o resultado é quase o mesmo. Encontra-se agora, à hora que escrevo estas linhas, a par do meu post, uma outra entrada, curiosamente datada do dia anterior, dia 15 (o indexador foi lento...), também referente a um blogue - o Era Uma Vez Na América . Nem mais um pio.
E todavia, o assunto não sai dos escaparates electrónicos americanos. Ontem mesmo, em editorial, o New York Times entrava em modo de contenção de danos, sob o título "The Solyndra 'Panic'". Mas, pessoalmente, acho ainda muito mais interessante que Paul Krugman, himself, tenha hoje dedicado um post ao assunto. Krugman, como é habitual, socorre-se do sarcasmo para tentar diminuir os "opositores", ao escrever: "Haven’t written about this. But it is indeed a terrible scandal, because the private sector never ever puts money into ventures that end up failing." Ou seja, para Krugman não há nada de novo porque todos os dias há empresas privadas que encerram. Mas se não há nada de novo, por que razão então escrever sobre o tema? Não, senhor Prémio Nobel, o caso é diferente e a razão por que é diferente reside na presença de dinheiros públicos dinheiro dos contribuintes, atribuído a uma entidade privada, quando havia já fortes suspeitas da saúde económico-financeira da fabricante de painéis solares. Ou muito me engano ou este episódio, que para mais ocorre num dos temas fetiche de Obama - os empregos "verdes" -, ainda irá causar muitos embaraços ao candidato Obama.
ACTUALIZAÇÃO: o leitor Octávio dos Santos, em gentil comentário a este post, chama-me a atenção para o facto de, já este ano, no blogue que mantém - Obamatório - se ter referido, por duas vezes a este tema. Aqui fica a devida correcção, Google notwithstanding.
Numa das secções do capítulo "The Myth of 'Good Government'", Woods desmonta um dos argumentos usualmente utilizados (e raramente examinado...) da necessidade de intervenção estatal para a promoção da ciência. O seu título é: "Without Government Science Funding, Everyone Would Be An Idiot". Woods socorre-se de Terence Kealey e o seu "The Economic Laws of Scientific Research" para rebater esse ponto de vista começando por fazer notar que o progresso científico na Grã-Bretanha em todo o século XIX se faz essencialmente com financiamento privado. Se esse mito fosse verdade, então a França e a Alemanha, onde os governos, à época, tiveram de facto uma intervenção significativa no financiamento de actividades científicas, não deveriam ter "provocado" um comparativamente maior progresso científico? E não, não foi isso que sucedeu, antes o inverso.
Entretanto, enquanto me dedico à leitura do livro de Kealey, que agora vai para a vitrina, aqui fica, via TomWoods, uma palestra de Kealey, de 2009, intitulada "O mito da ciência como bem público [no sentido económico]":
A Causa Real e a Real Associação de Coimbra organizam no próximo dia 5 de Outubro nessa cidade um programa de comemorações da fundação da nacionalidade, decorrente da assinatura do Tratado de Zamora, um diploma resultante da conferência de paz entre D. Afonso Henriques e seu primo, Afonso VII de Leão e Castela a 5 de Outubro de 1143.
A Real Associação de Lisboa disponibiliza transporte ida e volta.
Mais informações aqui.
Milan Kundera, A Insustentável Leveza do Ser:
«Os homens que têm a mania das mulheres dividem-se facilmente em duas categorias. Uns procuram em todas as mulheres a ideia que eles próprios têm da mulher tal como ela lhes aparece em sonhos, o que é algo de subjectivo e sempre igual. Aos outros, move-os o desejo de se apoderarem da infinita diversidade do mundo feminino objectivo.
A obsessão dos primeiros é uma obsessão lírica; o que procuram nas mulheres não é senão eles próprios, não é senão o seu próprio ideal, mas, ao fim e ao cabo, apanham sempre uma grande desilusão, porque, como sabemos, o ideal é precisamente o que nunca se encontra. Como a desilusão que os fez andas de mulher em mulher dá, ao mesmo tempo, uma espécie de desculpa melodramática à sua inconstância, não poucos corações sensíveis acham comovente a sua perseverante poligamia.
A outra obsessão é uma obsessão épica e as mulheres não vêem nela nada de comovente: como o homem não projecta nas mulheres um ideal subjectivo, tudo tem interesse e nada pode desiludi-lo. E esta impossibilidade de desilusão encerra em si algo de escandaloso. Aos olhos do mundo, a obsessão do femeeiro épico não tem remissão (porque não é resgatada pela ilusão).»
Ricardo Araújo Pereira resume aquilo que muitos pensam acerca de Miguel Relvas:
«A característica mais admirável de Relvas é esta: embora possua uma aflitiva falta de talento para a oratória, dispõe-se a fazer intervenções públicas todos os dias.
(...)
Em política, a persuasão faz-se através da palavra. Cunhal era um grande orador, Soares era um grande orador, Sócrates tinha telepontos muito bons. O facto de Miguel Relvas ser incapaz de articular um sujeito com um predicado faz com que a sua proeminência na vida política seja razoavelmente misteriosa.»
Polaroid, um novo blog com malta amiga lá dentro.
Quando quem manda não gosta de ouvir o que alguns especialmente qualificados dizem o resultado é este. Onde é que eu já vi esta "estória"...?
A respeito desta infeliz posição de Carlos Abreu Amorim quanto à criminalização do enriquecimento ilícito, ler o que escreve hoje João Luís Pinto:
«Hoje, o deputado Carlos Abreu Amorim vai contribuir com o seu voto para o estabelecimento de um gravíssimo precedente jurídico com consequências (a ser consentido pelo tribunal constitucional – o que não me alimenta particulares esperanças) inevitáveis, essas sim, para o cercear da esfera privada da liberdade dos cidadãos e para a amplificação desmesurada dos poderes asfixiantes do estado.
Vindo de um jurista e qualificado liberal a viver em dificuldade em Portugal, um libelo de defesa apresentado como sendo dos cidadãos cumpridores (temo até pensar o que isso seja) é algo que, se possível de compreender como um devaneio alimentado por um acesso de deslumbre passoscoelhista, não é possível de aceitar e, diria mesmo, de perdoar.
Qualificar como um dia histórico para a vida do parlamento português um dia particularmente negro, em que se vai dar um passo significativo não contra a “corrupção” ou os traficantes de influência da esfera do estado – destinatários que só poderão ser engolidos por ingenuidade -, mas sim para colocar um pé na porta na Liberdade e no direito que deve assistir a todos a um processo judicial digno de um Estado de Direito, baseado em regras claras, em igualdade de armas e no assegurar de uma efectiva capacidade de defesa e presunção de inocência dos arguidos, é algo que não pode deixar de me desiludir profundamente.
Travestir tudo isto em nome de um populismo justiceiro e de uma capa feita para enganar tolos de que vale a pena sacrificar liberdades fundamentais e princípios em nome de resultados, ver para esse efeito o PSD e o CDS votarem alegre e (pelos vistos) orgulhosamente ao lado da extrema esquerda parlamentar que em outros momentos tanto criticam, é algo que me entristece fortemente e que não posso deixar de assinalar e lamentar.»
E como leitura complementar, a respeito da idiotice que é a proposta que o parlamento vai hoje votar, ler o Carlos Loureiro, Pedro Caeiro, Miguel Noronha, André Azevedo Alves e novamente João Luís Pinto.
Às vezes, poderá não parecer, mas sou um optimista. Muito boa noite.
Estamos em Setembro de 2001. A Enron Corporation, empresa que actuava predominantemente no mercado da energia, apresenta o seu pedido de protecção de credores (i.e. falência) perante a incredibilidade geral. No ano anterior, a empresa tinha apresentado um volume de negócios superior a cem mil milhões de euros. A Fortune tinha-a escolhido, por seis anos consecutivos (terminados em 2001), como a “Empresa Americana Mais Inovadora “. Afinal tudo não passava de uma monstruosa fraude que contou com conivência da empresa de auditoria – a Arthur Andersen. O escândalo foi de tal ordem que a Arthur Andersen foi obrigada a dissolver-se. Tudo isto pode ser consultado na Wikipedia. O que já é mais difícil de encontrar é que a Enron foi a primeira grande empresa a abraçar a adopção da energia solar (em 1994) e eólica (1997). O seu CEO anunciava que a Enron se aprestava a ser a empresa do futuro como “empresa verde” líder. As empresas que representavam o Big Oil eram o passado.
Em 1999, a Enron exerceu um forte lobby sobre o então governador do Texas, George W. Bush, no sentido de que fosse publicada legislação que tornasse o Texas o estado de eleição para a promoção activa das novas renováveis através da imposição, pela lei, de quotas “verdes”. Aliás, muito provavelmente, nenhuma entidade americana “fez mais” pelas novas renováveis que a fraudulenta e corrupta Enron que, de resto, nunca apresentou um cêntimo de lucro nas suas áreas “verdes”.
Esta história, real, deveria ter sido recordada e servido de aviso à actual administração americana quando esta decidiu atribuir à Solyndra (empresa americana, encerrada este ano, que fabricava painéis solares) um empréstimo de 535 milhões de dólares, em 2009, apesar da mesma apresentar na altura um resultado negativo acumulado de 558 milhões de dólares nos cinco anos precedentes.
Lições a tirar, pelo Institute of Energy Research (realces meus):
There is little excuse for the present situation of the Obama Administration with its solar loan guarantees souring. Did not DOE (Department of Energy) Secretary Stephen Chu tell the New York Times that solar technology would have to improve fivefold to be competitive? Aren’t politically dependant companies, á la Enron, bad risks given that consumers bat last?
Government trying to pick energy winners instead has picked energy losers—and picked the taxpayer’s pocket.
Nota: na última frase da caixa, onde está "energy" poderia estar qualquer sector de actividade. Os governos nada sabem de empresas ou de tecnologias e desconhecem tanto o futuro como qualquer um de nós. Mesmo os que disponham de um (exótico) Secretário de Estado do Empreendorismo!


* Mas há quem não aprenda e não resista a um microfone à frente...
Nos últimos meses, entre os livros que precisei de ler para a tese de mestrado e os habituais livros de cariz filosófico e político, reli o Leopardo de Lampedusa e li A Servidão Humana de Somerset Maugham e Memória das Minhas Putas Tristes de Garcia Márquez, estando agora a ler A Insustentável Leveza do Ser de Milan Kundera e O Retrato de Dorian Gray de Oscar Wilde. Este último é das melhores coisas que já li. A escrita estética e estilisticamente bela, filosoficamente paradoxal e com contornos que ainda hoje podem ser considerados chocantes para muitos indivíduos, é simplesmente deliciosa.
Quanto mais clássicos leio, mais reforçada fica a ideia de que deveria antes dedicar-me às dimensões da eternidade da literatura e da filosofia. A política e a economia do aqui e agora da espuma dos dias sabem a muito pouco. O mediatismo reveste uma realidade que é intelectualmente muito pouco estimulante e demasiado pobre, chegando o decadente lodo da nossa televisiva e jornaleira infeliz existência a ser esmagadoramente claustrofóbico. O que não significa que, paradoxalmente, eu não vá vivendo neste lodo e, dentro do meu parco raio de acção, agindo e reagindo aos outputs do mesmo. O que, por seu lado, também não significa que esteja disposto a entrar em todo e qualquer debate com toda e qualquer pessoa. As pessoas atribuem demasiada importância a si próprias e às outras, bem como às discussões que encetam. Eu repudio o relativismo intelectual, o politicamente correcto e o dogma da igualdade. Tenho na tolerância uma ideia base do meu pensamento, mas isso não quer dizer que tenha que aceitar sem criticar todas as opiniões, aparências ou acções. Pelo contrário, critico muitas e não as respeito a todas. Ao contrário do que fazia até há poucos meses, deixei de perder tempo em debates espúrios, apenas entrando nos debates que quero e com aqueles que considero intelectualmente dignos de respeito e admiração.
As coisas são o que são, e todos nós fazemos juízos de valor uns dos outros. Todos somos passíveis de ser alvos da crítica ou admiração de terceiros, e certo é que "O número dos que nos invejam confirma as nossas capacidades” (Wilde). Contudo, alguns levam-no ao extremo e passam da mera constatação de facto ou de valor, possuindo até um pendor evangelizador, normalmente perpassado por uma atitude alegadamente moralista de quem egoisticamente quer corrigir os outros e fazê-los viver como vive, não passando, portanto, de um hipócrita, porquanto, como escreveu Wilde, "A moralidade é apenas a atitude que adoptamos para com as pessoas de que pessoalmente não gostamos”. Pode ser pessoalmente ou apenas intelectualmente, não se coibindo muitos indivíduos de tentar entrar em debate com outros ou criticá-los em termos meramente mesquinhos, quando não mesmo ignorantes e até absolutamente estúpidos. Como o mesmo autor salientou, "Não há outro pecado além da estupidez", e eu tenho cada vez menos paciência para lidar com esta. O meu caminho paradoxal para a verdade sou eu que o faço, pelo que dispenso as advertências inusitadas criticando a minha alegada incoerência - posto que “A coerência é a virtude dos imbecis” (Wilde), e talvez por isso seja muito apreciada em política, não tanto pelos seus actores maiores mas mais pelos seus públicos de onde recolhem as respectivas votações – assim como os conselhos vindos de quem muito provavelmente precisa mais deles do que a minha pessoa.
Nesta peça trágico-cómica que é o nosso país – e o mundo –, cujo “elenco é um horror" (Wilde), em que, como dizia alguém, a inveja é o desporto nacional, é perfeitamente repulsiva a exasperante realidade que nos tolhe a mente, pelo que cada vez mais me dou conta, como Wilde, “de que tudo o que é magnífico se prende com o indivíduo, e que não é o momento que faz o homem, mas o homem que cria o seu tempo”. Nesta época em que a ciência é talvez o maior dos avanços da humanidade, tudo o que ainda vale a pena descobrir está contido em nós próprios. Desde a minha imberbe adolescência que me recordo de ser adjectivado de arrogante, vaidoso e pouco modesto, em especial por professores. Nos últimos anos, o leque alargou-se a alguns amigos e muitos conhecidos e desconhecidos. Se há uns 7 ou 8 anos isto me fazia sentir mal e me deixava a pensar, o erro de todos eles é pensarem que a pessoa que sou hoje se importa com isso, quando essa é uma característica distintiva do meu carácter que assumi plenamente. Como escreveu Wilde, "A vaidade é uma das principais virtudes, e, no entanto, poucas pessoas admitem que a procuram e a tomam como objectivo. É na vaidade que muitos homens ou mulheres encontraram a salvação, mas, apesar disso, a maioria das pessoas arrasta-se a quatro patas em demanda da modéstia”. As pessoas perdem demasiado tempo a tentar corrigir os outros, sem que sequer sejam capazes de reflectir sobre os seus próprios defeitos. Se eu nem para a minha pessoa sou moralmente correcto, como posso querer corrigir moralmente os outros? Isto não implica, contudo, que não os critique. E por isso subscrevo aquela frase de Gore Vidal que o João Gonçalves salientou aqui há tempos: «-Van Vooren: É sensível às críticas? -Vidal: Não. Decidi cedo que aquilo que penso dos outros é mais importante do que aquilo que eles pensam sobre mim. Qualquer jogo tem de ter um árbitro e, então, decidi que eu seria o árbitro. »
Vem este título a propósito de um oportuno grupo de discussão no Facebook surgido já há meses. Da forma como o País anda, é exactamente o que apetece fazer a uma quantidade cada vez maior de Portugueses. Pelo menos àqueles que ainda não emigraram porque gostam de viver no seu país, malgré tout. Ser oficialmente desempregado, não pagar impostos, dedicar-se à economia paralela, parece ser o "que está a dar".
Pagar impostos, ter um emprego certo, no fundo ser visível para o Fisco e a Administração e contribuír de forma responsável, mas sofredora, para o futuro de Portugal são, infelizmente(?), valores do passado que fazem parte do baú das memórias. Onde isto chegou...em vésperas de mais um anunciado pacote de austeridade.
Como a praia está boa em fim de Setembro! Pena é eu não conseguir lá ir...
Mas, se calhar, é lá que todos acabamos a servir um daiquiri ou uma água de coco a um alemão de Hamburgo...
Vários conhecidos e amigos meus estão a trabalhar no actual governo. Um deles, num cargo de grande destaque na hierarquia governamental e cuja natureza obriga a uma certa discrição, tem como passatempo derramar os seus brilhantes pensamentos no Facebook, durante o horário de trabalho. Mais um sintoma do estado a que chegámos.
Num regime democrático liberal de uma sociedade ocidental moderna, não haveria qualquer outra alternativa neste momento a não ser seguir os trâmites legais e constitucionais. O Presidente da República deveria ouvir o Conselho de Estado, dissolver a Assembleia Regional da Madeira e convocar eleições regionais. A Alberto João Jardim deveria ser instaurado um processo, que deveria decorrer o mais rapidamente possível, sendo este impedido de se recandidatar. Como estamos em Portugal, nada acontece e o tiranete madeirense ainda se atreve a vociferar pseudo-justificações, não se coibindo de simultaneamente continuar a gozar com todos os portugueses. Nada mais nada menos do que nojo, é o que sinto quando oiço este pulhítico. Um nojo igual ao que sentia quando ouvia José Sócrates, o coveiro do nosso futuro e o homem que moralmente trouxe o país para um nível tão baixo que não julgava ser possível numa democracia ocidental.
Entre o esforço de sobrevivência dos bons alunos e a humilhação a que somos sujeitos pelo ilegítimo ataque de AJJ a todos os portugueses, continua a fazer escola a "imagem, sondagem e sacanagem" sem que os seus principais actores entendam que é cada vez mais a democracia que está em risco. Dificilmente pode ter longa vida um regime moralmente corrompido que leva uma sociedade a assistir impávida à impunidade gritante de certas figuras e à conivência mais ou menos envergonhada de muitas outras. É deveras triste verificar o estado a que chegámos. Mais do que economicamente falidos, estamos eticamente perdidos.
Baseado num canto tradicional do Quénia - Faz parte do álbum "Cantos da Babilónia"
Que Pedro Osório ainda beije o sol muitas vezes.